II Semana dos Povos Indígenas na UFC segue até dia 23 com ampla programação gratuita
- Sexta, 13 Abril 2018 09:40
- Última Atualização: Quarta, 18 Abril 2018 18:20
Teve início na última sexta-feira (13) e segue até o dia 23 a II Semana dos Povos Indígenas na Universidade Federal do Ceará, que neste ano se realiza paralelamente à I Jornada dos Povos Indígenas e Universidades no Ceará. O evento ocorre em espaços da própria UFC e de outras instituições de ensino superior do Estado, com vasta programação.
A semana deu início às suas atividades nessa sexta-feira (13), às 14h, na Escola Indígena Tremembé, em Itarema, na região norte do Estado, com o seminário sobre educação tremembé e a roda de conversa "Memória dos troncos velhos", com Gerson Oliveira, professor adjunto da Universidade Estadual do Ceará e pesquisador em etnologia indígena.
Na segunda-feira (16), o Auditório Valnir Chagas, da Faculdade de Educação da UFC (Rua Marechal Deodoro, 750, Benfica), recebe, às 18h30min, a abertura oficial do evento, que abordará o tema "Práticas pedagógicas na educação diferenciada tremembé".
Compondo a mesa estarão o reitor da UFC, Prof. Henry Campos; a pró-reitora de Extensão da UFC, Profª Márcia Machado; a diretora da Faculdade de Educação (Faced), Profª Isabel Ciasca; o diretor da Faculdade de Direito, Prof. Cândido Albuquerque; e a professora indígena Margarida Tapeba.
A semana contemplará ainda mesas-redondas com representantes dos povos indígenas, pesquisadores das temáticas indígenas, extensionistas e representantes das diversas organizações governamentais e não governamentais que atuam no campo indigenista no Ceará, além de mostra artístico-cultural de música, dança, artesanato e outros produtos dos indígenas e artistas convidados.
A programação é gratuita e aberta ao público. A única atividade que requer inscrição é o minicurso "Perspectivas descolonizantes de história e patrimônio a serem trabalhadas nas escolas diferenciadas", que será realizado de 18 a 20 de abril, das 8h às 12h, na sala de reuniões do Departamento de Estudos Especializados da Faced (Rua Waldery Uchôa, 1, Benfica).
A atividade será ministrada pela Profª Jóina Borges, arqueóloga da Universidade Federal do Piauí (Ufpi) e pesquisadora na área de arqueologia e educação indígena entre os tremembés de Almofala. Interessados podem inscrever-se através de formulário on-line. Para as demais atividades, basta comparecer ao local na data e horário do evento.
Destaque na programação, a "Manhã curumins" ocorre no próximo dia 22, das 8h às 12h, na Casa de José de Alencar (Av. Washington Soares, 6055, Messejana). Com atividades voltadas para crianças e suas famílias, a iniciativa contará com oficinas de pinturas corporais e de cantos indígenas, cinema indígena, grupo de dança indígena Coco Anacé, contação de histórias, exposição de artesanato e apresentações artísticas de nomes como Pingo de Fortaleza, Marta Aurélia, Eliahne Brasileiro, Eugênio Leandro e Joice Custódio.
SOBRE O EVENTO – Os organizadores explicam que a ideia é, aproveitando-se do ensejo do Dia do Índio (comemorado em 19 de abril), possibilitar um espaço de análise da atual problemática indígena local e nacional e um melhor conhecimento das culturas indígenas no Estado, bem como fomentar o planejamento de ações e intervenções destinadas a apoiar as lutas dos povos indígenas do Ceará.
"Acredita-se que a realização anual da semana contribua também para consolidar a UFC e demais parceiras nesse projeto como instituições sensibilizadas e comprometidas com a inclusão social dos povos indígenas, possibilitando que as ações que já vêm sendo realizadas – em níveis de extensão, pesquisa e ensino – ganhem maior visibilidade e articulação, desdobrando-se em tantas outras desejáveis, possíveis, necessárias", enfatiza a organização.
INDÍGENAS NA UFC – No Ceará, o movimento indígena ganha força a partir dos anos 1980. Na década seguinte, têm início as primeiras campanhas pela demarcação de algumas terras indígenas: a dos tapebas, tremembés de Almofala, pitaguaris e jenipapos-canindés. Como resultado dos desdobramentos da luta pela terra, começam também os protestos por educação escolar diferenciada e assistência à saúde que considerassem as especificidades socioculturais dos indígenas.
A UFC, no entanto, já iniciara sua aproximação com as comunidades indígenas e suas realidades em 1965. Naquele ano, na Concha Acústica, ao receber a edição do Festival Nacional de Folclore, os tremembés de Almofala apresentaram sua tradicional dança do torém e obtiveram o primeiro lugar na competição. A partir dos anos 1970, embora tímida e isoladamente, projetos de pesquisa e extensão da UFC passam a atuar nessas comunidades.
Mas é a partir dos anos 2000 que se dá o desenvolvimento de uma relação profícua da UFC com os indígenas do Ceará, no campo da produção da educação diferenciada, principalmente em relação à formação de professores indígenas em nível superior. A Instituição torna-se, assim, pioneira no Nordeste e referência nacional ao implementar, em 2008, o primeiro curso superior na modalidade "licenciatura intercultural", o Curso de Magistério Indígena Tremembé Superior (MITS) e, em 2010, o Curso de Magistério Indígena Superior Intercultural dos Povos Pitaguary, Tapeba, Kanindé, Jenipapo-Kanindé e Anacé (MISI-PITAKAJÁ).
Mais informações são obtidas na página do evento no Facebook ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
Fonte: Prof. Babi Fonteles, da organização do evento – fone: 85 99186 7333 / e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.