Alunos da primeira turma de Jornalismo da Terra colam grau
- Segunda, 23 Dezembro 2013 09:08
Os 44 alunos da primeira turma do curso de graduação em Jornalismo da Terra colaram grau na noite da última sexta-feira (20), no Salão Nobre da Reitoria da UFC. O curso, iniciado em 2010, destinava-se a assentados da Reforma Agrária de vários estados do País.
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A iniciativa partiu de um convênio entre o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o Ministério do Desenvolvimento Agrário e a UFC. O Reitor Jesualdo Farias presidiu a solenidade de colação de grau especial e, em discurso, ressaltou a satisfação de entregar o diploma de nível superior a trabalhadores do campo que lutam contra as desigualdades sociais no País. "A Universidade Federal do Ceará se orgulha muito de ultimamente vir entregando diploma de nível superior a índios, quilombolas, filhos de trabalhadores do campo, pessoas que durante muito tempo não tiveram a oportunidade de fazer um curso de nível superior", afirmou.
Participaram da solenidade: o superintendente do Incra-CE, Roberto Gomes; a Profª Sônia Maria Castelo Branco, representando a Pró-Reitoria de Graduação; a coordenadora do curso de Jornalismo da Terra, Profª Márcia Vidal Nunes; o chefe de gabinete da Reitoria, Prof. José Maria de Sales Andrade Neto; e a Profª Adelaide Gonçalves, do curso de História da UFC. Após a solenidade, os concludentes se reuniram nos jardins da Reitoria para realizar uma mística.
CURSO – O curso de graduação em Jornalismo da Terra foi desenvolvido com 70% do tempo na Universidade e 30% em exercícios e atividades nos assentamentos. Duas vezes por ano, os alunos partiam de suas cidades para o Campus do Benfica da UFC e assistiam a aulas durante dois meses, das 8h às 18h, de segunda-feira a sábado.
A concludente Maria Sheila Rodrigues, filha de moradores do assentamento Santa Bárbara, em Caucaia, atua no movimento desde 1996 e explica que, durante os quatro anos de curso, foi possível mudar a rotina da UFC. "Trazer nossas experiências, as nossas pesquisas para um outro jeito de fazer comunicação, a comunicação popular, esse foi o maior legado da nossa turma para a Universidade. E ela também contribuiu bastante com o movimento e com os assentamentos, no sentido de nos qualificar tecnicamente, porque politicamente a gente já tem muita ideia dos nossos objetivos, e um deles é entender que a cultura e a educação são para todos", explicou.
De acordo com a coordenadora do curso, Profª Márcia Vidal Nunes, "foi uma experiência muito importante no sentido de dotar os movimentos sociais das ferramentas para fortalecer a luta e o trabalho dos grupos organizados no País". Os alunos foram selecionados através de um vestibular específico voltado para os assentados da Reforma Agrária. De acordo com a coordenadora do curso, ainda não há a previsão de uma nova turma.
Fonte: Profª Márcia Vidal, coordenadora do curso de Jornalismo da Terra – fones: 85 3366 7708 / 3366 7718