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PÃIM Solidário oferece atendimento psicológico on-line; saiba como funciona o serviço

A pandemia da covid-19 provocou transformações em vários aspectos da vida, causando, inclusive, o agravamento de transtornos emocionais. Os problemas aparecem, mas as alternativas para resolução também, como mostra o Programa de Ações Integradas pela Vida (PÃIM), vinculado ao Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Ceará. Desde março do ano passado, o programa oferta o PÃIM Solidário, projeto de atendimento psicológico on-line e gratuito prestado por uma equipe de estudantes de Psicologia da UFC, recém-graduados e psicólogos voluntários, profissionais de ampla experiência.

Imagem: logomarca do Programa PÃIM, uma árvore frutífera com raízes fortes

A sigla formando o codinome PÃIM é uma referência às figuras paterna, materna e faz alusão ao deus grego Pã, protetor dos bosques. No caso do projeto PÃIM Solidário, trata-se de atividade de extensão tendo como público prioritário alunos de instituições de ensino superior (IES), pessoas que vivem com HIV, integrantes de grupos LGBTQIA+, professores da rede pública de ensino e quem está em situação de luto. Todos precisam estar na condição de vulnerabilidade socioeconômica. Os interessados devem se inscrever por meio de formulários eletrônicos disponíveis no perfil do programa no Instagram: @paim_ufc.

Uma vez preenchido o cadastro, a central de agendamentos do PÃIM Solidário faz contato com o interessado para marcar o primeiro atendimento. Nesse encontro virtual, após o acolhimento por meio de uma escuta sensível, a pessoa recebe o encaminhamento adequado, podendo ser para a escuta de curta duração (quatro encontros com sessões de 50 minutos on-line), grupos terapêuticos (média de 8 a 12 encontros, com periodicidade semanal e duração de 1 hora e 30 minutos) ou outros serviços de acordo com a demanda.

O Programa de Ações Integradas pela Vida é coordenado pela Profª Michelle Steiner dos Santos, do Departamento de Psicologia da UFC, com apoio do Prof. José Olinda Braga, do mesmo departamento. A coordenadora informa que nos atendimentos do projeto PÃIM Solidário os principais problemas relatados pelos pacientes são: sentimento de solidão e desesperança, ampliação do quadro de ansiedade, casos de violência doméstica, incidência de pensamentos suicidas, bem como quadros de síndrome de burnout (distúrbio psíquico causado pela exaustão extrema ligada ao trabalho).

São casos, segundo ela, que já existiam na maior parte das vezes e "foram agravados na pandemia com o isolamento social e a fragmentação política e econômica do País, que fizeram com que muitas pessoas perdessem o emprego. A falta de emprego é fator de vulnerabilidade econômica e social, bem como de vulnerabilidade psíquica".

Ouça também notícia da rádio Universitária FM sobre o PÃIM Solidário

SOLIDARIEDADE – O programa mantém "ações permanentes de promoção à vida com base na integração e respeito às diferenças humanas, sobretudo em momentos de crise como os que estamos vivenciando agora", diz a professora. Para realizar as atividades, conta com uma equipe de 48 pessoas, da qual fazem parte os 2 professores mencionados, 24 psicólogos voluntários, além de bolsistas e estagiários de Psicologia.

Simone Soares integra o grupo de psicólogos voluntários. Ela foi aluna de Psicologia da UFC e sempre achou importante a dimensão da extensão. Ao surgir a oportunidade de participar do PÃIM Solidário, ela se engajou. E já foi enfrentando desafio da adequação ao universo de atendimento remoto por causa da pandemia. Simone participa tanto do atendimento direto ao público cadastrado como faz supervisão dos estagiários em conjunto com os professores. "Eu me sinto muito gratificada por participar de um projeto social sério, que tem estrutura, organização, propósito, metodologia", diz.

Para ela, o projeto é importante na proposta e alcance que ele tem diante de tantas demandas agudas apresentadas pelo público. "Oferecer um espaço de escuta com a possibilidade de a pessoa rever aspectos que não está vendo de si mesma e conseguir se redimensionar em seu percurso me parece muito significativo. É muito impactante na vida dessa pessoa, mesmo sendo uma terapia de curta duração", comenta. Atuar como voluntária é, para Simone, uma forma de agradecer à sociedade, que financia a Universidade. Ela considera um modo de devolver o que aprendeu na Instituição.

Experiência rica também relata Larissa da Silva Sousa, aluna do oitavo semestre do Curso de Psicologia da UFC e atualmente estagiária da Profª Michelle Steiner no PÃIM Solidário. Ela chegou ao projeto necessitando de atendimento e hoje está "do outro lado", auxiliando quem precisa.

"Quando entrei em contato com o projeto, estava passando por uma situação muito delicada na pandemia. Perdi dois tios em uma semana por conta da covid-19, meu pai perdeu o emprego. Mas encontrei auxílio no projeto, tanto com o atendimento como no apoio da Profª Michelle e de meus colegas que também estão no projeto. Hoje, poder participar trabalhando, sabendo da importância que é, faz toda a diferença", conta.

Larissa destaca também o fato de ser um projeto desenvolvido em uma universidade pública. "Nem sempre as pessoas podem pagar por uma terapia. E aí entra a importância do projeto, ainda mais em uma universidade pública. Os serviços prestados pela UFC para pessoas que estão em situação de vulnerabilidade socioeconômica são demasiadamente importantes."

Para a formação dela, o PÃIM Solidário, tem influenciado bastante. "Me faz questionar e refletir que é necessário que a clínica esteja atenta às questões sociais, econômicas, políticas", diz.

SAIBA MAIS – Além do PÃIM Solidário, o Programa de Ações Integradas pela Vida mantém outros dois projetos: o Tornar-se Psi, de apoio ao aluno concludente de Psicologia; e o Empreendedorismo Social na Psicologia Clínica, voltado aos egressos dos cursos de psicologia que têm interesse em desenvolver sua atividade prática dentro da psicologia clínica.

Outras informações estão no Instagram do PÃIM e podem ser obtidas também pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Fonte: Profª Michelle Steiner dos Santos, coordenadora do Programa de Ações Integradas à Vida (PÃIM) – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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