HUWC realiza com sucesso primeiro transplante duplo de pâncreas e rim
- Quinta, 15 Dezembro 2011 21:00
Em entrevista coletiva realizada quinta-feira (15), a equipe do Serviço de Transplante do Hospital Universitário Walter Cantídio, da Universidade Federal do Ceará, apresentou à imprensa o primeiro transplante de pâncreas realizado naquela unidade. Uma mulher, de 42 anos, moradora da Capital, foi submetida, simultaneamente, à transplante duplo de pâncreas e rins no dia 26 de novembro.
A cirurgia teve duração de nove horas e contou com uma equipe multidisciplinar de cerca de 30 profissionais, dentre médicos clínicos, cirurgiões, enfermeiros, psicológos, nutricionistas, assistentes sociais, farmacêuticos, entre outros.
A paciente S.M.C, que recebeu alta na última terça-feira (13), possuía diabetes tipo 1 desde os 11 anos de idade. Ao longo da vida sofreu complicações com a doença que acarretaram significativas perdas de visão e funções renais. Com o procedimento, a transplantada fica agora curada do diabetes.
"Os pacientes que têm diabetes – tipo 1, que são insulino-dependentes e têm necessidade de fazer diálise ou já se encontram fazendo diálise, têm indicação de fazer o transplante de pâncreas para ficarem curados. O transplante, portanto, vem não apenas para curar o diabetes como para evitar complicações que o diabetes pode trazer a longo prazo como retinopatia, que pode levar à cegueira; nefropatia, que é a insuficiência do rim; arteriosclerose, que leva ao infarto precoce, e amputação de membros. A grande importância de se transplantar o rim junto ao pâncreas é que o paciente vai ficar livre do diabetes e isso vai proteger o rim que foi transplantado", explica o cirurgião e coordenador da equipe, Gleydson Borges.
Desde a indicação de transplante ao recebimento do órgão a espera de S.M.C durou em torno de um ano na fila. Em outros centros, a média é de dois a três anos. Atualmente, outros dois pacientes do Walter Cantídio estão sendo preparados para o procedimento, considerado de alta complexidade.
"O transplante de pâncreas exige uma melhor combinação do órgão que vai ser transplantado com o receptor; a gente diz que o pâncreas é mais exigente. Cada vez mais, no Brasil, vem se diminuindo a quantidade de transplante de pâncreas por causa da complexidade do procedimento. A demanda é sempre crescente, vai aumentando em progressão geométrica, enquanto a realização dos transplantes cresce em progressão aritmética devido principalmente às doações. Então a gente sempre aproveita a oportunidade para enfatizar a importância das doações", ressalta o cirurgião.
Na ocasião, o Diretor do Hospital Universitário Walter Cantídio, Eugênio Campos Maia, destacou a atuação da equipe de transplante de fígado da unidade, hoje referência nacional, e assinalou novas modalidades de cirurgias para o futuro. "Temos ainda outros transplantes a realizar no Ceará. Cheguei agora de Brasília onde discutimos a questão de UTI´s nos hospitais e assim que tivermos mais leitos no Hospital Universitário passaremos a fazer transplante de coração e de pulmão. Hoje o Hospital Universitário deixa de ser simplesmente o laboratório da Faculdade de Medicina e passa a ser um gerador de tecnologia em saúde, principalmente de doenças de maior complexidade", afirmou.
Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional da UFC - fone: 85 3366 7331 / 85 3366 7330