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UFC promove melhoria na produção de biolubrificantes; pesquisa gerou patente em parceria com Petrobras

O potencial produtivo de derivados de petróleo vem acompanhado de uma preocupação: o impacto ambiental que os óleos de origem mineral podem causar. Buscar solução para esse problema é o foco da mais recente invenção patenteada da Universidade Federal do Ceará, desenvolvida em parceria com a Petrobras e voltada à melhoria na produção de biolubrificantes feitos a partir de óleos de origem vegetal ou animal, de baixa agressividade ambiental.

Utilizados principalmente para garantir o bom funcionamento de equipamentos como motores, os óleos lubrificantes, sobretudo quando usados em equipamentos agrícolas, fluidos hidráulicos e motores de barco, podem apresentar riscos para o meio ambiente. Nesses casos, a substituição pelos biolubrificantes torna-se promissora.

Foto da fachada do Núcleo de Pesquisas em Biolubrificantes da UFC, que é um prédio térreo branco com uma entrada azul

O problema, entretanto, é garantir um processo de produção que deixe os biolubrificantes em condições apropriadas para uso. O óleo de mamona, por exemplo, já amplamente conhecido da indústria, tem uma boa capacidade para geração de lubrificantes, mas requer a aplicação de processos químicos antes de ser utilizado, já que apresenta baixa estabilidade oxidativa, elevada acidez e baixo índice de viscosidade, fatores importantes para esse tipo de produto.

O que propõe a invenção patenteada é utilizar ácidos graxos de derivados de óleos vegetais (derivados de óleos de mamona, soja ou canola, por exemplo) ou animais (derivados de sebo bovino e óleo de peixe) a partir de duas etapas: a primeira, de esterificação, ou seja, reação entre um ácido e um álcool; e a segunda, de acetilação, que se configura pela inserção de um grupo acetila. 

Isso resultou em biolubrificantes melhorados e com custo de produção reduzido, bem como na utilização matérias-primas renováveis, abundantes e biodegradáveis, substituindo o uso de materiais nocivos. A invenção representa ainda uma possibilidade de aprimoramento da indústria brasileira, como aponta o Prof. Murilo Luna, do Departamento de Engenharia Química (DEQ), um dos responsáveis pelo invento.

“A obtenção de biolubrificantes utilizando ácidos graxos de origem vegetal ou animal é uma oportunidade para a indústria, principalmente a do biodiesel, que pode diversificar seus produtos, agregando valor às matérias-primas renováveis ou utilizando ácidos graxos residuais e possibilitando a ampliação dos lucros e, consequentemente, a oferta de empregos para trabalhar na área”, diz.

“Essa patente é importante para a nossa Universidade, pois tem potencial para aplicação industrial, seja por parte da Petrobras, que também é titular da patente, seja por outra empresa que tenha interesse na produção de óleos básicos biodegradáveis. Aqui na UFC estamos trabalhando em diversas rotas de obtenção de biolubrificantes, inclusive com dois outros pedidos de patentes em processo”, projeta Luna.

A INVENÇÃO – O depósito da nova patente data de 2014, tendo como inventores, além do Prof. Murilo Luna, o Prof. Célio Loureiro Cavalcante Júnior, ambos do DEQ, e os pesquisadores da UFC Fátima Andrea Lima Girão, Francisco Ordelei Nascimento da Silva (atualmente professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte) e Maria do Socorro Vale. Pela Petrobras, também financiadora do projeto, assina o pesquisador José Cavalcanti da Silva, cuja parceria com o Prof. Ícaro de Sousa Moreira, ex-reitor da UFC e pesquisador na área da química, deu início às pesquisas com biolubrificantes na Universidade.

Essa é a sétima patente concedida à UFC desde setembro de 2019, quando a primeira carta da história da Instituição foi concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

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As recentes aquisições são resultado de esforço exercido pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG), por meio da Coordenadoria de Inovação Tecnológica (UFC Inova), que tem trabalhado para facilitar os registros, no INPI, das invenções desenvolvidas na UFC. Durante a pandemia de covid-19, a UFC Inova iniciou um tipo de mentoria com os inventores de patentes que estão passando por exames técnicos, analisando aspectos da redação patentária e orientando, através de e-mails, reuniões pelo Google Meet, dentre outras formas, sobre o atendimento aos requisitos legais vigentes no País.

Fonte: Prof. Murilo Luna, do Departamento de Engenharia Química da UFC – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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