O sabor da alegria compartilhada marca última noite de colação em Fortaleza
- Quinta, 04 Agosto 2016 10:38
Se há um sabor bom que permanece muito tempo na gente é o da alegria por uma grande conquista. Não é o paladar que sente, senão o corpo todo que absorve a doçura da superação dos desafios que a vida nos traz e, acima de tudo, no reinventar a si mesmo nesse processo. Compartilhar momentos assim junto a pessoas queridas é, então, fazer perdurar na memória afetiva tal gosto dentro do peito. Na terceira e última noite de colação de grau 2016.1 em Fortaleza, conferimos histórias daqueles que se alegraram no sorriso do outro: familiares, amigos e companheiros dos formandos.
Pai, mãe, namorado, irmã, amigos. A celebração do término do curso de Letras-Inglês de Júlia Argenta empolgou toda a família, que compareceu à Concha Acústica da UFC para festejar. Em uma ocasião que se fez motivo para encontros e abraços na agora professora e futura linguista, um deles foi mais do que especial: o da avó Vilma, que não se acanhou diante dos quase 4 mil quilômetros entre Caxias do Sul e Fortaleza e veio parabenizar a netinha. "Estou super feliz que a minha neta vai se formar, a primeira neta que se forma da minha família. Moro longe, no Rio Grande do Sul, foram quase 12 horas de viagem, mas vim de longe para vê-la", comentou.
Agradecida pelo empenho da avó, Júlia dedicou-se a reverenciá-la na noite da colação. Em meio à sessão de fotos, Dona Vilma recebeu o capelo da neta, em um gesto de respeito aos saberes mais profundos que não explicam os livros da academia. "Parece que não caiu a ficha ainda, na verdade. Foram anos que passei na Universidade até chegar a este momento, e já tenho muitos planos para daqui a pouco. Tudo isso misturado em um turbilhão de emoções gigantesco. É um nervosismo com felicidade tão grande, e, ainda por cima, por estar aqui com a minha família", afirmou a jovem.
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Também em família foi a cerimônia de colação para Lívia Fernandes, agora graduada em Psicologia. Coube a ela coroar um ciclo de diplomações em nível superior iniciado pelos pais – graduados em Biologia, o pai, e em Ciências Sociais, a mãe – e seguido pelo irmão, em Medicina. "Somos uma família UFC", brinca Cecília Fernandes, mãe de Lívia. Para ela, o momento foi de realização de um sonho através da filha. "É ímpar estar aqui hoje porque a gente pensa muito nos filhos, na conclusão deles, é muito importante encaminhá-los", afirmou Dona Cecília. "Sempre disse a eles que não deixaria patrimônio, mas estudo, que é o que traz dignidade", complementou Seu Dorgival. Ao lado dos parentes, Lívia traçou planos para um futuro que se constrói. "Estou bem tranquila. Quero trabalhar na área hospitalar e fazer residência", revelou.
E quando a vida torna impalpável o encontro entre pessoas queridas, às lembranças são confiados os instantes afetuosos. Desse modo foi que Cláudia Valentim pôde reencontrar o pai, falecido enquanto a concludente em Biblioteconomia ainda estava na graduação. Com o olhar preenchido por águas de saudade, Cláudia trouxe a memória do pai para solenizar ainda mais uma realização tão dela e também tão de sua mãe, Dona Rosalba. "É uma vitória, principalmente para mim que passei por altos e baixos na família, com a perda do meu pai. O sonho dele era que a gente estudasse, se formasse. Hoje é uma conquista muito grande. Saio formada e já estou trabalhando em uma biblioteca em uma escola particular no Mucuripe", disse Cláudia. "É um sentimento muito gostoso. Ela está fazendo o que eu queria fazer e não tive condições. É muito bom chegar aqui", avaliou Dona Rosalba.
COM UMA PEQUENA AJUDA DOS MEUS AMIGOS – Em uma velha canção de rock, a frase que revela uma grande verdade sobre a força da amizade: "Sim, eu consigo com uma pequena ajuda dos meus amigos". Assim como Cláudia, desafios pessoais marcaram o percurso do também concludente em Biblioteconomia Denis Cardoso. Colegas de sala, ao se reencontrarem na solenidade de colação de grau, Cláudia e Denis sobrelevaram todos os percalços familiares de cada um e brindaram as conquistas através de calorosos abraços. "É muita felicidade porque a gente demorou cinco anos para se formar. Todo mundo da nossa turma se formou, sobramos apenas nós dois. Tive também problemas familiares e pessoais que afetaram meu desempenho, mas, no início deste ano, consegui superar tudo isso. Agora estamos aqui nós dois com esse sonho realizado", comemorou.
Com a presença de seu melhor amigo, Edvaldo Freitas, foi que a recém-licenciada em Letras-Italiano Ila Maria Pereira compartilhou os sorrisos da formatura. "Ele é meu amigo do peito", destacou. Afirmando-se realizada com a graduação escolhida, Ila ressaltou seu entusiasmo com a atuação profissional em docência, daqui por diante. "É um momento muito especial, de realização, é a prova de que podemos ultrapassar níveis e estar preparados. Sinto-me preparada para devolver à sociedade o que ela investiu em mim. Ser professora é uma profissão que me realiza de fato", disse.
Do amigo Edvaldo, que já concluiu duas graduações e atualmente está no mestrado em Filosofia na UFC, vêm os estímulos e as orientações para um constante aperfeiçoamento profissional. "Já dei conselhos a ela para que continue sempre estudando e faça uma pós-graduação", declarou. Desse modo, de conselho em conselho e também de momentos como esses vividos juntos, os amigos mostram a lição de que, como na velha música, com uma pequena ajuda dos amigos nos fazemos, sim, mais altos. Pois a felicidade é ainda mais real quando compartilhada.
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Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional da UFC – fones: 85 3366 7331, 3366 7936 e 3366 7938