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Profª Elizabeth Fontes, da UFV, fala sobre avanços tecnológicos na agricultura em aula magna

Imagem: Profª Elizabeth Fontes é referência internacional na área de biologia molecular de plantas e genômica funcional (Foto: Viktor Braga/UFC)A Profª Elizabeth Fontes, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), de Minas Gerais, referência internacional na área de biologia molecular de plantas e genômica funcional, ministrou na manhã desta quinta-feira (16) a aula magna da pós-graduação da Universidade Federal do Ceará. O auditório da Zootecnia, situado no Centro de Ciências Agrárias (CCA) do Campus do Pici Prof. Prisco Bezerra, ficou lotado por alunos e professores da pós para assistir à exposição sobre o tema "Comunicação molecular de plantas com seu meio ambiente: impactos na produtividade e seguridade de alimentos".

A exposição teve como foco os avanços tecnológicos na área de ciências biológicas de plantas, mais especificamente, voltados para a agricultura em termos de biotecnologia e melhoramento vegetal de forma a conseguir variedades superiores mais resistentes a condições adversas do meio ambiente, como as causadas pela seca e por vírus.

De início, ela detalhou para uma plateia atenta o conceito de seguridade alimentar, cunhado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em 2010. "No Brasil, chamamos segurança alimentar que é utilizado como um termo bastante amplo que abrange tanto a food safety, que seria alimento seguro, livre de contaminações químicas, físicas ou patológicas, e também abrange a seguridade alimentar que é a garantia de acesso a alimentos com qualidade nutricional mínima para todas as pessoas do mundo, sem exceção", explicou.

A pesquisadora fez ainda um histórico da necessidade de se produzir alimentos para atender à demanda da fome de populações pobres em países em desenvolvimento, como a Índia e o próprio Brasil. Nesse sentido, lembrou da importância da chamada Revolução Verde, liderada pelo agrônomo Norman Borlaug. Em 1950, a produção de alimentos em larga escala tornou-se possível pelo uso de fertilizantes e agrotóxicos. Ela destacou que essas medidas acabaram recebendo críticas depois.

Confira outras imagens da aula magna no Flickr da UFC

A partir de 1990, ressaltou a professora, a produção de alimentos no mundo tomou novos rumos com os avanços da engenharia genética e da biotecnologia. "Só para se ter uma ideia, 93% da produção de soja, milho e algodão no Brasil já é transgênica. É muito difícil que nós retiremos essa palavra transgênico de nossa vida. Já é importante no caso de remédios, vacinas e, atualmente, é extremamente relevante na agricultura, propriamente dita", disse.

Como toda tecnologia inovadora, reconhece a necessidade de cuidados para garantir a segurança porque as plantas vão entrar na cadeia alimentar. Por isso, a Profª Elisabeth considera importante as discussões em torno do assunto. "Nós temos a Comissão Nacional Técnica de Biossegurança que regulamentou toda a capacidade de a gente colocar as plantas transgênicas comerciáveis no campo. De forma que a preocupação existe, mas ela é completamente contornada pela ciência", afirmou.

Imagem: Abertura do evento foi feita pelo pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Prof. Antônio Gomes de Souza Filho (Foto: Ribamar Neto/UFC)E, em seguida, como autoridade na área da biologia molecular, detalhou seus estudos envolvendo experiências com genes e processos biotecnológicos para tornar plantas resistentes a estresses como seca e vírus. Pesquisadora de reconhecimento internacional, detentora de várias premiações, membra titular da Academia Brasileira de Ciências e pesquisadora nível 1A do CNPq, a Profª Elizabeth Fontes coordena o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Interações Planta-Praga.

INTEGRAÇÃO – Na abertura, o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Prof. Antônio Gomes de Souza Filho, explicou que a escolha do tema e do local da aula magna se integram às comemorações dos 100 anos da Escola de Agronomia da UFC. Ao mesmo tempo, o evento busca a interação e a troca de conhecimentos entre estudantes e pesquisadores das diversas áreas.

Ele fez questão de revelar a motivação e o conceito da aula magna: estimular o espírito da universidade ser cada vez mais interativa e cada vez mais aberta a colaborar com outras instituições. Segundo ele, enquanto a Profª Elizabeth Fontes veio da UFV, professores da UFC são convidados para participações em outras universidades.

O vice-reitor no exercício da Reitoria, Prof. Custódio Almeida, elogiou a iniciativa da aula magna com o tema de abertura geral, diante do que chama de um movimento de especialização muito grande que há na ciência. Ressaltou que "é muito importante que a gente saiba que a fortaleza individual da especialidade está interdependente de uma fortaleza coletiva. Nós não estamos sozinhos, nós precisamos do sucesso do outro para que a gente também cresça. Eu acho que um convite coletivo como esse nos chama atenção para isso", afirmou.

Como anfitriã, a diretora do CCA saudou a convidada e os demais presentes e lembrou o pioneirismo da Escola de Agronomia, uma das instituições que estiveram no cerne da criação da UFC. Afirmou que hoje, como Centro de Ciências Agrárias, a unidade tem se destacado na pesquisa e na inovação, sendo a que mais registra patentes na Universidade.

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional da UFC – fone: 85 3366 7331

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