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Comitê apresenta avaliação do impacto das bolsas no desempenho acadêmico da UFC

O Comitê de Avaliação de Bolsas Acadêmicas apresentou para a administração superior da UFC um amplo estudo sobre o impacto dos diversos programas de bolsas no desempenho acadêmico. O comitê, presidido pelo Prof. João César Moura Mota, é um grupo criado em 2019, que reúne representantes das pró-reitorias e da comunidade acadêmica para avaliar os programas existentes na Universidade.

O trabalho foi apresentado pelo Prof. André Lima Férrer de Almeida, assessor do Programa de Articulação entre Graduação e Pós-Graduação (PROPAG). A pesquisa levantou indicadores para cada um dos programa de bolsas nos anos 2017, 2018 e 2019 (anos pré-pandemia) e 2020 (ano da pandemia) e os comparou com o conjunto dos bolsistas, independentemente do programa; com o dos estudantes não bolsistas da Universidade; e com o conjunto geral dos alunos da Universidade.

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Ao longo de 2020, período estudado, a UFC registrava cerca de 6 mil bolsistas por semestre em diversos programas, cada um com um objetivo específico. Há bolsas para alunos socialmente vulneráveis, para iniciação científica e extensão, para monitoria e ensino, para as artes, para estimular vocação empreendedora, dentre várias outras.

Para o reitor da UFC, Prof. Cândido Albuquerque, o trabalho permite entender melhor, a partir de dados objetivos, o impacto da política de bolsas da Universidade. Com isso, será possível criar mecanismos de aperfeiçoamento dessa política, tendo em vista a melhoria do desempenho acadêmico. 

“Nosso objetivo é transformar a bolsa em estímulo ao estudante para melhorar a excelência acadêmica da Universidade. O objetivo não é tirar nada do aluno, pelo contrário, se possível, nossa ideia é aumentar o valor [da bolsa]. Estamos investindo R$ 30 milhões por ano em bolsas. Precisamos saber qual o resultado acadêmico disso. Está impactando quais elementos da atividade acadêmica?”, pergunta.

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COMO FOI FEITO O ESTUDO - Foram analisados quatro critérios para mensurar o desempenho acadêmico. O primeiro deles considera a quantidade de horas das disciplinas em que os bolsistas se matricularam com a quantidade de horas previstas para ser cursadas no período regular, o que sinaliza se o estudante está seguindo o ritmo previsto do seu curso.

O segundo indicador avalia a quantidade de horas dos componentes curriculares em que o estudante foi aprovado no semestre em relação à quantidade de horas previstas para o período regular, uma métrica para avaliar se o aluno está avançando no curso.

O terceiro estabelece a relação entre as horas de disciplinas em que o aluno foi aprovado e as horas das disciplinas em que ele está matriculado. E o último avalia o Índice de Rendimento Acadêmico (IRA). Por fim, os pesquisadores avaliaram a diferença entre o tempo previsto para a conclusão de determinado curso e o tempo em que ele é efetivamente concluído. 

Dessa forma é possível avaliar a evolução do desempenho de determinado programa de bolsas no tempo e compará-lo com o conjunto dos bolsistas; com os não bolsistas e com o total de alunos da Universidade. O mesmo procedimento foi feito com as unidades acadêmicas da UFC.

Na média, a pesquisa identificou que os bolsistas da UFC possuem um desempenho melhor do que os estudantes não bolsistas. No entanto, essa situação não é homogênea e alguns programas aparecem com desempenho pior do que a situação dos não bolsistas. 

A pesquisa também quantificou a queda de desempenho acadêmico no ano da pandemia comparando-o com os anos anteriores em boa parte dos cenários analisados. Essa queda não foi uniforme, com alguns programas e unidades sentindo mais o impacto do que outros. Isso se reflete mais intensamente naquelas unidades que paralisaram ou reduziram de forma mais intensa as atividades acadêmicas. 

"Esses achados nos levam a inferir que são reflexos da mudança do formato das atividades dos bolsistas, que eram todas presenciais e, com a pandemia, tiveram que ser adaptadas para o formato remoto. O isolamento social e a consequente falta de convívio na Universidade favoreceram a desmotivação para o estudo de boa parte dos estudantes", avalia a pró-reitora de Graduação, Profª Ana Paula.

AVALIAÇÃO – Durante o encontro em que houve a apresentação da pesquisa, o reitor relatou sua experiência pessoal na Faculdade de Direito com as bolsas de monitoria, citando casos concretos em que esses benefícios tiveram impactos para melhorar não apenas o desempenho do bolsista em si mas também de alunos não bolsistas, apoiados pelo monitor nos seus estudos. 

Segundo ele, a partir dos dados levantados, a Universidade estudará mudanças nos programas com o objetivo de reduzir distorções no tempo de conclusão dos cursos e na taxa de sucesso (quantidade de pessoas que conclui uma graduação em relação às pessoas que ingressam nela). Para a Profª Ana Paula de Medeiros Ribeiro, os dados apresentados são fontes valiosas de informações para a melhoria dos editais dos programas de bolsa.

PESQUISA CONTINUA – O presidente do comitê, Prof. João César, diz que o grupo quer enriquecer ainda mais a pesquisa e que já está fazendo a análise do material por curso. “Em parceria com a Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD), estamos trabalhando para ser um braço de avaliação científica desses dados”, relata.

O Prof. André Lima informa que um dos objetivos é criar uma métrica para aferir a eficiência de cada programa de bolsas, o que exige a incorporação dos dados financeiros. “Essa métrica ainda não existe, mas está no nosso roadmap. Queremos saber quanto investimos e qual o retorno”, diz.

Fonte: Profª Ana Paula de Medeiros Ribeiro, pró-reitora de Graduação – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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