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Nova obra de servidor da UFC traz textos de José de Alencar publicados pela primeira vez em livro

Capa do livro José de Alencar: entre o jornalismo e a ficçãoNovo livro escrito por servidor técnico-administrativo da Universidade Federal do Ceará sobre a obra de José de Alencar traz dois textos originais do autor cearense até então não publicados em formato de livro. O lançamento, intitulado José de Alencar: entre o jornalismo e a ficção, é de autoria do mestre e doutorando em Letras Renato Barros de Castro.

Publicados originalmente em 1856, no jornal Diário do Rio de Janeiro, os textos inéditos em livro são "Folhetim – conversa com os meus leitores" e "Apólogos". Com isso, a ideia da obra de Renato, lançada pela editora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (EDIPUCRS), é apresentar um lado que ele considera ainda pouco conhecido de Alencar, ou seja, o viés "realista" do autor, um dos principais representantes da estética do Romantismo.

"A gente tem o José de Alencar como um escritor aristocrático, que participava dos salões do Rio de Janeiro, o que também é verdade, mas eu mostro um lado diferente, um Alencar no início de carreira, tentando começar a vida e obter sucesso como literato e jornalista", aponta Renato.

Para chegar às publicações inéditas, Renato investigou os folhetins (espaço no rodapé dos jornais) da imprensa carioca do século XIX, em busca de um dos textos, que havia sido mencionado, mas nunca publicado por outros pesquisadores da obra de Alencar, e acabou por encontrar ainda um segundo texto.

A partir dos folhetins investigados, o novo livro traça uma evolução para o que viria a ser a escrita consagrada do cearense. "Esse espaço [os folhetins] serviu para ele exercer uma espécie de laboratório para a escrita dele. Eu mostro como foi a evolução dele na imprensa, saindo do trabalho de folhetinista, até chegar ao trabalho de romancista. Vou mostrando como, nos primeiros romances dele, essa relação está explícita. Há até trechos dos romances que parecem paráfrases das crônicas [publicadas nos jornais]", explica.

Outro aspecto abordado é a característica de flâneur de Alencar, que servia à construção de suas crônicas e relatos. "Para escrever os textos do jornal, ele passeava muito pela cidade [Rio de Janeiro]. Ele ia tanto para os bailes aristocráticos como visitar lugares muito pobres, que ele cita nas crônicas e em romances, como é o caso de A viuvinha, um texto em que ele fala muito da condição das camadas menos favorecidas do Rio", ressalta.

Autor do livro, Renato Barros de CastroInicialmente, a ideia de Renato era analisar a obra de Honoré de Balzac, autor francês que também serviu como influência para José de Alencar. A mudança de objeto para os escritos do cearense veio após conversas com os professores Marcelo Peloggio (UFC) e Marcus Vinicius Nogueira Soares (UERJ). O trabalho contou ainda com o suporte da Profª Denise Rocha, também vinculada, na época da pesquisa, à UFC.

O livro pode ser adquirido por meio do site da editora, em formato impresso e digital.

O AUTOR – Graduado em Jornalismo, Renato Barros de Castro é atualmente doutorando em Letras na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Seu mestrado foi realizado na UFC, onde desenvolveu dissertação também sobre José de Alencar. É autor do livro de contos O mistério de Frida Zeiden, obra finalista do Prêmio SESC de Literatura de 2016.

Escreveu ainda o romance Inventário das sombras e os livros de crônicas Viagem a um Brasil insólito, vencedor do Prêmio de Incentivo à Publicação e Divulgação de Obra Inédita da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará (SECULT), e Geografia afetiva, vencedor do Prêmio Milton Dias.

Fonte: Renato Barros de Castro – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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