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Professores Aldo Ângelo Lima e Gregório Bessa tomam posse na Academia Brasileira de Ciências

Imagem: A cerimônia de posse ocorreu virtualmente

Em cerimônia on-line realizada na noite de ontem (23), os professores Aldo Ângelo Lima e Gregório Bessa, da Universidade Federal do Ceará, foram empossados como membros titulares da Academia Brasileira de Ciências (ABC) ‒ sociedade científica centenária que contribui para o estudo de temas de grande relevância e subsidia a formulação de políticas públicas científicas e educacionais. A posse ocorreu durante a Reunião Magna da entidade.

O Prof. Aldo Lima passa a integrar a academia na área de Ciências Biomédicas, e o Prof. Gregório Bessa, na área de Ciências Matemáticas. Ao todo, foram empossados 14 membros titulares, 3 membros correspondentes e 30 membros afiliados. A lista completa dos novos membros está disponível no site da ABC.

O presidente da ABC, Luiz Davidovich, parabenizou os novos membros pelo destaque que alcançaram em suas carreiras científicas e os convidou a participar das atividades da academia, contribuindo para o desenvolvimento do País. Davidovich destacou o papel fundamental da ciência e contextualizou o atual cenário de adversidades no Brasil. Segundo ele, a crise provocada pela pandemia de covid-19 expôs várias fragilidades, como a educação básica deficiente, a crescente desindustrialização e a destruição dos biomas.

"O incêndio desses biomas, de certa forma, se compara ao incêndio da biblioteca de Alexandria. A biblioteca que temos na Amazônia, no cerrado, no Pantanal, nos pampas é a biblioteca da nossa imensa biodiversidade. É uma biblioteca que ainda não foi lida e pode não ser lida antes de ser destruída", advertiu, citando ainda os riscos representados por fatores como a negação de evidências científicas e os ataques a instituições de ciência e pesquisa.

Nessa realidade, a posição da ABC, disse, é de responsabilidade e de luta em defesa da ciência, da educação, da cultura, da inovação, da autonomia universitária e da liberdade de cátedra.

UNIÃO ‒ O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marcos Pontes, disse que o enfrentamento da pandemia criou um momento especial para a ciência, "única ferramenta que temos para livrar o planeta dessa situação", situou. O ministro reconheceu que "nunca foi fácil para a ciência cumprir seu papel" e, por isso, disse considerar que o caminho passa pela união de todas as instituições, tanto para resolver os problemas atuais como para preparar o País e o mundo para os próximos desafios.

EXPRESSÃO DA VERDADE ‒ Falando em nome dos novos membros, a pesquisadora Maria Teresa Fernandez Piedade, do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), ressaltou que a comunidade científica brasileira tem demonstrado resiliência e capacidade de adaptação a novos meios e ferramentas, intensificando sua eficiência. De acordo com Piedade, a pandemia evidenciou a necessidade de trabalhos mais inclusivos, multidisciplinares e transdisciplinares, sempre com componentes sociais. "Nossa missão é continuar produzindo ciência de qualidade, que é a expressão da verdade em oposição ao achismo", sintetizou.

COMUNICAR É PRECISO ‒ O orador representante dos membros veteranos foi o pesquisador Marcelo Miranda da Silva, também do IMPA. Ele deu as boas-vindas aos novos colegas de academia e chamou a atenção para a importância da divulgação científica. "Fazer ciência não basta. É necessário fazer a importância da ciência para a humanidade ser reconhecida por todos. [...] Comunicar é preciso."

O presidente do CNPq, Evaldo Vilela, pontuou que o olhar do mundo está novamente voltado para a ciência, desta vez na busca conjunta por uma solução global para um "inimigo comum", que é o novo coronavírus. "Só a ciência é capaz de trazer soluções eficazes e confiáveis e de promover o bem comum, qualidade de vida e desenvolvimento com soberania", salientou.

A Reunião Magna da ABC contou ainda com uma sessão solene para a entrega do prêmio Almirante Álvaro Alberto para a Ciência e Tecnologia (concedido à Profª Helena Nader, da Universidade Federal de São Paulo, além de concessão de títulos a pesquisadores eméritos e menção de agradecimentos do CNPq.

Compuseram a mesa principal do evento, virtualmente, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Marcos Pontes; o presidente do CNPq, Evaldo Vilela; o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Benedito Guimarães Neto; o comandante da Marinha do Brasil, Ilques Barbosa Júnior ‒ representando o ministro da Defesa; o presidente da ABC, Luiz Davidovich; o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEPE), Waldemar Barroso Magno Neto; e o presidente da diretoria executiva da Fundação Conrado Wessel, Helio Levisky. Outras autoridades científicas, governamentais e empresariais também prestigiaram a solenidade.

Imagem: Prof. Aldo Ângelo passa a integrar a academia na área de Ciências Biomédicas (Foto: CCSMI/UFC)PERFIL DOS NOVOS MEMBROS ‒ O Prof. Aldo Ângelo é médico, pesquisador e professor de Farmacologia, decano do Departamento de Fisiologia e Farmacologia da UFC; sócio honorário da American Society of Tropical Medicine and Hygiene; ex-fellow do Howard Hughes Medical Institute; e pesquisador associado da Universidade de Virgínia (1988), nos Estados Unidos.

Trabalha em pesquisa científica concentrada no estudo de doenças diarreicas, desnutrição, enteropatia, barreira funcional intestinal (prevenção e tratamento), bem como de seus impactos a curto, médio e longo prazos no desenvolvimento cognitivo, crescimento e educação em crianças participantes de estudos de cortes em comunidades urbanas, em Fortaleza e na região do semiárido brasileiro.

Possui graduação em Medicina e mestrado em Farmacologia pela UFC, com especialização em Residência Médica pela Fundação de Saúde do Estado do Ceará; tem doutorado em Microbiologia, Imunologia e Parasitologia pela Universidade Federal de São Paulo e fez estágio pós-doutoral em Ciências da Saúde na Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos.

Em âmbito nacional, participou da fundação do Instituto Nacional de Biomedicina do Semiárido Brasileiro, do qual é coordenador, além do desenvolvimento de duas redes de pesquisa: uma nacional, denominada RECODISA, e outra internacional, MAL-ED, ambas financiadas pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e pela Bill and Melinda Gates Foundation, respectivamente.

"Os meus sentimentos são de muita alegria e satisfação por ser reconhecido como médico cientista na área de biomedicina em tão prestigiada Academia Brasileira de Ciências", declarou Aldo ngelo na época de sua indicação para a ABC, no fim de 2019.

O Prof. Gregório Bessa é matemático e estuda atualmente o espectro de superfícies mínimas próprias ilimitadas no espaço euclidiano. Seu trabalho tem ênfase na geometria espectral, com contribuições para a geometria estocástica e o princípio do máximo.

Bolsista de Produtividade do CNPq, nível 1B, é também coordenador de Área da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Anteriormente, coordenou projetos de fomento à pesquisa desenvolvidos pela Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP). Consta entre seus principais feitos a elaboração de importantes teoremas matemáticos.

Imagem: Prof. Gregório Bessa passa a integrar a ABC na área de Ciências Matemáticas (Foto: divulgação)Com graduação e mestrado pela UFC, Bessa tem ainda doutorado pela State University of New York at Stony Brook, em Nova York, e quatro estágios de pós-doutorais em diferentes instituições internacionais: Max Planck Institut fur Mathematik, em Bonn, na Alemanha; International Center for Theoretical Physics (Centro Internacional de Física Teórica, na sigla em inglês, ICTP), na Itália, do qual foi membro regular por cinco anos; Universidad de Murcia, na Espanha; e University of Pennsylvania, onde reside atualmente para realizar o estágio.

"Eu tenho um sentimento de orgulho misturado com gratidão. Orgulho por ser escolhido entre os meus pares, entre tantos de grande talento, e gratidão pela generosidade em me escolher. Sinto-me honrado com a distinção e com o desejo de corresponder à confiança em mim depositada", disse Bessa, quando de sua eleição para a ABC.

UFC NA ACADEMIA – Além de participação no conselho consultivo, junto com os novos membros, a UFC tem ainda mais oito professores ocupando cadeiras titulares na academia: Antonio Gomes (Física), Benildo Sousa Cavada (Bioquímica e Biologia Molecular), Edilberto Rocha Silveira (Química Orgânica e Inorgânica), João Lucas Marques Barbosa (Matemática), José Soares de Andrade Júnior (Física), Luiz Drude de Lacerda (LABOMAR), Manassés Claudino Fonteles (Fisiologia e Farmacologia) e Manoel Odorico de Moraes Filho (Fisiologia e Farmacologia).

A Universidade possui ainda 19 membros afiliados, pesquisadores de excelência com menos de 40 anos de idade que integram os quadros da ABC por um período de cinco anos.

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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