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Terça, 26 Setembro 2023 18:13

O Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), vinculado ao Complexo Hospitalar gerido pela Universidade Federal do Ceará e pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), uniu-se, nesta terça-feira (26), ao Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (HEMOCE), equipamento do Governo do Estado do Ceará, em uma manhã de comemoração. A solenidade conjunta, realizada no auditório do HEMOCE, no bairro Rodolfo Teófilo, marcou os 15 anos de serviço de transplantes de medula óssea no Ceará, executado em parceria entre as duas instituições.

Compuseram a mesa solene a secretária da Saúde do Estado do Ceará, Tânia Mara Coelho; o reitor da UFC, Prof. Custódio Almeida; a diretora do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará, Luciana Carlos; o diretor da Faculdade de Medicina da UFC, Prof. João Macêdo; o chefe da Unidade de Hematologia e Hemoterapia do HUWC, Prof. Fernando Barroso; a superintendente do Complexo Hospitalar UFC/EBSERH, Profª Josenília Gomes; a secretária executiva de Atenção à Saúde e Desenvolvimento Regional do Estado, Joana Gurgel; a gerente de Atenção à Saúde do Complexo Hospitalar UFC/EBSERH, Magda Almeida; e o coordenador da rede assistencial da Secretaria da Saúde do Estado, Manoel Pedro.

A parceria HUWC/HEMOCE já viabilizou 769 transplantes de medula óssea, 541 deles autólogos (quando o paciente recebe o transplante de suas próprias células saudáveis), 152 alogênicos aparentados (quando são transplantadas células de um doador da família), 47 alogênicos não aparentados (quando são transplantadas células de um doador externo à família) e 29 haploidênticos (feito com células de doadores que são parcialmente compatíveis, utilizado na ausência total de doador). Já foram transplantados pacientes oriundos de 73 municípios cearenses, além de estados como Maranhão, Paraíba, Rio Grande do Norte e Amapá.

O dia 26 de setembro de 2008 marca a realização do primeiro transplante autólogo do Estado, em um paciente com mieloma múltiplo. Em 4 de setembro de 2014, foi a vez de Eliseudo de Brito, natural de Quixeré, em quem foi feito o primeiro transplante alogênico aparentado. O agricultor teve sintomas como palidez, anemia, dores abdominais e sangramentos, tendo passado por unidades de saúde locais e regionais, até ser encaminhado para o Hospital Dr. César Cals, em Fortaleza, onde descobriu um quadro de leucemia mieloide aguda (LMA). Encaminhado para prosseguir com o tratamento no HUWC e no HEMOCE, ele está plenamente recuperado.

“Fiz meu transplante de medula com doação feita por meu irmão, que era compatível. Hoje estou com 37 anos, faço acompanhamento a cada seis meses, e está tudo sob controle. Quem tem fé e vontade de viver vai em frente”, afirmou o paciente, expressando ainda gratidão pelas equipes que o assistiram. “As pessoas que podem doar devem ir, pois é uma ação que salva vidas”, aconselhou.

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Natália Freire, enfermeira do HUWC, falou em nome da equipe multiprofissional do serviço, frisando que a unidade é a única no Estado que funciona inteiramente via Sistema Único de Saúde (SUS). “Ser referência nacional em transplantes é motivo de orgulho para todos nós e um estímulo para buscarmos a excelência. No nosso DNA existe a necessidade contínua de melhoria e inovação, e oferecemos cuidado humanizado e único para cada paciente que nos procura. Também não podemos deixar de mencionar o trabalho de ensino e pesquisa, com a formação de profissionais em transplante de medula óssea”, ressaltou a servidora.

O Prof. Custódio Almeida parabenizou os profissionais envolvidos na parceria, que já devolveu a saúde a tantos pacientes. “Como reitor, quero ter um olhar especial para esse bairro que abriga nosso Complexo Hospitalar e trabalhar muito para seu desenvolvimento. Estamos retomando um projeto que vem sendo desenhado há muito tempo, que é o do Distrito de Inovação em Saúde Viva@Porangabuçu. Queremos investir mais nas pessoas e nos equipamentos de saúde aqui localizados, trazendo mais recursos para projetar o bairro como referência. Para isso, já sentimos fortemente o apoio do ministro Camilo Santana, do governador Elmano de Freitas e da bancada federal cearense”, declarou sobre o projeto estratégico.

A diretora do HEMOCE, Luciana Carlos, qualificou a marca de 15 anos de transplantes de medula como “um sonho que se sonhou junto. A convergência entre instituições que vemos aqui nesta mesa expressa o quanto esse trabalho é coletivo e público, com o objetivo de servir a todos. Encontrei aqui no HEMOCE a certeza de que tudo vale a pena, quando a gente se esforça para ajudar as pessoas. Começamos a história do nosso hemocentro recebendo a solidariedade na forma de sangue e hoje a recebemos também na forma de medula óssea”, sintetizou, acrescentando que um dos maiores ganhos do equipamento é poder devolver saúde e sorrisos aos pacientes.

Em sua fala, a secretária de Saúde do Estado, Tânia Mara Coelho, fez um breve panorama dos esforços da secretaria no sentido de fortalecer a rede assistencial na realização de transplantes e falou sobre os estudos em curso, envolvendo a saúde estadual e a Fundação Osvaldo Cruz no Ceará (FIOCRUZ-CE) para utilização do tratamento Car-T Cell – modalidade de terapia oncológica em que células de defesa do paciente (linfócitos T) são geneticamente modificadas para eliminar células tumorais.

Por fim, a secretária agradeceu especialmente aos doadores. “Sem eles nada seria viável, da doação de sangue ao transplante de medula óssea. Fica aqui toda a nossa gratidão. Que venham mais 15 anos, e que a gente possa desenvolver cada vez mais a inovação na assistência, seja em uma transfusão de sangue, em um transplante, no Car-T Cell, seja em toda e qualquer técnica que leve saúde à população”, finalizou.

Em seguida à mesa solene, pacientes, profissionais de saúde e autoridades cantaram os parabéns para o serviço de transplante de medula óssea, com direito a bolo de 15 anos.

BANCO DE MEDULA – Para se cadastrar como doador de medula óssea no Núcleo de Medula do HEMOCE, é necessário cumprir os seguintes requisitos: ter entre 18 e 35 anos; não ter tido câncer e apresentar documento de identidade com foto. O cadastro é realizado com a assinatura de um termo de consentimento e a coleta de uma amostra de sangue, para verificar a compatibilidade com pacientes.

No ato do cadastro, é preciso fornecer, além dos dados pessoais, dois contatos próximos para que seja possível ágil localização, caso haja paciente compatível. O cadastro é feito uma única vez, havendo necessidade apenas de mantê-lo atualizado.

Fontes: Núcleo de Medula do HEMOCE – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. | Serviço de Hematologia do HUWC – fone: (85) 3366 8434