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Quarta, 12 Junho 2019 12:07

Amazônia, riscos e desastres naturais, mudanças climáticas, segurança alimentar, dinâmicas do semiárido e muitos outros temas urgentes no cenário mundial estão em pauta, nesta semana, em Fortaleza. A Universidade Federal do Ceará é a anfitriã do 18º Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada, o maior evento do País na área, que foi aberto nessa terça-feira (11) e segue até o dia 15, no Hotel Praia Centro.

Os números comprovam o peso do evento: foram mais de 1.300 inscrições de pesquisadores do Brasil, Uruguai, Chile, Estados Unidos, Inglaterra, Moçambique, dentre outros; cerca de 1.600 trabalhos a serem apresentados e 40 horas de intensas atividades acadêmicas (confira a programação no site do evento).

"É a ciência fazendo seu papel: o de construir sonhos, de resistir e transformar, apesar dos obstáculos. A Geografia assume papel importante na geração do conhecimento, no combate das desigualdades sociais e na sustentabilidade do planeta", sintetizou a Profª Lidriana Pinheiro, do Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR), que coordena o simpósio ao lado da Profª Adriana Gorayeb, do Departamento de Geografia.

Veja mais fotos da abertura do Simpósio no Flickr da UFC

A solenidade de abertura contou com a presença do reitor da UFC, Prof. Henry Campos; da coordenadora de Pesquisa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, Profª Geanne Matos; da diretora do LABOMAR, Profª Ozilea Bezerra; do diretor do Centro de Ciências, Prof. Raimundo da Costa Filho, e do secretário estadual do Meio Ambiente, Artur Bruno.

A um auditório lotado, o reitor Henry Campos ressaltou a importância do fazer científico na resolução dos problemas da sociedade: "Nessa geração jovem é que depositamos a esperança de mudança de rumo. A preservação tem sido atropelada por interesses políticos e econômicos. E a sociedade precisa do conhecimento gerado pelas universidades para galgar novos destinos".

O secretário estadual do Meio Ambiente, Artur Bruno, enfatizou: "Este momento é decisivo, e nunca se precisou tanto da ciência. Muitas autoridades mostram total desconhecimento da história, da geografia e da política de nosso País", opinou.

A abertura do evento contou com apresentação da Orquestra Sinfônica do Campus de Sobral, vinculada ao Curso de Música, que emocionou o público com repertório repleto de compositores como Mozart e Tchaikovsky, sob regência da maestrina Adeline Stervinou.

Após a conferência de abertura, sobre "Geomorfologia histórica do semiárido brasileiro", proferida pelo Prof. Antônio Carlos de Barros Correa (UFPE), houve apresentação do grupo percussivo da UFC Acadêmicos da Casa Caiada, que animou o encerramento do primeiro dia do simpósio.

PROGRAMAÇÃO DE PESO – Um total de 49 palestrantes, oriundos da UFC e de instituições de vários países, estão presentes durante todo o simpósio. Nesta quarta-feira (12), a partir das 17h30min, terão destaque as conferências "Consequências geoecológicas das mudanças climáticas", com o Prof. Nathaniel Brunsell (Universidade de Kansas, EUA), e "Impactos e conflitos na Amazônia", com o Prof. François Laurent (Université du Maine, França).

Na quinta-feira (13), a partir das 11h, ocorrem as conferências "Mudanças globais e segurança alimentar", com o Prof. Christopher Rosin (Lincoln University, Nova Zelândia), e, a partir das 17h30min, "Mudanças climáticas e gestão de secas", com a Profª Pilar Paneque Salgado (Universidad Pablo de Olavide, Sevilla, Espanha).

A programação completa das conferências, palestras e mesas-redondas pode ser vista no site do simpósio.

O evento é uma realização do Programa de Pós-Graduação em Geografia e do Programa de Pós-graduação em Ciências Marinhas Tropicais da UFC, com o apoio dos programas de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Estadual do Ceará (UECE) e em Desenvolvimento e Meio Ambiente da UFC (PRODEMA), além do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

HOMENAGENS – A abertura do evento deu espaço a homenagens a três personalidades da área: os professores Jáder Onofre de Morais (UFC/UECE), Marcos José Nogueira de Souza (UFC/UECE) e Edson Vicente da Silva, o Cacau (UFC).

O Prof. Jáder Onofre foi diretor do LABOMAR, reitor da UECE e coordenador de inúmeros projetos nacionais e internacionais que acabaram por articular uma rede de pesquisa envolvendo geólogos, engenheiros, oceanógrafos e geógrafos interessados em processos morfodinâmicos e gestão da zona costeira. É membro da Academia Cearense de Ciências e bolsista de produtividade do CNPq há 33 anos.

Já o Prof. Marcos de Souza é referência por sua carreira dedicada a trabalhos de campo nas diversas áreas do Nordeste brasileiro, que resultaram em contribuições relevantes no âmbito da geomorfologia e nas questões interdisciplinares com enfoque socioambiental. Tem extensa produção científica na área de geomorfologia, desenvolvimento sustentável, zoneamento geoambiental, zoneamento ecológico-econômico, ecodinâmica, dentre outras.

O Prof. Cacau foi cofundador do PRODEMA e da Pós-Graduação em Geografia da UFC. Seus estudos concentram-se em temas relacionados a zonas costeiras, planejamento e gestão ambiental, educação ambiental e geoecologia das paisagens. É autor de dois livros de referência nacional: Geoecologia das paisagens: uma visão geossistêmica da análise ambiental e também Educação ambiental: problemática, tendências e desafios.

Fontes: Profª Lidriana Pinheiro, coordenadora do 18º Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada – fone: (85) 3366 7000; Profª Adriana Gorayeb, vice-coordenadora do evento – fone: (85) 3366 9855