Procurar no portal

Abertura da 5ª RNCS destaca papel das universidades nas soluções para efeitos da seca

Imagem: Na abertura da 5ª Reunião Nordestina de Ciência do Solo, o papel das universidades nas soluções para efeitos da seca foi destaque na fala dos convidados (Foto: André Luis Nogueira)A discussão sobre a desertificação do semiárido e o papel da Universidade em buscar soluções para mitigar os efeitos desse processo através de pesquisas de alto padrão deu o tom da abertura da 5ª Reunião Nordestina de Ciência do Solo (5ª RNCS), na manhã desta segunda-feira (27), em Fortaleza. O evento, que traz como tema "Solo como fator de produção frente às mudanças climáticas no Nordeste brasileiro", é promovido pelo núcleo regional da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo e realizado pela Universidade Federal do Ceará. A programação segue até quinta-feira (30) no Hotel Praia Centro.

O evento reúne estudantes, professores, pesquisadores, extensionistas, consultores e produtores rurais, contando nesta edição com mais de 700 trabalhos inscritos. De acordo com a coordenadora da 5ª RNCS, Maria Eugenia Ortiz Escobar, o objetivo da reunião é compartilhar os avanços em Ciência do Solo do Nordeste, com a apresentação dos resultados das pesquisas que vêm sendo realizadas na região.

"É para todos nós um momento de atualização, esclarecimentos e de enriquecimento científico", informou, destacando a importância da universidade na produção de pesquisas na área de Ciência do Solo. "Somente no ambiente universitário é possível combinar o ensino, a pesquisa e a extensão, e é nosso desejo termos condições de continuar e assim podermos contribuir na formação de novos profissionais", afirmou a coordenadora em seu discurso no auditório lotado.

Para o diretor da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo – Regional Nordeste, Júlio César Nóbrega, o tema escolhido para a reunião é desafiador. "O tema se justifica diante das evidências científicas a respeito das alterações ambientais ocorridas nos últimos anos, bem como pela precisão do acirramento da aridez no semiárido e devido às estreitas relações da convivência frente aos efeitos das mudanças climáticas". Reforçando o discurso de Maria Eugenia Escobar, Nóbrega defendeu que as soluções para essas questões só podem ser alcançadas no meio universitário.

O diretor-geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), Ângelo José de Negreiros Guerra, também presente à abertura, apontou que o estudo agronômico deve influenciar na reversão do quadro de desertificação. Segundo ele, muitas vezes as soluções são simples e de baixo custo. O diretor ressaltou que o DNOCS, criado há 110 anos, sempre teve uma relação muito próxima com a Escola de Agronomia, fundada há 101 anos, e que hoje compõe o Centro de Ciências Agrárias da UFC. "As ações do DNOCS estão bem associadas à Escola de Agronomia. O DNOCS precisa dela, porque ele precisa se modernizar", disse.

A diretora do CCA, Profª Sônia Pinheiro de Oliveira, lembrou que a Escola de Agronomia foi criada com o intuito de contribuir com o desenvolvimento agronômico do Ceará e para formar um quadro técnico que pudesse interferir de forma racional nos efeitos da seca na economia cearense. Hoje, os cursos de graduação e pós-graduação do CCA estão consolidados, com qualidade reconhecida pelas avaliações do Ministério da Educação. "O CCA fortalece o comprometimento com a missão da UFC, que se movimenta cada vez mais para explorar um importante canal de conexão com a sociedade por meio da inovação, transformando conhecimentos em produtos, processos e políticas públicas com alto valor agregado, não somente financeiro, mas principal e fundamentalmente de natureza social".

O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFC, Prof. Antônio Gomes, defendeu a necessidade de se valorizar a produção científica nacional. "As dificuldades e os desafios que todos nós temos como humanidade não podem passar por soluções que não venham da ciência. É muito complicado e delicado escutar discursos e achismos de tomadores de decisão que pouco conhecem, pior, que ignoram os avanços científicos que a humanidade fez ao longo do tempo. A ciência é iluminadora das nossas ações".

Após a cerimônia de abertura, a 5ª Reunião Nordestina de Ciência do Solo seguiu com conferência com Carlos Eduardo Pellegrino Cerri, professor da Universidade de São Paulo (USP), que falou sobre "O solo como mitigador das mudanças climáticas no Nordeste brasileiro". Até quinta-feira (30), a reunião contará com duas conferências e 10 seminários, trazendo, pela primeira vez no evento, dois palestrantes internacionais. A programação completa pode ser conferida no site da 5ª RNCS.

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional da UFC – fone: (85) 3366 7331

Endereço

Av. da Universidade, 2853 - Benfica, Fortaleza - CE, CEP 60020-181 - Ver mapaFone: +55 (85) 3366 7300