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LABOMAR-UFC vence edital nacional e renova o único Programa Ecológico de Longa Duração no Ceará

Única iniciativa do Ceará aprovada na Chamada Pública CNPq/CONFAP-FAPs/PELD nº 23/2024, promovida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pelo Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (CONFAP), o Programa de Pesquisa Ecológica de Longa Duração (PELD) da Costa Semiárida do Brasil (CSB), realizado pelo Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR), da Universidade Federal do Ceará (UFC), foi renovado e garantiu financiamento para mais quatro anos de atividades de pesquisa. 

Com a aprovação, o grupo de pesquisadores do LABOMAR receberá o aporte de R$ 300 mil da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP) e R$ 600 mil do CNPq para realizar atividades até 2028. Os trabalhos ocorrerão na Área de Proteção Ambiental do Rio Pacoti, com apoio da infraestrutura do Centro de Estudos Ambientais Costeiros (CEAC) do LABOMAR, no Eusébio.  

Imagem: uma pequena embarcação azul e prata chamada 'TAINHA', ancorada em um rio próximo à margem. Duas pessoas estão a bordo, vestindo coletes salva-vidas e chapéus, manuseando equipamentos e caixas de isopor. Ao fundo, há vegetação densa e água límpida sob um céu azul.

Iniciado pelo Governo Federal em 1997, por meio do CNPq, o PELD disponibiliza recursos para produção e manutenção de pesquisas científicas, bem como para a troca e articulação do conhecimento construído a partir desses estudos, em áreas de referência para a ecologia do país.

Essas áreas são localidades não apenas situadas em diferentes ecossistemas e biomas brasileiros, mas onde há forte atuação e formação de profissionais especializados em pesquisa (sobretudo da pós-graduação). Arquipélago de Abrolhos (BA), APA Costa dos Corais (AL), Campos Rupestres da Serra do Cipó (MG), Mata Atlântica do Norte do Paraná (PR), Áreas Úmidas Amazônicas (AM) e, no Ceará, a Costa Semiárida do Brasil são alguns exemplos.

O objetivo do PELD é contribuir para a construção de modelos sustentáveis de desenvolvimento, a partir da conservação da biodiversidade e do manejo sustentável dos ecossistemas.

DESTAQUE NO CEARÁ – Aprovado em Chamada Pública do CNPq de 2020 e iniciado naquele mesmo ano, o PELD Costa Semiárida do Brasil é o primeiro Projeto de Pesquisa Ecológica de Longa Duração com sítio de pesquisa no Ceará e no litoral semiárido brasileiro.

A intenção dos pesquisadores é compreender de que maneira a semiaridez e as mudanças ambientais afetam os sistemas socioecológicos costeiros – dos microrganismos aos seres humanos –, incluindo também a fauna e flora desses ambientes. A ação humana vem modificando os oceanos rapidamente, com consequências sociais, econômicas e ambientais graves que põem em risco a vida da humanidade e de todas as espécies do planeta.

O projeto conta com uma rede de 50 colaboradores em diversas universidades do país e do exterior – incluindo, além da própria UFC, a Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar); Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA); Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB); Universidade Autônoma de Barcelona (UAB, Espanha); e a Universidade de Salento (em Lecce, Itália). Também colaboram a ONG Aquasis e a Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente de Fortaleza (SEUMA). 

Imagem: grupo de pessoas em um laboratório. Algumas estão usando jalecos brancos e outras roupas casuais. Elas estão em atividades diversas: uma pessoa trabalha em um microscópio, outras estão de pé observando ou conversando. O ambiente contém armários, bancadas de trabalho e equipamentos de laboratório

Nos últimos quatro anos, o PELD Costa Semiárida do Brasil realizou diversas atividades de campo e de laboratório, dando origem a 25 artigos publicados em periódicos nacionais e internacionais, duas teses de doutorado, quatro dissertações de mestrado, quatro trabalhos de conclusão de curso de graduação e dezenas de artigos e vídeos de divulgação.

“É fundamental entendermos o impacto dos eventos climáticos extremos na dinâmica das populações de animais da nossa costa, bem como suas consequências para a sociedade. Por isso, o PELD no Ceará tem grande relevância”, reforça a oceanógrafa Ana Cecília Costa, bolsista de pós-doutorado pela FUNCAP.

Nesse contexto, a renovação do projeto até 2028 se faz necessária tendo em vista a ocorrência cada vez mais frequente de eventos climáticos extremos – entre chuvas intensas e prolongadas, secas intensas e ondas de calor. “Isso tudo tem repercussões sobre o meio ambiente e a vida de comunidades, como a dos pescadores”, pontua o professor Marcelo Soares, coordenador do PELD Costa Semiárida do Brasil.    

Fonte: Marcelo Soares, professor do LABOMAR-UFC – fone: (85) 3366.7010 

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