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HUWC realiza com sucesso primeiro transplante duplo de pâncreas e rim

Em entrevista coletiva realizada quinta-feira (15), a equipe do Serviço de Transplante do Hospital Universitário Walter Cantídio, da Universidade Federal do Ceará, apresentou à imprensa o primeiro transplante de pâncreas realizado naquela unidade. Uma mulher, de 42 anos, moradora da Capital, foi submetida, simultaneamente, à transplante duplo de pâncreas e rins no dia 26 de novembro.

A cirurgia teve duração de nove horas e contou com uma equipe multidisciplinar de cerca de 30 profissionais, dentre médicos clínicos, cirurgiões, enfermeiros, psicológos, nutricionistas, assistentes sociais, farmacêuticos, entre outros.

Coletiva no HUWCA paciente S.M.C, que recebeu alta na última terça-feira (13), possuía diabetes tipo 1 desde os 11 anos de idade. Ao longo da vida sofreu complicações com a doença que acarretaram significativas perdas de visão e funções renais. Com o procedimento, a transplantada fica agora curada do diabetes.

"Os pacientes que têm diabetes – tipo 1, que são insulino-dependentes e têm necessidade de fazer diálise ou já se encontram fazendo diálise, têm indicação de fazer o transplante de pâncreas para ficarem curados. O transplante, portanto, vem não apenas para curar o diabetes como para evitar complicações que o diabetes pode trazer a longo prazo como retinopatia, que pode levar à cegueira; nefropatia, que é a insuficiência do rim; arteriosclerose, que leva ao infarto precoce, e amputação de membros. A grande importância de se transplantar o rim junto ao pâncreas é que o paciente vai ficar livre do diabetes e isso vai proteger o rim que foi transplantado", explica o cirurgião e coordenador da equipe, Gleydson Borges.

Desde a indicação de transplante ao recebimento do órgão a espera de S.M.C durou em torno de um ano na fila. Em outros centros, a média é de dois a três anos. Atualmente, outros dois pacientes do Walter Cantídio estão sendo preparados para o procedimento, considerado de alta complexidade.

"O transplante de pâncreas exige uma melhor combinação do órgão que vai ser transplantado com o receptor; a gente diz que o pâncreas é mais exigente. Cada vez mais, no Brasil, vem se diminuindo a quantidade de transplante de pâncreas por causa da complexidade do procedimento. A demanda é sempre crescente, vai aumentando em progressão geométrica, enquanto a realização dos transplantes cresce em progressão aritmética devido principalmente às doações. Então a gente sempre aproveita a oportunidade para enfatizar a importância das doações", ressalta o cirurgião.

Na ocasião, o Diretor do Hospital Universitário Walter Cantídio, Eugênio Campos Maia, destacou a atuação da equipe de transplante de fígado da unidade, hoje referência nacional, e assinalou novas modalidades de cirurgias para o futuro. "Temos ainda outros transplantes a realizar no Ceará. Cheguei agora de Brasília onde discutimos a questão de UTI´s nos hospitais e assim que tivermos mais leitos no Hospital Universitário passaremos a fazer transplante de coração e de pulmão. Hoje o Hospital Universitário deixa de ser simplesmente o laboratório da Faculdade de Medicina e passa a ser um gerador de tecnologia em saúde, principalmente de doenças de maior complexidade", afirmou.

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional da UFC - fone: 85 3366 7331 / 85 3366 7330

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