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Auditório lotado confere aula inaugural do curso Defensoras e Defensores dos Direitos à Cidadania

Imagem: Mesa de autoridades na aula inaugural do curso"O que me preocupa não é o grito dos violentos, mas o silêncio dos bons." Com a marcante frase do ativista político norte-americano Martin Luther King, a farmacêutica Maria da Penha deu início, na tarde dessa segunda-feira (24), no Auditório José Albano (Centro de Humanidades), à primeira aula do curso Defensoras e Defensores dos Direitos à Cidadania (DDDC).

A iniciativa é fruto de parceria do Instituto Maria da Penha (IMP) com a Universidade Federal do Ceará e acontecerá no período de abril a junho, no Departamento de História. O objetivo é identificar demandas, favorecer e efetivar ações estratégicas para inibir, punir e erradicar toda e qualquer violência contra a mulher, reforçando, assim, a proposta contida na Lei Maria da Penha.

"Essa frase alimentou muito minha luta por justiça; então não devemos abandonar essa causa, que achamos que é justa", conclamou Maria da Penha sobre a defesa dos direitos da mulher. Na atividade inaugural do curso, a farmacêutica contou  sua história de vida e chamou a atenção para as diversas fases do ciclo de violência doméstica. "Quando uma mulher chega à delegacia, há muito ela vem sofrendo com a violência doméstica. Já passou por violência psicológica e moral antes", alertou.

Destacou, ainda, a importância de políticas públicas para efetiva aplicação da lei que leva seu nome. "A lei não pode funcionar se não houver o compromisso dos gestores públicos. A Universidade está fazendo aqui seu papel, mas precisamos que prefeitos, governadores, presidentes criem as políticas públicas para que as mulheres tenham onde buscar ajuda, orientação e proteção. A principal finalidade da lei que leva meu nome não é a de punir os homens, mas a de proteger a mulher e punir os homens agressores que não sabem tratar suas mulheres como seres humanos", afirmou.

Atividade de extensão com carga horária de 60 horas, o curso está em sua quarta edição no Estado. De acordo com a coordenadora da atividade, Profª Ana Rita Fonteles, a formação é marcada pela interdisciplinaridade. "Temos professores de vários departamentos e programas de pós-graduação – do Direito, da Comunicação Social, do CAEN – que aceitaram no primeiro convite participar do curso; então é importante a colaboração dessas pessoas. É relevante discutir esse tema em um momento em que os direitos são tão atacados no Brasil e a gente nota a confluência do discurso golpista com o discurso de retirada de direitos em relação às mulheres e às minorias", declarou.

Em sua fala, o Reitor Henry Campos exaltou a iniciativa do curso e reforçou a relevância de discussões entre os jovens de temáticas relacionadas à cidadania e aos direitos humanos. "Tratar desses temas e conscientizar as pessoas, principalmente nossa juventude, em um momento tão obscuro vivido no país, é fundamental. Que cada um de vocês possa ser um defensor de direitos. A Maria da Penha é um exemplo de resistência a ser seguido. Assim devemos, através do nosso trabalho e compromisso com a sociedade, fazer na Universidade a defesa dos nossos direitos. Esse curso vai dar a vocês a oportunidade de serem protagonistas desse momento; é um passo muito importante na formação dessa consciência."

O DDDC é realizado em Recife (PE) e em Fortaleza e está em sua 14ª turma, já tendo formado mais de 800 pessoas e atingido, indiretamente, um público de cerca de 4 mil pessoas. O curso faz parte de um programa de capacitação de estudantes universitários, educadores, técnicos, operadores do direito, profissionais da área de saúde, comunicação social e psicologia, profissionais da área comercial, empresarial e de recursos humanos, gestores da área básica de educação, mulheres residentes em áreas de vulnerabilidade social e lideranças comunitárias, entre outros.

Fonte: Instituto Maria da Penha – fone: 85 4102 5429

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