Lançado o Cientista Chefe Meio Ambiente, programa que articula Universidade e gestão pública; UFC está na liderança
- Sexta, 04 Setembro 2020 15:28
Em cerimônia realizada por meio de transmissão ao vivo, o Prof. Marcelo de Oliveira Soares, pesquisador do Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR) da Universidade Federal do Ceará, foi empossado como coordenador do programa Cientista Chefe Meio Ambiente, da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP). A iniciativa articula a Universidade com a gestão pública e já conta com representantes em várias outras áreas, como segurança pública, educação, proteção social, infraestrutura e recursos hídricos.
Soares é biólogo formado pela UFC, doutor em Geociências pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e pós-doutor em Geociências Marinhas pela Universidade Autônoma de Barcelona, na Espanha. Além do líder do programa recém-lançado, participaram da solenidade virtual o reitor da UFC, Prof. Cândido Albuquerque; o secretário do Meio Ambiente do Estado do Ceará, Artur Bruno; o secretário de Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Estado do Ceará, Inácio Arruda; a diretora do LABOMAR, Profª Maria Ozilea Bezerra Menezes; e o presidente da FUNCAP, Tarcísio Haroldo Cavalcante Pequeno.
Também registraram presença na cerimônia, assistida por 120 pessoas, o superintendente Estadual do Meio Ambiente do Ceará (SEMACE), Carlos Alberto Mendes Júnior; o diretor de inovação da FUNCAP e docente do Departamento de Engenharia de Transportes da UFC, Prof. Jorge Soares (UFC); o avaliador das ações de ciência e inovação da FUNCAP e docente do Departamento de Física da UFC, Prof. Antonio Gomes (UFC); a cientista chefe de Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos e também docente do Departamento de Saúde Coletiva, Profª Márcia Machado (UFC); os pesquisadores da equipe do programa Cientista Chefe Meio Ambiente, Eduardo Lacerda e Renan Gonçalves, dentre outras autoridades e acadêmicos.
PROJETOS INICIAIS – Após os agradecimentos e saudação inicial, o Prof. Marcelo Soares apresentou os quatro projetos que darão início às atividades do programa: Planejamento Costeiro e Marinho, Pandemia de Covid-19 e o Saneamento Urbano, Sistema de Informações Geográficas Ambientais (SIG Ambiental) e Lista Vermelha para animais ameaçados de extinção no Ceará. Ele lembrou que os anos de 2021 a 2030 foram declarados pela Organização das Nações Unidas (ONU) como a Década Internacional da Oceanografia para o Desenvolvimento Sustentável. "É um tema muito em evidência. Vamos socializar informações para permitir uma ocupação ordenada e visando à preservação da nossa costa. O estado do Ceará sofre atualmente um forte processo de erosão, com repercussões culturais, ecológicas e econômicas. Será feito um estudo da erosão em todo o nosso imenso litoral, e também lançaremos um atlas marinho", adiantou o coordenador, que apontou ainda a importância da economia do mar para o desenvolvimento da região Nordeste.
Em sua fala, o reitor ressaltou que o programa Cientista Chefe legitima o papel da Universidade perante a sociedade, situando-a na liderança da busca por soluções nas mais diversas áreas do conhecimento. "Essa união do poder público com a academia terá uma missão pedagógica, ao desenvolver esses quatro projetos. Todos estão voltados para solução de graves problemas de relacionamento da nossa sociedade com o meio ambiente. Veremos onde estamos errando e poderemos pensar no que mudar", disse o Prof. Cândido Albuquerque. Para ele, o programa não podia estar em melhores mãos: "Não tenho dúvidas de que o Prof. Marcelo é extremamente qualificado para esta função, e que os projetos serão muito bem-sucedidos tanto em fazer essa ponte quanto na resposta a essas demandas".
Já Artur Bruno, secretário do Meio Ambiente, destacou que as instituições de ensino e pesquisa cearenses e o governo estadual têm firmado parcerias frutíferas, sendo a seara do meio ambiente apenas uma das beneficiadas. Ele citou o Parque Estadual Marinho da Pedra da Risca do Meio, área de proteção com 33 km², cujo plano de manejo foi elaborado pelo LABOMAR, que venceu concorrência pública para assumir a proposta. "Eu e o Inácio tivemos a alegria de ser parlamentares e citar iniciativas-modelo, aqui no nosso Estado, nas áreas da educação, dos recursos hídricos. Muito disso veio da aproximação com as universidades, colocando tudo a serviço do povo", finalizou.
À frente da SECITECE, Inácio Arruda sublinhou que o Programa Alfabetização na Idade Certa (PAIC), nascido no Ceará e inspirador de um equivalente nacional (o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa – PNAIC), nasceu dentro da UFC. "Quando articulamos Estado e Universidade, deixamos claro que não estamos tirando o professor de dentro da instituição, e sim, aproximando-o do poder público, para que o saber não fique restrito aos laboratórios e possa ajudar a resolver problemas cruciais. A sociedade só vai ganhar", assegurou o secretário.
Representando o LABOMAR, a Profª Ozilea Bezerra, diretora da unidade acadêmica da UFC, citou o fundador daquele Instituto, o Prof. Melquíades Pinto Paiva, para destacar que o LABOMAR é uma fábrica de cientistas. "Conjugamos muitos esforços educacionais, científicos e políticos para hoje apresentar esses projetos e celebrar a união entre as universidades, o poder público e as empresas. O lema da UFC, presente em nosso brasão, é 'a virtude unida é mais forte'. E é essa conjugação de esforços e virtudes que transforma nossos remos em asas, num voo rumo ao futuro", disse, fazendo referência ao poeta clássico Homero.
Presidente da fundação responsável pelos programas de Cientista Chefe, o Prof. Tarcísio Pequeno ponderou que a população, neste período da pandemia, passou a perceber melhor a Universidade como um lugar de ciência, soluções e produtos que proporcionam a evolução coletiva. "Com um mês de declaração de pandemia, já tínhamos ações de caráter científico, muitas delas chegando na ponta em nosso Estado, no cidadão. É uma satisfação enorme. A FUNCAP fica imensamente feliz de ver a ampliação da iniciativa. Começou na segurança pública, depois educação, saúde e chegamos agora ao meio ambiente. E, se há uma área de interesse público e social em que a ciência e a academia podem contribuir mutuamente é o meio ambiente", resumiu, acrescentando ser o Prof. Marcelo Soares o 13º cientista chefe do programa.
Fonte: Prof. Marcelo de Oliveira Soares, do LABOMAR – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.