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Último dia do SINFORGEDS discute aspectos teóricos e práticos da Ciência da Informação

Professor Juán Radamés Linares ColumbiéUm dos maiores nomes da pesquisa em Ciência da Informação na América Latina, o Prof. Juán Radamés Linares Columbié, da Universidade de Havana (Cuba), realizou na noite dessa quinta-feira (21), no auditório do Bloco Didático III da Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade (FEAAC), a conferência de encerramento do V Seminário Internacional de Informação para a Saúde (SINFORGEDS). Na ocasião, o pesquisador abordou as interrelações entre a Ciência da Informação e a Ciência da Comunicação.

Veja outras imagens da conferência no Flickr da UFC

Em sua fala, Columbié fez um paralelo histórico das duas Ciências, enfatizando as similitudes nesses processos. Segundo ele, em ambos os campos as circunstâncias de desenvolvimento remontam ao período pós-Segunda Guerra Mundial, seguido pela era de explosão de demanda e produção de informações. "Foi uma situação geopolítica particular em que os países que dominavam a Guerra Fria foram os impulsionadores do surgimento da Ciência da Informação e da Ciência da Comunicação", afirmou.

Outros lugares de encontro entre as duas áreas marcados pelo pesquisador foram a interdisciplinaridade e a fundamentação em aportes teóricos similares. O professor Columbié apresentou ainda o conceito de "Infocomunicação", surgido nos últimos dez anos e que tenta unir de forma equânime as duas ciências, dentro de uma perspectiva  do poder comunicativo da informação. "A existência humana é impensável sem informação e isso acontece porque a informação comunica algo. Sem dúvida o ambiente digital é o que melhor reflete o fenômeno infocomunicacional", ressaltou.

SAÚDE BASEADA EM EVIDÊNCIA – A quarta mesa-redonda do SINFORGEDS, ocorrida na tarde de quinta-feira (21) abordou o tema "Saúde baseada em evidência, mineração de dados e preservação digital em prontuários do paciente". O encontro, teve a participação de pesquisadores brasileiros e estrangeiros, entre representantes da academia, de empresas de consultorias e da gestão pública hospitalar. A mediação ficou a cargo do Prof. Osvaldo de Sousa, do Departamento de Ciências da Informação da UFC.

Veja imagens da mesa-redonda no Flickr da UFC

Em sua fala, o português João Costa, médico e professor da Universidade de Lisboa, fez a relação entre os conceitos de informação, saúde e evidência. Segundo Costa, nos processos de tomada de decisões no campo da saúde, é necessário reunir evidências científicas a partir da literatura e de bases de dados médicos, levando em conta o contexto social do paciente e a expertise clínica dos profissionais. "Envolver os pacientes em suas próprias decisões médicas com informação adequada leva a decisões de custos mais baixos para o sistema de saúde", afirmou.

DADOS – Cleilton Lima Rocha, pesquisador do Instituto Atlântico, relatou a experiência de desenvolvimento do aplicativo GISSA (Governança Inteligente de Sistemas de Saúde), de tecnologia 100% cearense. O app, implementado no município de Tauá, traz informações atualizadas sobre cobertura vacinal, aleitamento materno, números de nascidos vivos e de partos naturais e cesáreos, com o objetivo de mensurar os riscos de óbito materno e infantil, até um ano de idade.

Para Rocha, a proposta do GISSA é, por meio de mineração de dados e aprendizagem de máquina, organizar informações clínicas e sociais no intuito de apoiar as decisões dos gestores públicos, e assim colaborar com bases de dados mais amplas, como o E-SUS, do Ministério da Saúde. "Hoje é possível desenvolver soluções nas quais se agrupam os pacientes com base no seu histórico clínico, nas medicações, nas visitas aos hospitais, e nas doenças que eles desenvolveram", explicou.

Palestrantes da penúltima mesa do eventoPRESERVAÇÃO DIGITAL - O engenheiro espanhol Jordi Masias, da AGTIC Consulting de Barcelona, tratou acerca das políticas institucionais de gestão documental e de preservação digital, em um contexto tecnológico de diversos formatos e suportes. De acordo com Masias, os sistemas informativos devem proporcionar guarda, consulta e recuperação de documentos no futuro, de modo que as informações se mantenham acessíveis, íntegras e com validade jurídica.

Para tanto, as instituições devem elaborar normas internas que prevejam protocolos de segurança, de gestão de documentos e arquivos, e de autenticação de certificados e assinaturas digitais. "Quando falamos de histórias clínicas, não falamos somente de médicos e de profissionais de saúde, estamos falando do cidadão. Elas são do cidadão e ele deve ter acesso a essas histórias clínicas. Será que as organizações estão prontas para essa mudança de perspectiva?", questionou.

SISTEMA DE GESTÃO CLÍNICA – A prática de produzir prontuários e o panorama histórico da Medicina foi discutido pelo médico e professor José Ricardo Guimarães, coordenador da Comissão de Prontuários do Hospital das Clínicas de Porto Alegre (HCPA). A unidade pública, ligada ao Complexo Hospitalar UFRGS/Ebserh, informatizou os processos e desenvolveu um sistema próprio de gestão, chamado AGHuse (Aplicativo de Gestão de Hospitais Universitários).

O sistema é constituído como software livre, podendo ser multiplicado em hospitais e postos de saúde público de outras regiões do País. Essa solução inovadora possibilita aos pacientes acessarem via Internet os resultados de exames e as informações constantes em prontuários eletrônicos. "Uma das principais funções do prontuário é a troca de informações entre a equipe de profissionais de saúde. O conceito de prontuário único vem junto com o de prontuário centrado no paciente, e não na instituição e tampouco naquele que está atendendo o paciente. O paciente é dono da sua informação e tem o poder de compartilhá-la com quem bem entender", defendeu Guimarães.  

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional da UFC – fone: 85 3366 7331

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