Campi de Sobral e de Itapajé realizam programações especiais em celebração aos 70 anos da UFC
- Quinta, 12 Setembro 2024 17:19
Partilha de relatos e memórias, encontros, debate, música e planos para o futuro. Esses foram os destaques que marcaram a programação UFC 70 anos no Campus de Sobral nesta semana, por ocasião da passagem da Caravana UFC 70 Anos no município. Com participação de docentes, TAEs e estudantes, os eventos evidenciam a importância e a potência de todos os campi da Universidade no interior do Estado.
As atividades tiveram início na segunda-feira (9), no auditório do Bloco I, com abertura da exposição “UFC 70 anos: uma história das histórias do campus de Sobral”, da qual fazem parte produções artísticas assinadas por servidores e estudantes. Fotografias, pinturas, textos e vídeos compõem o material reunido, com destaque para o vídeo “Era tudo mato – a nossa história na UFC campus de Sobral” – um recorte da trajetória do curso de Psicologia.
A produção traz uma sequência de imagens que resgatam desde as primeiras turmas e estrutura inicial da graduação até seus últimos avanços, passando por formaturas, oficinas, disciplinas, mobilizações e professores, entre outros momentos.
Em seguida, o público conferiu a apresentação da música “Campus floridos”, com os servidores Marcelo Mateus de Oliveira, Simone Sousa, João Emanoel Benvenuto, José Álvaro Lemos, Guilherme Freire e Ubeneí Sousa. A composição foi criada em homenagem à trajetória dos quase 20 anos do Campus de Sobral – que abriga os cursos de Ciências Econômicas, Finanças, Engenharia da Computação, Engenharia Elétrica, Odontologia, Psicologia, Medicina e Música.
Em sua fala durante a cerimônia, o reitor da UFC, Custódio Almeida, destacou justamente um trecho da letra da canção, ao abordar o conceito e o papel da Universidade. “Gosto muito desse refrão, a Universidade é realmente uma história que não termina. É uma instituição que não se desinstala, ela é para sempre”, reforçou, antes de anunciar os vencedores do concurso “Melhor foto do campus Sobral”.
Com o objetivo de trazer diferentes olhares daqueles que vivenciam o campus em seu cotidiano – TAEs, professores e estudantes –, o concurso foi uma das atividades planejadas para o ciclo comemorativo dos 70 anos da UFC, dividido nas categorias Pessoas, Arquitetura, Animais, Natureza e Comédia.
“Esse tipo de ação vai criando outras teias na Universidade. Estar na Universidade não é só fazer um curso de graduação. É conseguir se embrenhar na diversidade que ela tem, de raças, credos, ideologias. É um lugar que forma nossa visão do todo e nos faz mais universais”, observou Custódio.
Seguindo sua fala, o reitor comemorou a programação UFC 70 anos e os avanços que estão por vir, tanto institucionais quanto nas estruturas dos campi. Além da própria Caravana, Custódio mencionou a biografia da Universidade, atualmente em produção pelo escritor cearense Lira Neto; do ginásio poliesportivo e novos prédios que em breve serão finalizados no Campus de Sobral; do Campus Iracema e do novo Hospital Universitário, futuros equipamentos em Fortaleza.
RELATOS DE EGRESSOS – Destaque da noite, o encontro “Trajetórias universitárias: amizades, carreiras e histórias de vida” reuniu egressos dos cursos oferecidos no Campus de Sobral para apresentarem seus relatos sobre a experiência na Universidade e como ela impactou suas vidas. Os participantes foram sugeridos por professores e coordenadores das respectivas graduações, tanto pelo desempenho acadêmico quanto pelo peso simbólico de alguns aspectos em suas caminhadas dentro e fora da UFC.
Para facilitar a condução do debate, cada egresso foi orientado a escolher uma palavra que melhor representasse o significado da Universidade em suas vidas. Oportunidade, desenvolvimento, superação e descoberta foram algumas delas. Em todas as falas, foram destacados elementos que vão além da sala de aula, a exemplo dos vínculos com colegas e servidores; os contatos e incentivos que ajudaram no início da carreira; as redes de apoio que tornaram possível a permanência nos cursos; e o papel fundamental das políticas públicas de acesso à educação e à cultura.
“Filho de projetos como Amigos da Leitura”, como ele mesmo se define, Jackson Crispim escolheu a palavra “travessia” para representar sua experiência no ensino superior. Egresso do curso de licenciatura em Música, Jackson foi aluno de rede pública de ensino durante toda a formação escolar e a primeira pessoa da família a fazer uma graduação.
Para ele, estar na Universidade é “estar em outro lugar além da sua realidade. Ela oferece a oportunidade de exercitar seu olhar para os lados, de enxergar que você também é a sua comunidade, seu bairro, sua família, sua escola”, pontuou. Assim como outros egressos, Jackson emociona-se por hoje desempenhar o mesmo trabalho de seus ex-professores e de poder passar aos seus alunos o mesmo encorajamento que recebeu como graduando.
Para Juliana Maria do Nascimento Mota, graduada em Psicologia e, atualmente, professora substituta do mesmo curso, as políticas públicas de acesso à educação também foram fundamentais. Aluna da primeira turma de cotistas “50-50” (que se beneficia tanto da cota de 50% das vagas gerais destinadas a alunos da rede pública quanto da cota de 50% dessas vagas específicas para pessoas de baixa renda), Juliana escolheu a palavra “esperançar”. Seu primeiro contato com a UFC aconteceu bem antes de virar caloura, quando via seu pai, servente de obras, trabalhar na construção do bloco do curso de Odontologia, no Campus de Sobral.
“Fiz cursinho comunitário, fui mãe solo adolescente, fui cotista. Minha trajetória nesta Universidade foi feita também por muitas mulheres que vieram antes de mim. A luta é coletiva”, definiu. Nesse processo, Juliana destacou a importância das redes de apoio, “que te sustentam para você não desistir”, mencionando o exemplo da professora Denise Silva Vasconcelos. Falecida em 2022, a docente era tida por muitos alunos como exemplo de acolhimento e incentivo – não por acaso, foi retratada em uma das artes presentes na exposição “UFC 70 anos: uma história das histórias do campus de Sobral”.
Já a experiência de Clotério Ponciano Lima se diferencia pela idade do egresso: aos 55 anos, com os filhos criados e estabelecido na profissão, resolveu voltar a estudar e passou para Medicina em Sobral. Hoje, aos 64, trabalha como médico na região, inclusive dentro do programa Mais Médicos.
“Aprendi e ensinei muito, morei em república, foi uma experiência magnífica. Não tem nada melhor para a gente do que se reinventar, recomendo a todo mundo”, declarou, enquanto revelava sua palavra escolhida: “renovação”.
ATIVIDADES – A programação UFC 70 anos no Campus de Sobral seguiu também na terça (10), com a mesa-redonda “Universidade e ciência: lugares de mulher”, com a profª Adeline Stervinou; a vice-reitora da UFC, profª Diana Azevedo; e a vice-diretora do Campus de Sobral, profª Rita Helena Gomes, além do projeto Pôr do Som e feira de economia criativa.
Nesta quarta (11) e quinta-feira (12), foi a vez do campus de Itapajé realizar sua programação em alusão ao aniversário da UFC e à passagem da Caravana, também com atividades culturais, apresentações artísticas, debates e encontro de egressos, incluindo palestra com a ONG Movamus (Movimento de Valorização da Mulher) e apresentação da Camerata de Cordas da UFC.
Fonte: Secretaria de Comunicação e Marketing (UFC Informa) – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.