HUWC consolida-se como maior centro de transplantes de fígado da América Latina
- Quarta, 25 Fevereiro 2015 11:51
- Última Atualização: Segunda, 02 Março 2015 13:44
O Hospital Universitário Walter Cantídio, do Complexo Hospitalar da UFC, é, hoje, o maior serviço de transplantes de fígado do País. A informação, recém-divulgada pelo veículo oficial da Associação Brasileira de Transplantes (ABTO) – o Registro Brasileiro de Transplantes –, aponta o HUWC como destaque em transplantes de fígado no Brasil, pelo segundo ano consecutivo.
Segundo o coordenador do serviço de transplante de fígado do HUWC, Prof. Huygens Garcia, há informações de que o Hospital Universitário é também o maior de toda a América do Sul nessa área. Conforme foi anunciado no ano passado, o HUWC sozinho já havia feito mais transplantes de fígado que o México (106 transplantes, dados relativos a 2012) ou Chile (74 transplantes, em 2012).
No documento "Dimensionamento dos transplantes no Brasil e em cada estado", o HUWC é registrado como centro que mais realizou transplante de fígado no Brasil em 2014. Foi um total de 135 transplantes de fígado, sendo três de doadores vivos e 132 de doadores falecidos, no ano de 2014. Em segundo lugar vem o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, com 125 transplantes de fígado.
"Esses números e os excelentes resultados alcançados são frutos do apoio e participação direta do HUWC, da UFC, da Equipe Multidisciplinar de Transplantes de Fígado do HUWC, da Central de Transplantes do Ceará e, especialmente, dos familiares dos doadores de órgãos. Contamos com o apoio de todos para continuarmos oferecendo à população do Ceará e de outros estados do Brasil o único tratamento curativo para os pacientes portadores de doenças hepáticas terminais", comenta o coordenador do serviço de transplante de fígado do HUWC, Prof. Huygens Garcia.
Em agosto do ano passado, o serviço de transplantes do HUWC alcançou a marca total de 1.000 transplantes de fígado realizados em sua história.
TRANSPLANTE DOMINÓ – Ele acrescenta que os três transplantes envolvendo doadores vivos foram por meio da técnica denominada "transplante dominó" ou "transplante repique". O procedimento consiste na retirada do fígado de pacientes com uma doença chamada polineuropatia amiloidótica familiar (PAF), que recebem outro órgão de um doador morto. Simultaneamente, o fígado de paciente de PAF é transplantado para outro paciente, da fila de transplantes.
A PAF é uma doença hereditária, que se caracteriza pela deposição nos nervos periféricos de uma fibra amiloide (pré-albumina anômala), produzida por uma deficiência enzimática do fígado. No geral, a PAF é assintomática até em torno dos 25 anos mas, quando se manifesta, se não for feito o transplante a doença pode evoluir chegando a causar o óbito do paciente.
DADOS NACIONAIS – O relatório da ABTO aponta ainda dados relativos aos transplantes de fígado no Brasil e no Ceará: no período de 2007 a 2014 houve um aumento em mais de 700 transplantes de fígado no País, passando de 1.008, em 2007, para 1.755, em 2014. Em números absolutos, os transplantes de fígado no Ceará passaram de 64, no ano de 2007, para 195, no ano passado.
O transplante hepático, com crescimento anual desde 2008, aumentou 1,9% em 2014, sendo o incremento de 1,1% com doador falecido e de 10,3% com doador vivo. Apenas Ceará e o Distrito Federal apresentaram taxa de transplante superior a 20 por milhão de população (por milhão de pessoas).
O Brasil é o segundo país do mundo em números absolutos de transplantes hepáticos. Em ranking divulgado pela ABTO, com dados relativos a 2013, o Brasil realizou 1.723 transplantes de fígado, à frente de países como a França, a Espanha, a Alemanha, o Reino Unido e o Canadá.
Fonte: Prof. Huygens Garcia, coordenador do Serviço de Transplante de Fígado do HUWC – fone: 85 3366 8235