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Terça, 06 Outubro 2015 10:29

Aline Lima Brito, egressa do Mestrado em Saúde Pública da UFC, está entre as finalistas do Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS 2015, com o trabalho "Padrões epidemiológicos e distribuição espacial da hanseníase no município de Fortaleza – 2001 a 2012". A iniciativa é uma promoção do Ministério da Saúde e visa incentivar a produção de trabalhos técnicos de interesse do Sistema Único de Saúde (SUS).

Orientada pelo Prof. Carlos Henrique Morais de Alencar, a dissertação estudou mais de uma década de novos casos diagnosticados em Fortaleza, registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), cadastro nacional coordenado pelo Ministério da Saúde e que reúne todas as doenças de notificação compulsória. A ideia partiu das atividades de Aline no projeto IntegraHans Fortaleza, da UFC, que investigou a magnitude da hanseníase na cidade.

"Com meu trabalho pôde-se traçar a tendência da doença em 12 anos de estudo e identificar onde – quais regionais e bairros da cidade – estão focalizados os casos da doença. A hanseníase está com tendência decrescente em Fortaleza desde 2001, no entanto, ainda apresenta coeficientes muito altos, acima da média nacional", explica.

Segundo a pesquisadora, as áreas com maiores índices de hanseníase em Fortaleza são as Secretarias Executivas Regionais (SER) 5 e 3, com destaque para bairros com baixos indicadores socioeconômicos, como o Bom Jardim. Ainda de acordo com Aline, a desigualdade social é um fator relevante para o padrão epidemiológico da doença na Capital.

"Esse fato se afirma quando a SER 2, de alto padrão socioeconômico, apresentou a menor incidência de hanseníase na cidade. A hanseníase está em decréscimo em Fortaleza, apesar disso, ainda se apresenta de forma endêmica e merece bastante atenção por parte do poder público. Trata-se de uma doença negligenciada e há muita falta de informação por parte da população", afirma.

Como decorrência do estudo, a pesquisadora sugere uma maior atenção do poder público no combate à doença nas áreas de maior incidência na cidade. "Não se deve deixar influenciar por essa aparente redução e desviar o olhar. Acho também que se deve dar atenção principalmente a regiões mais críticas, assim como sugere minha pesquisa. Dessa maneira, pode-se conhecer melhor a população e a região-alvo da doença e, assim, estabelecer melhores estratégias de controle e combate", comenta.

Desde 2002, o Ministério da Saúde promove o Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS. O resultado final será divulgado na cerimônia de entrega do prêmio, que tem data prevista para o dia 12 de novembro, em Brasília (DF).

Fonte: Dominik Fontes, da Secretaria da Pós-Graduação em Saúde Coletiva da UFC – fone: 85 3366 8045