Mães e pais: colação de grau é também momento de retribuição
- Quarta, 09 Março 2016 09:44
É bonito de se ver: elas e eles ajudam a arrumar a beca dos formandos, andam com orgulho no rosto, posam radiantes para fotos, batem palmas, mimam, abraçam e beijam suas crias. Mães e pais são uma atração à parte durante as cerimônias de formatura. Na segunda noite de colação de grau 2015.2, eles deram um brilho especial à festa dos 526 concludentes.
Dona Maria do Socorro Cosme relembrou a força que ela e o marido, seu Francisco das Chagas, precisaram ter ao longo dos últimos anos para ser o sustentáculo da nova agrônoma Ana Paula Cosme. "É um orgulho pra mim. Não tivemos estudo, mas conseguimos dar isso a ela", disse a mãe, entre as incontidas lágrimas de felicidade, que se precipitavam também dos olhos de Ana Paula. "O mérito não é só meu, mas dos meus pais, que saíram da roça e não tiveram nem um terço do que eu tive. Eu demorei, mas aqui cheguei, e hoje começo a retribuir tudo o que eles fizeram por mim", agradeceu.
Gratidão que também se fez presente nas palavras de Regina Balbino da Silva, graduanda do bacharelado em Geografia. "Meu sentimento é de retribuir o esforço que eles fizeram para que eu chegasse à universidade. Meu pai brigou para que eu tivesse esse ensino", rememorou. Ao lado, seu Manuel da Silva tinha, finalmente, a sensação do dever cumprido. "Você nem imagina o meu orgulho. Eu ralei, viu? Sou autônomo, então tivemos muitas dificuldades. Ela é a primeira dos meus cinco filhos que conseguiu se formar. Quero que ela seja feliz e usufrua da formatura dela", desejou.
"A maior realização que a gente tem como pai é poder formar um filho. É muito gratificante", vibrava o comerciante Paulo Roberto Gaspar, pai de Gabriel Gaspar, concludente de Engenharia Ambiental. Dedicado, Gabriel diz que aproveitou ao máximo as possibilidades que a vida universitária ofereceu. Como resultado, antes mesmo da colação de grau, já tinha sido aprovado para o mestrado na área de saneamento ambiental, também na UFC. "Foram várias noites de estudo e muitas festas que eu perdi (risos), mas os resultados estão aqui, então esse momento significa bastante", comemorou.
Veja outras imagens dos alunos no Flickr da UFC
FAZENDO HISTÓRIA – Integrante da primeira turma formada pelo Curso de Engenharia da Computação, Antônio Vasconcelos sabe bem o que isso representa. "É uma responsabilidade grande. Vou tentar representar bem o curso lá fora para atrair mais gente", projeta ele, que já está no mercado de trabalho. Entre os destaques do curso, Antônio elenca estrutura curricular, laboratórios, bons professores e grupos de pesquisa. A mãe dele, dona Dóris Vasconcelos, quase não cabia em si de tanta felicidade. "Estou muito feliz por ele, é uma sensação que nunca tive, estou quase flutuando". Porque, assim como os sonhos, as realizações também nos levam às alturas.
CEARENSIDADE CABO-VERDIANA – E tinha também os que vêm de longe para estudar na UFC. Caso do cabo-verdiano Carlos Spínola, que, após cinco anos longe de sua terra natal, ontem se tornou engenheiro mecânico. "É surreal, não estou nem acreditando direito que cheguei até aqui", disse. Nos próximos meses, vai retornar a Cabo Verde ou continuar suas aventuras acadêmicas em outros países. Do Ceará, diz que vai levar as muitas amizades que fez na Universidade, o conhecimento, as experiências e, também, algo um tanto curioso: "Aquele grito dos cearenses eu já faço em todo lugar que eu vou: iêeei!".
Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional da UFC – fone: 85 3366 7331