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Pesquisa feita em parceria com UNICAMP sobre vulcões na Amazônia ganha publicação internacional

Uma pesquisa elaborada em parceria entre a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e a Universidade Federal do Ceará rendeu publicação de artigo no periódico internacional Geoscience Frontier, com fator de impacto 8.9 e Qualis A1. O trabalho promove uma reconstrução ambiental de antigos vulcões existentes há aproximadamente 1,8 bilhão de anos na Amazônia, com o objetivo de esclarecer como era o ambiente geológico na região.

Intitulado “The Colíder Paleoproterozoic felsic volcanism: New insights into stratigraphy and petrogenesis in the southern Amazonian Craton”, o artigo é fruto do trabalho de mestrado do pesquisador André Massanobu Ueno Kunifoshita, realizado na UNICAMP, sob orientação da Profª Maria José Mesquita (Instituto de Geociências da UNICAMP) e coorientação do Prof. Felipe Holanda dos Santos (Departamento de Geologia da UFC).

Imagem: Rocha de coloração cinza claro

“Com este estudo, concluiu-se que as rochas vulcânicas (vulcões) têm aproximadamente 1,8 bilhão de anos e estão associadas a antigas caldeiras vulcânicas. Uma caldeira vulcânica é apenas uma denominação para uma forma de relevo circular e rebaixada, por onde a lava e os gases vulcânicos eram expelidos. Um exemplo clássico de uma caldeira é a caldeira vulcânica do Parque Nacional de Yellowstone, nos Estados Unidos”, explica o Prof. Felipe Holanda.

A área analisada no estudo foi a região de União do Norte, distrito localizado no norte do estado do Mato Grosso. A escolha por esse local se deu por ele fazer parte da Província Mineral de Alta Floresta, situada na região Amazônica e uma das mais importantes províncias minerais do Brasil (regiões onde os processos minerais ocorreram de forma mais intensa).

Para realizar o estudo, foi feita uma reconstrução da região a partir de mapeamento geológico, por meio do qual são identificadas e descritas as rochas vulcânicas presentes no local, bem como os minerais que compõem a rocha vulcânica e a forma como as rochas estão distribuídas.

“Também coletamos materiais para investigar no laboratório. Esta etapa é mais morosa, e inclui desde análises dos minerais e rochas no microscópio até análise química dos tipos de rochas, a fim de saber suas composições. Isso é importante, porque cada tipo de vulcanismo tem características químicas diagnósticas que permitem individualizá-lo. Outra etapa de laboratório importante é a parte de datação das rochas e minerais coletados em campo”, detalha o Prof. Felipe Holanda.

Entre os resultados da pesquisa estão os achados sobre diferentes erupções vulcânicas, de diferentes tipos, que ocorreram na região. “Encontramos evidências para uma erupção que chamamos de explosiva (normalmente caracterizada por conter cinzas vulcânicas, fragmentos de rochas e poucas lavas). O Monte Etna, na Itália, ficou famoso por suas erupções vulcânicas explosivas”, explica o professor. “Além deste tipo, também encontramos evidência para uma erupção efusiva, que é a fase na qual o vulcão expele mais lavas, e elas caminham por longas distâncias, como o que está ocorrendo hoje na Islândia.”

“Estas informações são relevantes porque ajudam a entender como era a região Amazônica brasileira aproximadamente 1,8 bilhão de anos atrás. Hoje, sabemos que não há vulcões ativos no Brasil, mas, geologicamente, há 1,8 bilhão de anos o Norte do Brasil era uma região com muitos vulcões ativos”, ressalta.

O artigo está disponível para leitura na íntegra (em inglês) na Geoscience Frontier.

Fonte: Prof. Felipe Holanda dos Santos, do Departamento de Geologia da UFC – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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