Nota da Reitoria: 67 anos de criação evocam o espírito dinâmico do nosso maior patrimônio
- Quinta, 16 Dezembro 2021 17:41
Um dia, a Universidade Federal do Ceará – essa casa que hoje agrega uma comunidade acadêmica de mais de 42 mil pessoas e se espraia por territórios de Capital e Interior em nosso Estado – foi apenas um sonho. Para sair da esfera onírica e transpor-se à existência palpável, foi preciso trabalho, vontade política e muita mobilização social, de homens e mulheres que lutaram para provar que, sim, o Ceará merecia e precisava de uma universidade.
O ensino superior já havia se instalado em nossa terra desde o início do século XX, com a criação da Faculdade Livre de Direito do Ceará em 1903. Essa unidade de ensino e suas coirmãs Faculdade de Farmácia e Odontologia (1916), Escola de Agronomia (1918) e Faculdade de Medicina (1948) pavimentaram o caminho para a constituição do que viria a ser a Universidade do Ceará, cujo nascedouro, muito em breve, resgataremos em detalhes por meio do livro A construção do amanhã: as origens da Universidade Federal do Ceará, a ser lançado no mês de janeiro de 2022. Essa mesma história de ousadia culminou no Decreto-Lei nº 2.373/1954, assinado há exatos 67 anos pelo então presidente João Fernandes Campos Café Filho, alçando ao reitorado nosso dirigente primeiro, Prof. Antônio Martins Filho, e tornando possível tudo o que vivemos hoje enquanto Instituição.
É curioso para nós, que representamos a administração, falar para dirigentes e membros das comunidades de outras universidades de trajetória centenária ou milenar quão jovem é a UFC. Torna-se possível até, em tom bem-humorado, rir do fato de que ainda possuímos "idade humana", inferior à expectativa de vida média da população brasileira, que em 2020 foi de 76,8 anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Se os 67 são os algarismos que nos representam desde o dia em que passamos a existir na forma da lei, lembramos haver muitos outros números que tornam possível contar essa história coletiva de tantas conquistas: mais de 115 mil profissionais formados ao longo dos anos; 30 mil alunos de graduação atualmente matriculados; 7 mil estudantes de pós-graduação; mais de 6.300 vagas ofertadas anualmente; mais de 5.600 servidores, entre docentes e técnico-administrativos; 121 cursos de graduação; 83 programas de pós-graduação; 175 acordos internacionais com instituições de 28 países.
Quando ultrapassamos os muros e chegamos à ponta é que tocamos a sociedade, e os índices enchem ainda mais os olhos. São cerca de mil ações de extensão e mais de um milhão de pessoas beneficiadas por projetos e ações extensionistas da Universidade em 2020, mesmo em meio a uma pandemia mundial; 2 mil transplantes de fígado realizados entre 2002 e 2021; quase 223 mil atendimentos, 129 mil consultas médicas e mais de um milhão de exames por ano no Complexo Hospitalar UFC/EBSERH.
A Universidade não é somente sinônimo das pessoas que carregam seu brasão nas carteiras funcionais ou daquelas que costuram seus convênios e parcerias, representando-a nos espaços de decisão. Ela vive e se perpetua em cada um de nós, brilhante e jubilosa, qual centelha divina. Cada aula dada, artigo assinado, trabalho cumprido, atendimento ao público feito carrega um pouco da UFC. Em todo projeto realizado, prestação de contas entregue, colação de grau promovida, patente depositada... lá está ela também. Ao final, tudo se resume a isso – estar presente, formando, inovando, transformando, impactando, crescendo.
Neste mês de desfecho do segundo ano de um biênio que nos colocou à prova enquanto academia e sociedade, a sensação que nos inunda é de superação, apesar das perdas humanas e materiais sofridas no passado recente. Que na data de hoje nos sintamos aniversariando também. Se para ser grande é preciso ser inteiro, celebremos enquanto corpo comum o orgulho e o regozijo de sermos esta grande Universidade.
Prof. José Cândido Lustosa Bittencourt de Albuquerque - Reitor
Prof. José Glauco Lobo Filho - Vice-Reitor