Estilos variados marcam programação musical do VII Festival UFC de Cultura
- Sexta, 28 Novembro 2014 11:06
- Última Atualização: Segunda, 01 Dezembro 2014 09:00
Carro-chefe do Festival UFC de Cultura, a programação musical deste ano faz jus ao tema do evento, "Do universal ao regional – 60 anos de história". O público presente à Concha Acústica da Reitoria (Av. da Universidade, 2853, Benfica) poderá curtir artistas locais e nacionais em shows de forró pé de serra, blues, rock, música popular brasileira, reggae e até carimbó. Toda a programação é gratuita e tem início a partir das 18h.
Escolhidos por um júri especializado e pelo voto popular na Mostra de Bandas Universitárias, realizada de 5 a 7 de novembro, os grupos que abrirão os shows de cada dia do Festival mostram o que há de melhor na nova cena musical da Universidade.
No dia 1º de dezembro, os músicos da Regional Bom Demais colocam o público para arrastar pé e bater coxa com seu repertório de música tradicional nordestina, enquanto na terça-feira (2) os rapazes da Barbearia Noturna vêm animar a noite com seu rock de letras irônicas e melodias dançantes. Na quarta (3), é a vez da "tripulação" da Capitão Eu & Os Piratas Vingativos, que promete sacudir a Concha com seu som alternativo. "Rock tropical" com guitarras ardidas e múltiplas influências é o que promete a It Girl na quinta-feira (4), seguida pelo "som-realismo" da Januei, com sua apresentação cheia de suingue no encerramento do evento, na sexta-feira (5).
ATRAÇÕES LOCAIS – A primeira atração a ser conferida pelo público será o espetáculo "UFC 60 anos", que reúne as performances cênico-musicais do Coral da UFC, do grupo de dança popular Oré Anacã, da Orquestra de Câmara da UFC e do Maracatu Casa Caiada.
Em seguida, apresenta-se o quarteto Descendentes da Índia Piaba, que já abriu shows do mestre Aldo Sena e tem tocado seus tambores ancestrais em espaços como Feira da Música, Mostra Petrúcio Maia e Festival Manifesta. Formado por Sérgio Roberto (guitarra base e vocais), Luiz Guilherme (guitarra solo e vocais), Erasmo Lousada (baixo e vocais) e Jr. Mancha (bateria e vocais), o grupo faz a fusão perfeita entre Ceará e Pará, sob influência da guitarrada e do carimbó elétrico de Pinduca, Pim, Alípio Martins e Vieira. No show do Festival UFC de Cultura, trazem repertório autoral, prévia do álbum Carimbó invadere erit mundus, pertinho de sair do forno.
No segundo dia, sobem ao palco os cantores Rodger Rogério e Soledad. O primeiro, um dos compositores e intérpretes mais consagrados da geração do Pessoal do Ceará, apresenta clássicos da música da terra, contemplando o antológico LP de 1973 Meu corpo, minha embalagem, todo gasto na viagem e seus trabalhos solo.
A jovem cantora, por sua vez, representa a novíssima geração da música local. Com sua marcante performance vocal e corporal, a cantora mostra o jeito contemporâneo de fazer música no Ceará, além de um desejo de viver a vida em toda a sua intensidade. A setlist traz músicas autorais do álbum As nuvens serão um colar de margaridas e interpretações à sua maneira de compositores cearenses de várias gerações.
Na quarta (3), é a vez da banda Renegados. Criado em 1993, o grupo bebe de múltiplas fontes, como rock, blues, jazz fusion, world music e música nordestina. Lado a lado com seu repertório autoral, trabalha covers de lendas como Jimi Hendrix, Led Zeppelin, Cream, Santana, The Doors, Raul Seixas, Luiz Gonzaga, dentre outros. Será a primeira vez do grupo no Festival UFC de Cultura, mas os músicos são experientes e já tocaram em espaços como Ceará Music, Canoa Blues, Festival Vida & Arte, Mostra Sesc Cariri de Cultura, Feira da Música de Fortaleza, Festival de Jazz e Blues de Guaramiranga, Festival Pró-Cultura e no Centro Cultural São Paulo, na capital paulista.
Formada por Marcelo Renegado (guitarra e voz), Ricardo Pinheiro (bateria e voz) e Romualdo Filho (baixo), a banda tem influência direta das épocas áureas do rock (anos 1950 a 1970). Em suas melodias e letras, estão presentes características como a pulsação, a criatividade e a energia das artes desse período.
O quarto dia reserva uma incursão pelas ondas da surf music. Essa é a proposta do show do jovem músico David Ávila. Com influências de Bob Marley a Luiz Gonzaga, o músico começou a tocar nas noites da capital cearense em 2003, aos 17 anos, como vocalista da banda Kayangaço. Desde então, vem compondo e apresentando-se em festivais de música popular. Já abriu shows de bandas internacionais, como Aplha Blondy, The Original Waillers, Julian Marlley e Groundation.
Inspirado no álbum Guerreiros e poetas, o show de David viaja pela bossa nova, dub, reggae e funk. Na banda estão: Netinho de Sá (contrabaixo), Jefferson Braun (bateria), Igor Ribeiro (percussão), Rafael Maia (piano nord e motif), Thiago Rocha (vocal de apoio, sax e flauta), Cláudio Mendes (guitarra e vocal de apoio) e David Ávila (vocais e violão).
"Cidade blues, rock nas ruas" é o nome do show que a cantora e compositora Mona Gadelha apresenta na sexta-feira (5) ao Festival UFC de Cultura. Artista independente, com seis álbuns lançados, ela mostra domínio sobre a linguagem do rock/blues, incorporada a uma forma peculiar de assimilar a MPB. A sonoridade traz influências que vão de Raul Seixas ao Tropicalismo, e influências estrangeiras de Patti Smith a Lana del Rey.
Em seu mais recente trabalho, Mona Gadelha canta a cidade de Fortaleza, mapeando os precursores da cena pop/rock da cidade, também conhecida como a "geração Massafeira" – uma referência ao cultuado álbum lançado em 1979. Como parceiros, estão os músicos Lúcio Ricardo, Siegbert Franklin, Ricardo Augusto, Edmundo Vitoriano Jr. e Francisco Casaverde.
ATRAÇÕES NACIONAIS – Jornalista, compositor e músico com sete discos lançados, o alagoano Wado desembarca no Festival com o repertório de seu mais recente trabalho, Vazio tropical (lançado em 2013 e produzido por Marcelo Camelo e Fred Ferreira, da Banda do Mar).
Ex-integrante da banda Fino Coletivo, já se apresentou em espaços como Goiânia Noise, Virada Cultural de São Paulo, Projeto Rumos Itaú Cultural e Feira da Música do Ceará. Em 2005, foi contemplado pela Funarte no Projeto Pixinguinha, que o levou em turnê pelo Brasil e rendeu convite para representar o País no Ano do Brasil na França. Com o disco Samba 808 (2011), foi eleito um dos melhores artistas do ano pela revista Rolling Stone Brasil. Vazio tropical também entrou para várias listas de melhores do ano, incluindo a própria Rolling Stone e o jornal O Globo. O público presente à Concha Acústica terá o prazer de conferir os sambas, baladas e funks do cantor na terça-feira (2).
Com 25 anos de estrada, os pernambucanos da Banda Eddie tocam no evento no dia 3 de dezembro, quarta-feira. Em um show comemorativo da trajetória da banda, o caldeirão de influências da música orgânica feita pelo grupo inclui punk rock, surf music, reggae, frevo, dub, hip hop e samba.
Imersos nessa miscelânea, Fábio Trummer (guitarra e voz), Urêa (percussão e voz), Andret (trompetes, teclados e samplers), Kiko (bateria) e Rob (baixo) acabam de lançar o sexto disco da banda, intitulado Coletânea 25 anos. Com sua narrativa "Original Olinda style", os músicos tocam e contam suas histórias com sotaque próprio e um jeito de ver em todas as cidades as Olindas que elas são. Isso, claro, sem deixar de falar a língua musical do mundo. Com ritmo descontraído e extremamente dançante, prometem balançar a Concha Acústica com seu groove, mais que querido pelos cearenses.
A quinta-feira (4) conta com uma atração de pés bem firmes no cenário independente. A banda gaúcha Apanhador Só vem conquistando cada vez mais fãs no Brasil e no mundo. Além de já terem passado por Colômbia e Uruguai, o grupo acaba de retornar de apresentação no México, na Feira Internacional de Música Profissional de Guadalajara e na Noche Contrapedal, na capital do país.
Com nova formação, a banda se resume agora a seus três fundadores: Alexandre Kumpinski (voz, violão e guitarra), Felipe Zancanaro (voz, guitarra, bateria, percussão de sucata e MPC) e Fernão Agra (voz, baixo, lira, teclado e percussão de sucata). Bruno Neves (bateria e percussão de sucata), Diego Poloni (guitarra e teclado) e Kbça (bateria e percussão de sucata) acompanham o trio.
Para esse show do Festival, o primeiro em Fortaleza, trazem repertório de seus dois discos já lançados, Apanhador só (2010) e Antes que tu conte outra (2014). Com a capa do álbum deste ano, fizeram parte da seleção de indicados ao Grammy Latino, agora em novembro. Os músicos já levaram para casa troféus como Melhor Disco de Música Popular pelo Prêmio APCA e Melhor Álbum Pop pelo Prêmio Açorianos de Música.
No dia 5 de dezembro, sexta-feira, o encerramento do VII Festival UFC de Cultura fica por conta do rei do carimbó, Pinduca. Nascido numa família de músicos e um dos maiores divulgadores da cultura nortista e do estado do Pará, viaja o Brasil inteiro com seu visual irreverente e balanço musical característico. Com mais de 40 anos de carreira, Pinduca não deixará faltar no repertório do show clássicos do gênero como "Carimbó do amor", "O pinto", "Garota do tacacá", "Sinhá pureza" e "Sirimbó". O músico esteve pela última vez em Fortaleza durante o Carnaval deste ano, quando se apresentou no Aterrinho da Praia de Iracema.
O Festival UFC de Cultura é uma realização da Universidade Federal do Ceará e da ONG Universos, com apoio da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult) e da Coelce. Confira a programação em detalhes no site do Festival, no Facebook e no perfil do evento no Twitter.
SERVIÇO
Shows do VII Festival UFC de Cultura
Data: 1º a 5 de dezembro, a partir das 18h
Local: Concha Acústica da Reitoria (Av. da Universidade, 2853, Benfica)
Acesso grátis
Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional – fone: 85 3366 7319 / e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.