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Quarta, 08 Outubro 2014 11:48

Pesquisa realizada por professores do Departamento de Física da UFC, em colaboração com cientistas da Itália e da Suíça, foi publicada recentemente na revista Nature Communications. Trata-se de um periódico científico multidisciplinar com fator de impacto 10.742, segundo o Journal Citation Reports. Esse índice a coloca entre as mais prestigiadas do mundo.

O artigo é de co-autoria de José Soares de Andrade Jr., professor titular do Departamento de Física, e de Hans J. Herrmmann, professor visitante do mesmo Departamento, em colaboração com Miller Mendoza e Alan Kaydul, da ETH Zurique (Instituto Tecnológico), na Suíça, e Lucilla de Arcangelis, da Universidade Segunda de Nápoles, na Itália.

No artigo, os pesquisadores propõem um modelo para explicar as erupções solares, um dos fenômenos mais fascinantes que ocorrem na estrela solar. Sabe-se que elas são resultado de recombinações no fluxo magnético que se forma na camada mais externa da superfície do Sol, podendo afetar fortemente satélites de telecomunicação e redes elétricas na Terra. Apesar disso, prever como e quando esses eventos acontecem ainda é um desafio para a ciência.

"As distribuições de energia desses eventos e o tempo entre eles seguem padrões complexos que foram cuidadosamente considerados no passado e lembram de certo modo terremotos e movimentos em mercados de ações", dizem os pesquisadores, no texto do artigo, em um alerta sobre a dificuldade de realizar previsões.

Os pesquisadores, então, resolveram modelar o processo de acúmulo e liberação de energia nas erupções em analogia com um sistema em criticalidade auto-organizada (SOC). Uma das conclusões importantes do artigo é que, quanto menor o intervalo de tempo entre as erupções, maior a probabilidade de que a segunda explosão seja mais intensa. A teoria apresentada tem boa concordância com os dados experimentais obtidos por satélites.

Com isso, os pesquisadores esperam que o trabalho ajude na previsão estatística desses fenômenos. "O nosso modelo não nos permite dizer exatamente quando vai acontecer (a erupção solar), mas, sim, como será a distribuição de probabilidade do acontecimento, ou seja, se há chance maior ou menor de ter determinado evento de maior ou menor tamanho. São previsões estatísticas", explica o Prof. José Soares de Andrade Jr. Ele faz uma comparação desses eventos com terremotos. Pelo menos no momento, não há como prever a ocorrência desse fenômeno, mas a probabilidade estatística de sua ocorrência e intensidade.

A presença dos pesquisadores da UFC de forma cada ver mais frequente em revistas científicas de alto prestígio, tais como Nature, Nature Physics, Science, Physics Reports e Progress in Materials Science, ajuda a explicar a crescente inserção internacional da UFC, apontada recentemente pela 5ª posição ocupada entre as universidades brasileiras no Ranking da Folha 2014.

Fonte: Prof. José Soares de Andrade Jr., do Departamento de Física – fone: 85 3366 9906