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Terça, 10 Junho 2025 19:27

Escrito por UFC Informa

Na segunda-feira (9), a Universidade Federal do Ceará (UFC) formou sua 125ª turma do curso de Medicina. Ao todo, 79 formandos colaram grau em cerimônia realizada no auditório da Faculdade de Direito, acompanhados de amigos e familiares.

Entre eles estava Roelbe do Carmo Bezerra Júnior, de 26 anos. Natural do Maranhão, o jovem conquistou uma das vagas em Medicina pelo sistema de cotas, e precisou se mudar para Fortaleza para frequentar o curso. “Fiz três anos de cursinho, e eu até esperava passar para Medicina, mas quando soube que consegui em uma universidade tão boa quanto a UFC, foi uma surpresa. Eu estava disposto a cursar onde passasse”, recordou o formando.

Além dos desafios próprios da graduação, Roelbe também lembrou todas as responsabilidades que vieram quando passou a morar sozinho. “Foi muito esforço para chegar nesse momento, poder finalmente colar grau e me tornar médico pela Universidade Federal do Ceará. É um sonho não só meu, da minha família inteira”, comemorou.

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Muitos desafios também foram enfrentados pela colega Larissa Karine Pereira da Silva, de 24 anos. Natural do município de Horizonte, ela cursou escola profissionalizante e fez curso técnico em Enfermagem antes de passar para Medicina. “Esse sonho vem muito lá de trás, sabe? Vim de uma escola que valorizava muito o ensino superior de qualidade. Então vir para a UFC foi muito marcante, todos vibraram bastante comigo por essa vitória”, conta.

Acompanhada dos pais, avós e irmã, Larissa não escondia a satisfação pela oportunidade de colar grau presencialmente. “Tive colegas, inclusive da minha cidade, que sentiram falta desse momento presencial, sabe? Estar aqui com minha família é o ponto alto de uma jornada que começou muito antes, lá atrás, com meus professores, com as pessoas que me ajudaram. É uma vitória construída por muitas mãos, não só pelo meu esforço”, reconheceu.

Aluno mais velho da turma, Felipe Maciel tem 37 anos e decidiu tentar a graduação em Medicina mesmo já sendo formado em Ciências Biológicas e enquanto cursava mestrado na UFC. “Sempre tive essa vontade, e ela reacendeu durante a pós-graduação”, recordou. Acompanhado da esposa e dos dois filhos, Felipe conta que precisou administrar os esforços com cuidado. “Ao mesmo tempo em que tive apoio da minha família, precisei cuidar para garantir tempo de qualidade com eles”, completou. 

FALAS DE AGRADECIMENTO – Em seu discurso como representante discente, o formando Guilherme Martins Oliveira destacou que, há seis anos, o momento da colação era apenas um sonho, concretizado com o apoio e a contribuição de familiares, amigos e professores. Ao longo da jornada, o período do internato foi recordado com orgulho especial. “Quantos dias felizes! Dias em que tudo parecia fazer sentido. Mas também houve dias extenuantes, que evidenciaram os desafios de promover saúde pública em um país ainda tão desigual”, destacou o formando.

No fim da fala, Guilherme reforçou a importância de manter o compromisso do exercício de uma “medicina ética, humana, que respeita a vida e as diferenças. Uma medicina, sobretudo, baseada em evidências, que não é o fim em si mesma, mas um meio de promover saúde, cuidado e inclusão”, concluiu.

Escolhida como representante dos docentes na cerimônia, a professora Renata Carvalho Leitão também ressaltou a obtenção do diploma como uma conquista coletiva. “A Universidade Federal do Ceará ofereceu a vocês o que há de mais valioso na formação médica: excelência técnica, rigor científico, sensibilidade humanista e, acima de tudo, compromisso com a sociedade. Ser formado em uma universidade pública, gratuita e de qualidade é um privilégio, que traz consigo a responsabilidade de retribuir à sociedade brasileira o investimento que ela fez em cada um de vocês. Esse diploma que hoje vocês recebem não foi conquistado apenas com esforço individual. Ele é feito de uma construção coletiva, iniciada com recursos públicos, viabilizada com uma política de Estado e sustentada com o compromisso social da nossa instituição”, resumiu a servidora.

No discurso final da cerimônia, o reitor da UFC, Custódio Almeida, reforçou a colação de grau como o fechamento de um ciclo importante, mas que nem de longe encerra a trajetória de desenvolvimento e amadurecimento intelectual dos formandos. “Este dia encerra um percurso e dá início a um novo percurso. Bem-vindos e bem-vindas de volta ao começo”, pontuou.

“Há mais de 70 anos, a UFC vem transformando o Ceará e tornando a vida dos cearenses mais aberta ao mundo e mais rica em oportunidades. E, a partir de hoje, vocês também serão protagonistas dessa missão. Entre o que estamos vivendo e o futuro que se anuncia para nós, há a exigência do compromisso com o bem comum, com a justiça social e com a vida”, completou o gestor. 

Em uma espécie de quebra de protocolo, a médica, cordelista e professora da Faculdade de Medicina da UFC Paola Tôrres encerrou a colação declamando um poema de cordel em homenagem aos novos médicos e médicas. “Não se compra vocação / nem se ensina em cartaz / ela brota no silêncio de um plantão duro e sagaz / e floresce em cada gesto que escuta, que se refaz / parabenizo vocês pelo passo conquistado / levem com responsabilidade esse sonho realizado”, celebrou a servidora, em versos que emocionaram os presentes.

Fonte: Secretaria de Comunicação e Marketing (UFC Informa) – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.