Três jovens cientistas da UFC aprovados na primeira seleção do Instituto Serrapilheira

Imagem: Professores Yuri Gomes Lima, Denise Hissa e Cláudio Lucas Oliveira (Foto: Ribamar Neto/UFC)Três projetos de pesquisadores da Universidade Federal do Ceará estão entre os 65 jovens cientistas de todo o País que foram selecionados na primeira chamada pública do Instituto Serrapilheira, primeira organização privada a financiar projetos de pesquisa científica no Brasil.

Os projetos dos professores Cláudio Lucas Oliveira, do Departamento de Física da UFC; Denise Hissa, do Departamento de Biologia, e Yuri Gomes Lima, do Departamento de Matemática, foram escolhidos entre 1.955 propostas analisadas.

No balanço por instituição, a Universidade de São Paulo (USP) foi a líder nacional com 8 projetos aprovados, seguida pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com 6; e Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, com 5, cada. Na sequência surge a UFC empatada com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

Cada um dos pesquisadores selecionados irá receber até R$ 100 mil para custear a pesquisa durante um ano e demonstrar a viabilidade de suas ideias. Ao final de 2018, uma nova seleção indicará entre 10 a 12 projetos para receber mais R$ 1 milhão, recurso a ser investido ao longo dos três anos seguintes.

"Vamos investigar uma área que tem sido apontada como uma das mais promissoras para os próximos anos, que é a aplicação da Física em sistemas biológicos", diz o Prof. Cláudio Lucas Oliveira. O projeto, intitulado "Desvendando a física celular", prevê o estudo de propriedades como a mecânica, por exemplo, em células sadias e doentes. "Queremos entender o link entre a física e a biologia, o que acontece quando a célula desenvolve alguma desordem, como o câncer, por exemplo", completa.

Já a Profª Denise Hissa parte do estudo de algumas proteínas surfactantes  que têm papel importante na reprodução dos anfíbios como rãs, sapos e pererecas. Essas proteínas são um elemento dos ninhos de espuma utilizados no depósito de seus ovos ou girinos. Por suas características, elas possuem alto potencial de aplicação biotecnológica, como no controle de distribuição de um determinado medicamento para otimizar sua eficiência terapêutica.

Imagem: Professores Cláudio Lucas Oliveira, Denise Hissa e Yuri Gomes Lima (Foto: Ribamar Neto/UFC)Da Matemática, o Prof. Yuri Lima estuda uma maneira de tentar predizer de forma qualitativa como certos sistemas (chamados de "não-uniformemente hiperbólicos") vão evoluir ao longo do tempo. "Podemos ter aplicações para vários sistemas físicos, biológicos e até para alguns modelos da economia", diz. Como esse tipo de sistema sofre a influência de fenômenos como o efeito borboleta, a ideia é mudar o paradigma da análise quantitativa para a qualitativa.

Para o reitor da UFC, Prof. Henry de Holanda Campos, o resultado é muito significativo em função da concorrência acirrada do processo seletivo. "Isso mostra a qualidade de nossa pesquisa e de nossos professores. É mais um sinal de crescimento e de maturidade. Vem se tornando cada vez mais evidente a consolidação da Universidade como realmente universidade. Não é só a questão do ensino, mas é também a pesquisa, a produção na forma de patentes e licenciamentos", avaliou.

INCENTIVO PRIVADO – O Instituto Serrapilheira foi lançado em março deste ano como o primeiro instituto privado a financiar, por meio de chamada pública, a pesquisa científica no Brasil. Ligado à família Moreira Salles, o organismo abriu edital para estimular jovens cientistas a fazerem projetos de pesquisa que não se limitassem a avanços incrementais em suas áreas de atuação.

"Buscamos jovens pesquisadores que não temem se arriscar em busca de descobertas capazes de ampliar as fronteiras de seus respectivos campos. Este é o denominador comum de todos os 65 finalistas", informou o Instituto, no comunicado em que anunciou os selecionados.

Todos os candidatos deveriam ter menos de dez anos de doutorado. No caso dos professores da UFC, eles estão na faixa dos 30 anos e ingressaram na Universidade como docentes a partir de 2014.

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional – fone: 85 3366 7331