Entenda a cirurgia hipofisária
- Terça, 13 Setembro 2016 09:44
A hipófise é a glândula-mãe. É a que comanda todas as outras, controla a tireoide, os testículos, os ovários, as adrenais etc. Essa glândula fica na base do cérebro, atrás do nariz.
Muito antigamente, lembra o Prof. Manuel Martins, a cirurgia hipofisária era transcraniana. Quebrava-se parte do crânio, afastava-se o cérebro, passava-se pelo nervo óptico (diretamente responsável pela visão) e se chegava à hipófise. Ou seja, uma cirurgia de alta complicação. Depois, ela passou a ser transesfenoidal com acesso pela gengiva do paciente. O seio esfenoidal é uma espécie de caixa de ar localizada na frente da hipófise, permitindo acesso mais direto à glândula.
A cirurgia feita no HUWC é transesfenoidal com acesso transnasal, com menos efeitos colaterais. O otorrinolaringologista faz o acesso pelo nariz, ultrapassa o seio esfenoidal e expõe a hipófise. Em seguida, entra o neurocirurgião. Assim, evitam-se intervenções no cérebro e no nervo óptico. Ao endocrinologista, fica a responsabilidade do acompanhamento pós-operatório e a longo prazo, munindo a equipe de informações sobre a evolução clínica do paciente e realizando a reposição de hormônios caso necessário.
O tumor do paciente operado no Hospital Universitário tinha cerca de 3 cm de diâmetro, considerado grande. Caso ele não fosse operado a tempo, o tumor – além de comprimir a hipófise, aumentando a produção do hormônio do crescimento, fazendo crescer partes do corpo (nariz, língua, mandíbula etc.) e embrutecendo as feições do paciente – poderia causar a perda total da visão, entre outras complicações.
Mas a cirurgia foi um sucesso. O zelador Dinaman Eduardo Ferreira, de 49 anos, recebeu alta no dia 31 de agosto. "Estamos muito satisfeitos com a atenção dada por toda a equipe. Meu irmão está ótimo", disse a dona de casa Maria Eduardo Ferreira da Silva, de 55 anos.
Fonte: Unidade de Comunicação Social do Complexo Hospitalar da UFC – fone: 85 3366 8183