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Quarta, 31 Julho 2024 11:36

Escrito por UFC Informa

Com o fio do tempo enovelado em narrativas e trajetórias, o ser humano tece o manto do amanhã para cobrir-se de sonhos. Os destinos resultam, então, dos devires do agora, permeado pelos movimentos de cada etapa da vida. Encerramento de ciclo e começo de novos caminhos profissionais foi o que vivenciaram 258 formandos da Universidade Federal do Ceará, que colaram grau na noite da última terça-feira (30), em solenidade na Concha Acústica da Reitoria.

Essa foi uma colação de grau especial do semestre 2024.1, realizada de forma unificada. A próxima cerimônia está prevista para ocorrer no formato tradicional, de 22 de outubro a 7 de novembro, conforme o calendário acadêmico da UFC.

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PERCURSOS – Para Angélica Pontes, que colou grau em Biblioteconomia, a conquista do diploma foi um caminhar que se iniciou ainda na adolescência. “Assim que me entendi por gente, no Ensino Médio, quando fui compreender o que era uma universidade e o peso do que era uma federal, pensei: ‘Quero estar na UFC’ “, comentou.

Natural de Bela Cruz (CE), a mudança para Fortaleza foi o primeiro de vários desafios que a jovem viveu ao longo da graduação. “Entrei em 2018.1, fiz regular até a pandemia e, então, tive de voltar para o Interior. Acabei perdendo o meu pai para a covid-19 em 2021. Foi uma época em que pensei seriamente em desistir do curso”, relembrou. 

Angélica enfatizou os estímulos recebidos de familiares, de amigos e da própria Instituição como chaves para a superação de barreiras e a conclusão com sucesso da etapa universitária. “Entrei pelas cotas e tudo foi um mundo novo para mim, mas tive todo o suporte do meu curso, dos professores, da coordenação, das bolsas e auxílios e, inclusive, da secretária do meu curso, a Fábia. Com todo esse apoio, tanto da UFC quanto da minha família, consegui me formar”, declarou.

Veja outras imagens da solenidade no Flickr da UFC

Quem também cruzou fronteiras rumo a um sonho foi Gabriel Souza, natural de Natal (RN). Formando-se em Letras-Português, o potiguar avaliou como positiva a sua experiência acadêmica. “Entrei em 2020, justamente no ano da pandemia, mas passei só 15 dias de aula e voltei para casa. Os meus dois primeiros anos de curso foram no emergencial remoto, mas em 2022 voltei para cá e foi ótimo. O curso presencial é outra realidade, gostei muito da UFC, conheci ótimos professores e estou saindo com um gostinho de quero mais”, afirmou.

Festejando ao lado de Gabriel estava a mãe do graduando, "Bibi", que era só elogios ao filho. “Ele sempre foi muito inteligente e hoje subiu mais uma das etapas do sonho; é muito orgulho”, disse.

Sorrisos, fotografias e abraços marcaram a celebração do mais recente educador físico diplomado pela UFC, Paulo Wesley Freitas, que teve na simbologia da corrida uma metáfora para a sua graduação. “Eu vi a correria dele de sair do trabalho e ir para o estágio, na hora do almoço, no esforço para se formar. É uma pessoa que admiro”, revelou a namorada, Layane Félix.

Ex-aluno do Liceu de Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza, Paulo cruzou a linha final dessa maratona de estudos como o primeiro com diploma superior em seu núcleo familiar. “É uma felicidade quando se entra na universidade e outra maior ainda quando se sai, pois nesse meio do caminho são várias lutas. A UFC deixa a gente mais independente e nos prepara para o mercado de trabalho. Foi uma jornada árdua, mas muito gratificante no final”, considerou.

DISCURSOS – Iniciando os discursos da solenidade, a oradora discente Liana Santiago, do curso de Enfermagem, mencionou a importância dos programas de incentivo e bolsas para a permanência e a conclusão do curso aos estudantes de graduação. De acordo com a formanda, a UFC está cada vez mais conectada às necessidades e aos interesses dos estudantes. “Hoje vemos a retomada de uma gestão democrática, participativa e aberta ao diálogo para a construção de uma universidade de excelência. A UFC voltou a ter a nossa cara, a cara dos estudantes que primam pelo ensino superior de qualidade”, afirmou.

Em seguida discursou a oradora docente, Profª Thereza Cardoso, do Instituto de Cultura e Arte da UFC, que abordou o caráter disruptivo da arte. Mencionando nomes de pessoas que se destacaram na luta contra as opressões, a professora ressaltou o nome da bailarina italiana Maria Baderna, que se estabeleceu no Brasil no século 19. Baderna chocou a sociedade escravocrata brasileira ao incorporar em suas apresentações o lundu, de origem africana, e, por conta disso, seu sobrenome passou a ser visto de forma pejorativa.

“A palavra baderna entrou para a nossa língua como sinônimo de desordem e confusão, entretanto de luta, de resistência e de liberdade. Não era mesmo de baderna o que chamavam a vida universitária? Pois acertaram em cheio, baderna é o nome da nossa luta imparável por uma universidade pública, de excelência, laica, diversa, gratuita e para todos”, declarou.

O reitor Custódio Almeida tratou, em sua fala, da importância social da expansão do ensino superior, apresentando o dado de que apenas 20% dos jovens brasileiros, com idade de 18 a 24 anos, estão nas universidades.

O gestor expôs aos presentes o impacto dos ciclos de começo e recomeço na vida. “Quem sabe começar nunca desaprendeu a sonhar e jamais desistirá de viver. Esse é o meu desejo mais profundo para cada um e cada uma de vocês hoje: que descubram e tomem consciência, nesta colação de grau, que mais do que encerrando um ciclo, vocês estão começando um novo tempo”, preconizou.

Confira a transmissão da solenidade no canal da UFCTV no YouTube:

Fonte: Gabinete da Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD) – fone: (85) 3366 9498; e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. / Cerimonial da UFC – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.