Reitoria recebe representantes das Indústrias Nucleares do Brasil para tratar de parcerias e capacitação profissional
- Sexta, 22 Março 2024 10:19
A vice-reitora no exercício da Reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC), Profª Diana Azevedo, recebeu, na manhã de quinta-feira (21), representantes das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia que gerencia a cadeia produtiva de materiais nucleares no País.
O encontro teve como objetivo tratar do Consórcio Santa Quitéria – que engloba a INB e a empresa privada do ramo de fertilizantes Galvani –, envolvendo as próximas etapas de licenciamento do projeto de mineração de urânio e fosfato, bem como o relacionamento com a Universidade para desenvolver parcerias na capacitação dos recursos humanos que devem vir a ser naturalmente demandados pelo empreendimento.
O diretor de Recursos Minerais da INB, Luiz Antônio da Silva, afirmou que uma das prioridades da empresa pública, até pelo seu caráter de Estado, é tentar traçar linhas de cooperação com as universidades. "E nesse sentido, nossa intenção é cooperar entre instituições, com toda a Universidade, e não somente em cursos específicos que terão uma vinculação mais óbvia com o projeto", assegurou ele. Na sequência, Alessandra Barreto, coordenadora do Projeto Santa Quitéria na INB, fez uma exposição sobre as atualizações já feitas no projeto do consórcio e compartilhou documentos sobre seu licenciamento. “O projeto prevê 2,3 bilhões em investimentos e tem sofrido mudanças tecnológicas e de licenciamento”, contou, ressaltando em seguida a dependência do Brasil da importação de produtos fosfatados, que corresponderão a 98% da extração na região.
O Prof. Sandro Vagner, diretor do Campus de Crateús, também participou da reunião e fez referência ao fato de ser a UFC a instituição de ensino e pesquisa mais próxima da região onde fica a mina de Itataia, localizada no município cearense homônimo ao consórcio. “Além do nosso curso, a formação em Engenharia de Minas mais próxima é a da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), no estado da Paraíba. São cerca de 700 quilômetros. Também temos graduação em Engenharia Ambiental e Sanitária, uma área que tem expertise em gestão e análise de impactos ambientais”, disse o dirigente.
A assessora de Meio Ambiente do Gabinete da Reitoria, Profª Aliny Abreu, fez menção ao bacharelado em Ciências Ambientais, vinculado ao Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR), como outro curso-chave no processo, e expressou preocupação com o monitoramento da geração de resíduos pelo empreendimento: “O ideal seria um monitoramento em tempo real. Outra coisa fundamental são os indicadores humanos, como escolarização, renda e benefícios para as populações da região”.
A Profª Diana Azevedo frisou a importância da Universidade não só no diálogo sobre a mitigação dos impactos desse tipo de empreendimento, com suas pesquisas e vozes dissonantes, como também na divulgação científica, um dos pilares da comunicação pública oriunda do ambiente universitário. “A UFC é um universo de diversidade capaz de fazer essa interlocução”, qualificou.
Além da vice-reitora e dos participantes mencionados, estiveram presentes também à agenda o pró-reitor-adjunto de Relações Interinstitucionais, Prof. Barros Neto, e a chefe do Departamento de Geologia da UFC, Profª Irani Clezar Mattos.
Fonte: Gabinete da Reitoria – Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.