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CONSUNI comemora os 70 anos da UFC e aprova diplomação post mortem de Bergson Gurjão Farias

Em sessão solene, realizada na segunda-feira (16), o Conselho Universitário (CONSUNI) da Universidade Federal do Ceará (UFC) celebrou os 70 anos da instituição, completados no mesmo dia. Gestores, servidores docentes e técnico-administrativos, discentes e representantes externos tiveram a oportunidade de relatar suas memórias, seus sonhos e suas aspirações, envolvendo a Universidade, e também fizeram votos de bons desejos para as próximas décadas da UFC.

Imagem: Foto geral da sala do Conselho Universitário com vista dos conselheiros sentados

A vice-reitora da UFC, professora Diana Azevedo, abriu o momento de felicitações lembrando a sua formação acadêmica na UFC e fazendo uma homenagem à sua alma mater, saudando as mulheres. “Quero saudar de forma muito especial as mulheres que fizeram e fazem essa casa”, ressaltou. A servidora Elaine Teixeira, representante do corpo técnico-administrativo no CONSUNI, também destacou a importância daqueles que diariamente constroem a UFC, chamados por ela de “tesouros humanos”.

“São técnicos, são docentes, são estudantes, são terceirizados, que vivem aqui, que dedicam os melhores anos das suas vidas para construir esta Universidade e constroem com muita dedicação”, frisou. E desejou para os próximos 70 anos “um ambiente de trabalho livre de assédio, um ambiente que a gente possa estar cada vez mais vivendo paritariamente, não só a paridade de técnicos, docentes e estudantes, mas a paridade de homens e mulheres, de pessoas negras dentro deste Conselho”.

O coordenador de Articulação Política Institucional da UFC, Daniel Fonsêca, que foi egresso da instituição e já atua como servidor técnico-administrativo há 20 anos, destacou o quanto a sessão do CONSUNI, que antecedeu o momento solene, representou muito dos desafios que a comunidade acadêmica precisa enfrentar para definir a missão e a visão da Universidade que se quer. Isso é ainda mais emblemático, depois dos últimos anos em que a democracia universitária esteve em risco.

“A gente tem o desafio de voltar a discutir o projeto de universidade. Que a gente consiga, passado esse momento de resistência, restabelecer que projeto de universidade a gente deve defender em favor das maiorias sociais”, frisou Fonsêca. Bruno Gabriel Rodrigues de Abreu, representante discente, também lembrou sobre a defesa da Universidade, que sempre foi atacada. “Cada um que está aqui é uma referência, não só por estar na UFC, mas por lutar por essa casa”, disse.

O discente, que será o primeiro da família dele a se formar em uma universidade, ressaltou a importância da UFC não só para a sociedade cearense, mas também para o país. Também destacou a importância de comemorar bem os 70 anos da Universidade, com programações que ocorreram ao longo do ano de 2024. “Quando a gente festeja, a gente festeja algo que a gente gosta, nós não festejamos algo que não gostamos. Quando a gente festeja esta Universidade, é porque nós não só gostamos dela, como defendemos”, afirmou.

O diretor da Faculdade de Direito, professor Gustavo César Machado Cabral, relembrou ainda a criação da UFC, que teve relação com a faculdade na qual atualmente é diretor. A Universidade foi criada a partir da junção de instituições que já existiam em Fortaleza – Faculdade de Direito, Escola de Agronomia do Ceará, Faculdade de Medicina e Faculdade de Farmácia e Odontologia do Ceará. Gustavo citou ainda a importância do legado das pessoas que fazem a UFC. “Quem passa pela UFC transmite o seu legado, seja na presença física, seja através das ações”, disse.

O reitor da UFC, professor Custódio Almeida, encerrou a sessão solene falando sobre a alegria dele de ser servidor público e poder estar a serviço da sociedade, cuidando de uma instituição tão significativa para o território onde está inserida. “É uma universidade que está capilarizada na sociedade. Se não fosse assim, passaria despercebida”, disse. Também desejou que a UFC siga adiante, com muitas pessoas fazendo o Ceará, o Brasil e o mundo melhor por meio desta instituição.

Imagem: Foto de vista lateral da sala durante a reunião do CONSUNI

DIPLOMAÇÃO DE BERGSON GURJÃO – Antes da sessão solene, foi realizada a 139ª reunião ordinária do CONSUNI. Na ocasião, foi aprovada, por unanimidade, a diplomação post mortem de Bergson Gurjão Farias. Dessa forma, ele terá o título, de forma simbólica, de graduado em Química, curso que ele fazia na época em que foi perseguido e morto pela ditadura militar brasileira. Bergson Gurjão era aluno do curso de Química da UFC de 1967 a 1969, quando foi expulso por ordem da ditadura, por sua atuação no movimento estudantil da época.

O estudante entrou na clandestinidade, para seguir na luta pela redemocratização do país, porém acabou sendo morto violentamente por militares na região do Araguaia em 1972. Os restos mortais de Bergson só foram entregues à família e velados em 2009. Numa ação de se reconciliar historicamente com ex-militantes do movimento estudantil na UFC, o CONSUNI já havia aprovado em 18 de novembro uma homenagem póstuma a Bergson, nomeando o novo espaço da Reitoria como Espaço Cultural Bergson Gurjão Farias.

O pedido da diplomação partiu da Comissão de Direitos Humanos da UFC. No texto, lido durante a sessão, o presidente da comissão, professor Rafael dos Santos da Silva, afirmou o que esse ato simbólico representa. “Bergson Gurjão Farias é símbolo da luta dos estudantes desta Universidade essencialmente na busca por justiça, direitos, liberdade e democracia na tenebrosa ditadura militar. Se ainda hoje o seu nome é entoado pela comunidade estudantil, é porque suas ações ainda lhes movem”, disse.

A representante discente Dandahra Ariadina Cavalcante Bastos ressaltou a importância da diplomação, saudando a Comissão de Direitos Humanos. “Precisamos marcar o nome de Bergson na nossa história e tenho certeza de que terão outras diplomações feitas pelo Brasil”, afirmou Dandahra, destacando a importância de reconhecer os feitos de quem se dedicou à luta. “O movimento estudantil tem mais uma vitória hoje. Que a gente siga avançando”, frisou.

OUTRAS PAUTAS – Durante a reunião, foram aprovados documentos e ações significativas para o andamento da Universidade. Na primeira pauta, foi aprovada a proposta de minuta do Plano de Logística Sustentável da UFC para os anos de 2025 a 2027. Além de cumprir as exigências legais, o documento apresenta-se como um meio para pensar e colocar em prática medidas de sustentabilidade e inovação na UFC.

Na segunda, foi aprovada a terceira revisão do Plano de Desenvolvimento Institucional da UFC (PDI) para os anos de 2023 a 2027. O PDI é o principal instrumento de planejamento estratégico da Universidade e consiste no documento direcionador de todas as ações institucionais para o cumprimento dos objetivos estratégicos da instituição. “O PDI é um documento dinâmico que vai sendo alterado à medida que a gente vai sentindo necessidade”, explicou o reitor.

Em seguida, foi aprovada a proposta do Plano Anual de Atividades de Auditoria Interna (PAINT) para o exercício de 2025. O documento corresponde ao planejamento anual dos trabalhos de auditoria, tendo como finalidade a definição dos temas e/ou macroprocessos que serão trabalhados em 2025. Dessa forma, ficam definidas as prioridades da auditoria, de modo a garantir os recursos necessários para o seu cumprimento.

Fonte: Divisão de Apoio aos Conselhos Superiores da UFC – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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