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Sexta, 08 Junho 2018 11:16

O reitor da Universidade Federal do Ceará, Henry de Holanda Campos, com uma equipe do Curso de Design, esteve, na tarde de quinta-feira (7), na sede do Núcleo de Tratamento e Estimulação Precoce (NUTEP), que abriga ações de extensão da Universidade Federal do Ceará.

A comitiva conheceu o trabalho da Oficina de Tecnologia Assistiva do núcleo, que produz e distribui gratuitamente equipamentos como cadeiras de banho e de alimentação de baixo custo para crianças com dificuldades motoras e de locomoção. Na ocasião também foram discutidas parcerias entre as equipes na criação de novos equipamentos e próteses.

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Da equipe do NUTEP estiveram presentes o diretor e a presidente do núcleo, Lucivan Miranda e Rita Brasil, a fisioterapeuta Leda Frota e as terapeutas ocupacionais Ana Flávia de Lavor e Francineide Lima. O grupo do Curso de Design foi composto pela coordenadora do curso, Mariana Lima, pela coordenadora do Escritório-Modelo de Design da UFC, Camila Barros, e pelo coordenador da Oficina Digital, Roberto Vieira.

O reitor enfatizou a importância da pesquisa e do trabalho conjunto na área de tecnologias voltadas para a intervenção precoce e reabilitação infantil. "A ideia é que o Design possa colaborar na construção de elementos que facilitem a vida dessas crianças aqui do NUTEP. Meu sonho é que a gente chegue com esse grupo para fazer próteses ortopédicas, que é uma tarefa de grande necessidade, pois o Brasil ainda é muito dependente de tecnologia externa", afirmou.

Logo após, o Prof. Lucivan Miranda demonstrou aos professores do Design as atividades do NUTEP, que somam mais de 30 anos no fomento à neuroplasticidade e diagnóstico de deficiência auditiva. "Fomos o primeiro instituto do Nordeste a fazer o teste do ouvidinho e somos referência no diagnóstico e fornecimento de aparelhos auditivos para crianças e adultos", destacou.

O diretor também apresentou aos docentes uma matéria produzida pela UFCTV que aborda os trabalhos da Oficina de Tecnologia Assistiva do núcleo.

A Profª Rita Brasil comentou o aumento recente da capacidade produtiva na oficina – passou de meses para apenas 24 horas o tempo necessário à confecção dos equipamentos – e salientou a relevância de parcerias para manutenção desse processo. "Precisamos cada vez mais tornar nosso trabalho sustentável, trabalho esse indispensável para a população que a gente assiste. Essas pessoas não têm condições de ter acesso a esses recursos se não for através do sistema público", disse.

A coordenadora do Curso de Design, Mariana Lima, também avaliou como positiva a aproximação entre o NUTEP e o Curso de Design. "Tivemos recentemente uma demanda específica da Secretaria de Acessibilidade, também nessa área de tecnologias assistivas, e esse é um tema muito novo para a gente. Ficamos muito satisfeitos com a possibilidade de o design contribuir. Temos, por exemplo, nossa Oficina Digital, com máquinas que possibilitam que a gente desenvolva peças personalizadas", declarou.

EQUIPAMENTOS – Após breve caminhada, a comitiva visitou a Oficina de Tecnologia Assistiva do NUTEP. Foram recebidos pela terapeuta ocupacional Francineide Lima, que demonstrou de forma entusiasmada as criações do núcleo.

A partir das demandas das mães, Francineide e a equipe do NUTEP desenvolveram uma cadeira flexível para banho, uma cadeirinha para transporte no carrro e uma cadeira para uso na praia, esta última idealizada e criada com base no relato de uma mãe que sonhava em levar o filho para ver o mar.

Todos os equipamentos foram feitos a partir de canos de PVC, o que os torna mais leves e baratos. "Vivo atrás de novidades, acesso a Internet, pesquiso. Ficava me colocando no lugar dessas mães. Foi quando surgiu a ideia de arregaçar as mangas; peguei minha máquina de costura e fui atrás do melhor para meu paciente. Fiz muita coisa manual, cortando os canos – cortava com serrinha; hoje a gente tem tudo isso", afirmou.

Integrante do Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência, o NUTEP desenvolveu, de 2015 a 2017, quase 400 adaptações, dentre as quais, cadeirinhas plásticas, almofadas, cintos pélvicos, assentos, encostos. De mobiliários, como cadeiras de banho, de vaso, de canto e de 90° (para a criança sentar com a postura ereta), foram produzidas 240 peças. Ainda foram confeccionadas 1.238 órteses, incluindo luvas, faixas, talas e roupas.

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional – fone: 85 3366 7331