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Profª Hilma Vasconcelos, do CT, ganha bolsa internacional para mulheres na ciência

Imagem: Foto da Profª Hilma Macedo de VasconcelosA Profª Hilma Macedo de Vasconcelos, do Centro de Tecnologia da UFC, foi uma das contempladas no programa Faculty for the Future, da Fundação Schlumberger, ligada à empresa homônima, maior prestadora de serviços de petróleo do mundo. Voltado para mulheres que atuam nas áreas STEM (Science, Technology, Engineering and Mathematics – Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática), o programa concede bolsas de doutorado e pós-doutorado.

Para o ano acadêmico 2017-2018, a fundação recebeu mais de 600 inscrições, tendo sido a docente da UFC uma das 38 contempladas.

Atualmente, a Profª Hilma Vasconcelos realiza seu estágio pós-doutoral no National Institute of Standards and Technology (Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia – NIST), nos EUA, em parceria com a Universidade do Colorado em Boulder. Explica a docente que o trabalho tem previsão de um ano de duração e visa propor técnicas de análise de dados para tomografia de estados quânticos.

"Tomografia nuclear é bastante conhecida na sociedade por conta de sua aplicação em medicina. O paciente absorve e reemite radiação eletromagnética, e essa radiação é detectada. Imagens são reconstruídas a partir desses dados. Similarmente, temos também a tomografia de estados quânticos (TEQ), que é um procedimento experimental para caracterizar um estado quântico desconhecido. Nesse caso, em vez de um paciente, temos um sistema quântico, e a radiação eletromagnética é substituída por medições quânticas. TEQ é essencial no desenvolvimento de computadores quânticos", comenta.

Ainda segundo a pesquisadora, as técnicas desenvolvidas durante o projeto serão utilizadas para analisar dados de experimentos realizados em colaboração com os grupos de computação quântica de íons aprisionados e de óptica quântica do NIST e da Universidade do Colorado em Boulder.

MULHERES NA CIÊNCIA – Doutora em Física, com experiência em óptica e computação quânticas, Hilma atualmente é professora adjunta do Departamento de Engenharia de Teleinformática da UFC. Destacando a importância de iniciativas que fomentem a capacitação de mulheres na Ciência, a pesquisadora apresenta dados que que mostram a ainda baixa representatividade de mulheres na área de ciências exatas no País.

"Estudo recente feito pela Sociedade Brasileira de Física mostrou que as mulheres no Brasil são sub-representadas nos campos da ciência e tecnologia, e em particular na Física. Apenas 5% dos pesquisadores no topo da carreira são mulheres. O mesmo estudo mostra que as físicas que recebem bolsas do CNPq possuem melhor desempenho acadêmico do que os físicos que recebem a mesma bolsa. Nossos desafios variam de suposições sutis, ou não tão sutis, feitas pelos indivíduos em relação às dificuldades impostas e perpetuadas pelas instituições", afirma.

Hilma ressalta que esse cenário se repete nas Universidades, que devem ter como desafio o estímulo ao ingresso e permanência de universitárias nos cursos das áreas STEM. "Quase 30% dos estudantes matriculados em cursos de Engenharia no Brasil são mulheres. Infelizmente, nem mesmo esta proporção de 1/3 está presente em muitos departamentos do CT. O departamento onde trabalho tem 25 professores, dos quais apenas quatro são mulheres, ou seja, 16% do total. Nossas estudantes devem se inspirar nos modelos de profissionais que temos na UFC e contar com todos os dispositivos institucionais na busca de respeito e tratamento digno", destaca.

Ressalta a cientista que o potencial de quase metade da população mundial é desconsiderado com a falta de mulheres em STEM e que mulheres e também homens devem lutar na busca pela igualdade. "É importante que uma estudante em STEM acredite em sua capacidade. Superar as dificuldades de estar em uma área predominantemente masculina nos torna pessoas mais resistentes e capazes de enfrentar desafios futuros. Podemos contribuir na redução da desigualdade de gênero em STEM sendo um modelo de profissional que inspire jovens mulheres a seguir carreira em uma dessas áreas. Os homens também podem e devem participar na busca da redução da desigualdade de gênero", declara.

Fonte: Departamento de Engenharia de Teleinformática – fone: 85 3366 9467

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