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Agência UFC: Pesquisadores desenvolvem emulsão mais barata e eficaz para tratamento da doença de Chagas

Pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) desenvolveram uma proposta de tratamento mais moderno para a doença de Chagas a partir de dois elementos da flora brasileira, o cogumelo do sol (Agaricus blazei Murill), encontrado na Mata Atlântica, e a árvore mofumbo (Cobretum leprosum), nativa da Caatinga. Trata-se de uma emulsão que promete ser mais eficaz no combate à infecção no seu estágio crônico, bem como produzir menos efeitos colaterais no paciente.

Imagem: Equipe de pesquisadores posa para foto em laboratório

O estudo gerou uma carta-patente à UFC concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e foi elaborado por uma equipe multidisciplinar, formada por professores dos departamentos de Química Orgânica e Inorgânica e de Farmácia da UFC.

A ideia original era elaborar um curativo para tratamento de feridas tendo como ativo o composto químico triterpeno, presente no mofumbo, conhecido por seus efeitos antimicrobianos. No entanto, a investigação em laboratório apontou novos caminhos. “Ao percebermos o potencial antichagásico dessa substância, alteramos o rumo dos estudos”, comenta a professora Elenir Ribeiro, que assina como inventora principal da patente.

Iniciados os trabalhos, a equipe enfrentou um desafio: a baixa solubilidade do triterpeno, o que limitava o seu uso clínico. Como solução, chegaram aos polissacarídeos do cogumelo do sol, que tornaram possível o uso do triterpeno em uma emulsão mais estável. O resultado foi uma fórmula farmacêutica líquida com menor toxicidade.

 “A encapsulação do triterpeno foi capaz de reduzir o seu potencial citotóxico contra células hospedeiras. Assim, espera-se que a principal vantagem dessa formulação seja a sua maior segurança quando comparada às opções presentes no mercado. Contudo, esses dados só serão confirmados após a condução dos ensaios in vivo e clínicos”, explica a pesquisadora.

Ainda de acordo com a estudiosa, o medicamento é inédito e traz vantagem quanto à redução de custos. “O fato de os principais componentes serem nativos do Brasil acaba facilitando a sua obtenção e, consequentemente, reduzindo os custos com importação. Como sabemos, a biodiversidade brasileira, apesar de sua vasta riqueza, ainda é pouco explorada, sobretudo no que diz respeito ao desenvolvimento e à inovação de medicamentos. Assim, é de suma importância a sua exploração a fim de gerar produtos de valor agregado”, ressalta Elenir Ribeiro.

Mais informações estão disponíveis na matéria completa da Agência UFCAgência UFC, veículo de divulgação científica da Universidade.

Fonte: Elenir Ribeiro, professora do Departamento de Química Orgânica e Inorgânica – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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