Vice-reitora representa UFC em etapa local da Estratégia Brasil 2050, promovida pelo Ministério do Planejamento e Orçamento
- Sexta, 11 Abril 2025 12:49
Foi realizada em Fortaleza, na quinta-feira (10), a etapa estadual do projeto Diálogos para Construção da Estratégia Brasil 2050, promovido pelo Governo Federal por meio do Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO). A vice-reitora da Universidade Federal do Ceará (UFC), professora Diana Azevedo, representou a Instituição e integrou painel de abertura do evento, realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) com a presença de acadêmicos, autoridades das três esferas do poder público, representantes do setor produtivo e lideranças comunitárias.
Além da vice-reitora, integraram a programação a secretária Nacional de Planejamento, Virgínia de Ângelis; o secretário estadual do Planejamento e Gestão do Estado do Ceará, Alexandre Cialdini; a vice-prefeita de Fortaleza, Gabriella Aguiar; o primeiro-vice-presidente da FIEC, Carlos Prado; a ativista Maria da Penha Fernandes, entre outros convidados.
Os ciclos de debates estaduais já passaram por Espírito Santo (20/3), Minas Gerais (21/3), São Paulo (31/3), Paraíba (3/4) e Pernambuco (4/4). Ainda estão previstos outros cinco encontros nos estados da Bahia (no dia 11/4), do Rio Grande do Sul (dia 24/4) e em Brasília, no Distrito Federal (dia 29/4). Mato Grosso do Sul e Pará estão agendados para receber a programação em maio. A previsão é de que todo o processo seja finalizado até 31 de julho de 2025.
O vice-presidente da FIEC, Carlos Prado, qualificou o evento como uma oportunidade de diálogo para construir estratégias e criar bases para o fortalecimento socioeconômico do Nordeste. “É a semente de um futuro promissor para a região Nordeste e para o Brasil. Os dados que estamos entregando ao Ministério aqui, fruto do projeto Integra Brasil, são uma síntese do que o Nordeste pode fazer pela integração nacional. Não se garante integração enquanto houver desigualdade”, defendeu.
Gabriella Aguiar reforçou que a gestão municipal de Fortaleza, que acaba de chegar a 100 dias de mandato, possui o desafio de administrar a capital com o maior Produto Interno Bruto (PIB) do Nordeste, mas também a quarta mais desigual do País. “As mudanças e o futuro que queremos dependem de decisão política. Por isso é que pedimos que o Governo Federal, junto com esses diálogos, leve a nossa realidade”, salientou a vice-prefeita.
Já o secretário Alexandre Cialdini afirmou que o tom dos diálogos sobre a Estratégia Brasil 2050 é fazer com que o País possa agir sistematicamente, com um método ancorado no equilíbrio fiscal. “Quanto mais a gente se planeja, mais a gente se prepara para crises exógenas, como muitas que vivemos hoje. É preciso um amplo programa de cidadania fiscal no Brasil, que dialogue com a sociedade”, destacou.
Em sua fala, a secretária nacional de Planejamento salientou que o objetivo da iniciativa é trazer para mais perto do Poder Executivo a indústria, a academia e a sociedade civil. “Com o Brasil 2050, queremos fazer isso em comunhão com a população, com todos os estados. Fazer discussões sobre o longo prazo não é descolamento da realidade. É construir uma visão agregadora, para que todos esses planos possam nos levar ao País que desejamos”, frisou, acrescentando que os ciclos estaduais de debate são fundamentais para que cada unidade federativa possa conhecer seus potenciais e responsabilidades dentro dessa construção.
A professora Diana Azevedo citou o aprendizado obtido com experiências bem-sucedidas de projeção e planejamento relativas ao município (Fortaleza 2040) e ao Estado (Ceará 2050), ambas as iniciativas com participação das instituições de ensino superior e especial protagonismo da UFC. “Planejar para um mandato de 4 ou 8 anos, visando apenas à próxima eleição, tende a gerar soluções paliativas que não erradicam a pobreza e as desigualdades regionais. Ao meu ver, é o caso das políticas de ciência, tecnologia e inovação, que não têm tido um planejamento de longo prazo”, apontou.
Ainda segundo a vice-reitora, o Nordeste é um aliado do Brasil na adoção de uma matriz energética limpa e diversificada, com sua localização geográfica privilegiada para escoar energia e produtos verdes para o mundo “como um rio: se não o maior, o mais limpo; se não o mais rápido, o que chega e alimenta a todos”. A dirigente reconheceu ainda que isso tem sido construído com inteligência nacional, formada nas universidades e institutos de pesquisa.
Fechando as falas, Maria da Penha Fernandes cravou seus desejos, enquanto ícone dos direitos humanos no Brasil para os próximos 25 anos: “Desejo que em 2050 o Brasil seja um País em que as mulheres possam viver sem violência e se desenvolver em todas as áreas da sua vida, longe do medo e da opressão. Quando a violência acaba, a vida recomeça. Foi isso o que aconteceu comigo”, disse.
SOBRE A ESTRATÉGIA BRASIL 2050 – A Estratégia Brasil 2050 é uma iniciativa governamental voltada à elaboração de um plano de Estado de longo prazo, que deverá guiar as políticas internas nos próximos 25 anos. Sua construção engloba análises situacionais, identificação de tendências e elaboração de planos setoriais de ação orientados ao desenvolvimento, construídos coletivamente pelo poder público, pelo setor privado, pelas universidades e pela participação popular.
Como resultados, são esperados previsibilidade de ações governamentais, amadurecimento do ambiente de negócios e investimentos e reforço da transparência, além de redução das desigualdades sociais e regionais no Brasil. A população pode se inscrever nos fóruns locais e opinar nas consultas públicas por meio da plataforma Brasil Participativo.
Fonte: Gabinete da Reitoria – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.