Portal da UFC - Universidade Federal do Ceará

Segunda, 05 Agosto 2024 18:02

Gestores da administração superior e acadêmica e pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) representaram a Instituição na solenidade de sanção, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da Política Nacional do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono, também conhecida como Lei do Hidrogênio Verde (H2V). O evento ocorreu na sexta-feira (2), no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, em São Gonçalo do Amarante, e contou com a presença do ministro da Educação, Camilo Santana; do governador do Ceará, Elmano de Freitas; e da vice-governadora, Jade Romero, além de outros ministros de Estado, parlamentares e membros da comunidade ligada à temática da energia.

O documento sancionado, além de dispor sobre a política nacional mencionada, institui o Regime Especial de Incentivos para a Produção de Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (REHIDRO) e cria o Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (PHBC). 

Escolhido pelo Palácio do Planalto para o anúncio do marco legal, o Ceará desponta como um dos estados mais estratégicos para a cadeia produtiva de hidrogênio verde, uma vez que receberá no Complexo do Pecém um hub de produção e distribuição de H2V. O complexo estima, até 2030, gerar 80 mil postos de trabalho e produzir um milhão de toneladas do combustível com 6 GW de eletrólise. Protocolos de entendimento para a instalação de pelo menos seis plantas industriais no local já estão firmados com empresas como Fortescue e Qair, com previsão de investimentos da ordem de R$ 50 bilhões.

Em sua fala, Elmano de Freitas saudou nominalmente as pesquisadoras Carla Freitas (Centro de Tecnologia-UFC) e Mona Lisa Moura (Universidade Estadual do Ceará - UECE), referindo-se à comunidade acadêmica que tem produzido largamente ciência sobre temas ligados ao hidrogênio verde. Também frisou que a legislação dará tranquilidade ao poder público e aos investidores para fomentar o segmento. “Essa segurança jurídica era necessária para isso. O Ceará tem 39 memorandos, seis pré-contratos e três licenças prévias ambientais assinadas. Tenho absoluta convicção do momento histórico que estamos vivendo hoje”, afirmou o governador.

Já Lula chamou a atenção para o fato de que o Brasil é um dos países mais competitivos e privilegiados do mundo com relação a energias limpas e renováveis. O presidente destacou também as desigualdades regionais, contra as quais apontou serem essenciais o desenvolvimento da Região Nordeste e o potencial da região para colocar a nação no topo da transição energética global.

“Precisamos tornar o Brasil mais igual. Quero o Nordeste com mais tecnologia, infraestrutura, com condições melhores. Não posso esquecer de onde vim, quem eu fui e para onde vou voltar”, defendeu o dirigente do Governo Federal.

Entre as autoridades convidadas, o Prof. Custódio Almeida ressaltou a solenidade como um marco histórico no processo de transição energética do Brasil e afirmou que o momento traz uma oportunidade ímpar para o Ceará ser protagonista da mudança da matriz enérgica global, com altíssimo potencial de desenvolvimento econômico e social. 

“A UFC integra todo esse projeto por meio das pesquisas em desenvolvimento, que ganharão reforço significativo e contribuirão muito em todas as etapas desse processo, desde a geração de energia limpa, necessária para a produção do hidrogênio verde, até a logística envolvida no armazenamento e na distribuição”, enumerou o reitor. Além da UFC, outras 13 instituições de ensino e pesquisa fazem parte da Rede de Pesquisa e Inovação em Energias Renováveis do Ceará (Rede VERDES), criada no início deste ano.

Na ocasião, também foi assinada pelo presidente ordem de serviço que destina R$ 750 milhões à construção do trecho 6 da Ferrovia Transnordestina, ligando os municípios de Quixadá e Quixeramobim. 

De acordo com o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, o hub de hidrogênio verde no Ceará e a Ferrovia Transnordestina impactarão não só o Pecém e seu entorno, como também outros portos e zonas produtivas, como as de Suape (PE) e Itaqui (MA). “A partir de hoje, o mundo passa a observar o Porto do Pecém como uma grande janela de oportunidades de investimento no hidrogênio verde”, finalizou.

Fonte: Gabinete da Reitoria – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.