Livro questiona sistema de proteção social no Brasil
- Terça, 12 Junho 2012 13:16
"No contexto atual do desenvolvimento capitalista no País, por que ainda não se conseguiu edificar um sistema de proteção social mais avançado, pelo menos segundo o que é preconizado na Constituição Federal de 1988?". Foi a partir desse questionamento que o Prof. Fernando José Pires de Sousa desenvolveu pesquisa para sua tese de doutorado na Universidade Paris XIII.
O estudo, feito entre 1995 e 2000, foi transformado no livro "Rapport Salarial et Protection Sociale au Brésil" ("Relação Salarial e Proteção Social no Brasil"), lançado em francês, pelas Éditions universitaires européennes. Está à venda, por enquanto, apenas na livraria virtual Amazon.
O Prof. Fernando Pires, do Departamento de Teoria Econômica da Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade (FEAAC), coordena o Observatório de Políticas Públicas. No livro ele analisa como, em países desenvolvidos, em especial após a II Guerra Mundial, a "intervenção do Estado regulando a relação capital-trabalho contribuiu para desencadear um círculo virtuoso de prosperidade, cujo resultado maior foi o desenvolvimento da relação salarial combinada com a construção do Estado de bem-estar social.” Sua pesquisa mostra que o mesmo não aconteceu no Brasil e outros países, como os da América Latina, “a despeito do avanço capitalista e da evolução da relação salarial".
O pesquisador conclui que isso ocorre em razão de o sistema de proteção social no Brasil "ter sido moldado de acordo com a configuração da estrutura econômica e social existente", o que inclui as profundas e históricas desigualdades sociais. "Com essa 'rigidez' estrutural da sociedade, considera-se uma utopia esperar que o sistema de proteção social, por si só, seja capaz de reduzir de maneira substancial as iniquidades sociais e a pobreza".
Fonte: Prof. Fernando Pires - (fone: 85 3366 7798 / 3366 7560)