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Pesquisa revela informações importantes sobre parque marinho próximo a Fortaleza

Imagem: A área pesquisada fica a aproximadamente 18km do Porto do Mucuripe, em Fortaleza (Foto: Eduardo Freitas)Uma pesquisa oriunda de parceria entre o Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR) da Universidade Federal do Ceará, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a Universidade de São Paulo (USP) revelou aspectos importantes sobre o Parque Estadual Marinho da Pedra da Risca do Meio. Distante 10 milhas náuticas (aproximadamente 18 km) do Porto do Mucuripe, em Fortaleza, o parque é a única unidade de conservação totalmente marinha do Ceará.

Tendo como foco os peixes, a pesquisa registrou a ocorrência de 131 espécies na área do parque, cuja profundidade varia de 17 a 30 metros. Do total de espécies, 6 são endêmicas das águas brasileiras, ou seja, só ocorrem no Brasil, e 13 estão presentes em listas nacionais e internacionais de espécies ameaçadas.

As outras 112 espécies são também fundamentais para o funcionamento saudável do ecossistema e representam, junto com as outras, uma grande riqueza de espécie para a área do parque, conforme explica um dos autores do estudo, João Eduardo Pereira de Freitas, egresso do Doutorado em Ciências Marinhas Tropicais do LABOMAR e pesquisador do Laboratório de Evolução e Conservação de Vertebrados Marinhos do Departamento de Biologia.

Além de listar as espécies que ocorrem na área, os pesquisadores também descobriram que a fauna de peixes muda em diferentes locais dentro do parque. Essa importante informação ecológica pode auxiliar a administração do equipamento a determinar zonas de gestão diferenciadas e, consequentemente, melhorar a eficiência na conservação da área como um todo.

A pesquisa alerta que, apesar de ter sido constatada grande diversidade de peixes dentro da área protegida, não significa que as populações dessas espécies tenham sobrevivência garantida em médio ou longo prazo. Isso porque várias delas, em diferentes fases de seu ciclo de vida, utilizam ambientes que estão fora de unidades de conservação e vêm sofrendo diferentes níveis de impacto.

Imagem: A pesquisa registrou a ocorrência de 131 espécies de peixes na área do parque (Foto: Eduardo Freitas)Por exemplo, os peixes cióba (Lutjanus analis) e dentão (Lutjanus jocu), ambos parentes próximos do popular pargo, foram vistos no parque somente na fase adulta. Os exemplares juvenis dessas espécies são normalmente encontrados em estuários, bancos de plantas marinhas e piscinas naturais de recifes costeiros.

"Dessa forma, proteger somente um ambiente e apenas uma fase do ciclo de vida dessas espécies não garantirá a sobrevivência delas no futuro. Estratégias de gestão conhecidas como 'redes de unidades de conservação', que visam conservar diferentes ambientes conectados biologicamente, podem ser um dos caminhos na difícil tarefa de preservar parte de nossa biodiversidade marinha", explica Eduardo Freitas.

Os demais autores da pesquisa são Maria Elisabeth de Araújo (UFPE) e Tito Monteiro da Cruz Lotufo (USP). A pesquisa foi publicada na revista Regional Studies in Marine Science e está disponível no site do periódico.

Fonte: João Eduardo Pereira de Freitas, pesquisador do Laboratório de Evolução e Conservação de Vertebrados Marinhos – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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