Portal da UFC - Universidade Federal do Ceará

Sexta, 05 Setembro 2014 11:19

Terça-feira passada, dia 2, uma aluna do Centro de Humanidades, pertencente aos quadros da Polícia Militar, apresentou-se armada em sala de aula, o que despertou constrangimento entre seus colegas. Diante do mal-estar criado, foi-lhe sugerido guardar sua arma no cofre da Divisão de Segurança da UFC, tendo a Diretoria do Centro manifestado que ela era bem-vinda na Universidade, podendo assistir às aulas como qualquer aluno, fardada, desde que guardasse sua arma. A aluna preferiu ausentar-se da sala.

O episódio foi, infelizmente, mal interpretado, tendo sido veiculado com lamentável parcialidade. Falou-se em “expulsão”, propagou-se a absurda versão de uma condenação à farda.

É oportuno lembrar que o campus universitário é o território mais democrático que temos em nossa sociedade. Nele se divulgam e se discutem todas as ideias, nele há espaço para todas as manifestações (civilizadas) de comportamento. Na Universidade Federal do Ceará, levamos tão a sério essa herança cultural que, quando se acirrou o debate sobre a presença de policiais armados – o que provavelmente se justifica, diante da escalada da violência –, nos dispusemos a ouvir a comunidade interna, a fim de se estabelecerem critérios que respeitassem a opinião majoritária em cada um de nossos territórios.

Os campi do Pici e de Porangabuçu não fizeram objeção ao patrulhamento armado, mas o do Benfica, assumindo o ônus de uma exposição maior à violência, pronunciou-se contra essa ideia. O resultado da deliberação foi comunicado, formalmente, à Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), através de ofício.

Adiante-se que a UFC, a SSPDS e a Polícia Militar têm uma longa tradição de colaboração e respeito mútuos, sendo oportuno reconhecer a importância de todas as parcerias que já estabelecemos. Por isso, temos certeza de que o episódio de terça-feira – plenamente evitável e absolutamente esclarecido – será encarado pelas autoridades policiais como mais uma oportunidade de estreitarmos e aperfeiçoarmos nossas relações. Tudo o que queremos é respeito ao princípio da Autonomia Universitária e um esforço para conciliarmos a necessária disciplina que orienta a postura da Polícia com os valores culturais que inspiram a conduta dos professores, alunos e servidores técnico-administrativos da Universidade.

Jesualdo Pereira Farias              Henry de Holanda Campos
Reitor                                            Vice-Reitor