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Coleção Alagadiço Novo retorna com livros sobre atuação do Ceará pela independência do Brasil

A conceituada Coleção Alagadiço Novo, criada pelo primeiro reitor da Universidade Federal do Ceará, Prof. Antônio Martins Filho, que estava com publicações suspensas desde a morte dele em 2002, está voltando. Por definição da administração superior e do Conselho Editorial da UFC, a Coleção Alagadiço Novo ganhou o subtítulo "Intérpretes do Ceará". Para marcar o retorno, serão editadas cinco obras com foco na participação do Ceará nas lutas pela independência do Brasil. O lançamento das obras está previsto para julho de 2022, ano do Bicentenário da Independência.

As obras anunciadas ressaltarão "aspectos de uma campanha pouco conhecida e pouco estudada pelos pesquisadores e historiadores cearenses. Ao contrário de Pernambuco, onde as fontes documentais foram analisadas em profundidade e publicadas em periódicos e livros, no Ceará são poucas as contribuições divulgadas", afirma o presidente do novo Conselho Editorial da UFC, Prof. Paulo Elpídio de Menezes Neto.

Imagem: estante com livros já publicados pela Coleção Alagadiço Novo

De acordo com o que ficou definido, ao se pensar em publicações sobre a atuação do Ceará nas lutas pela independência, o conselho teve como objetivos estimular a reflexão crítica sobre essa participação na Revolução de 1817; na Assembleia Constituinte de Lisboa, convocada no dia 7 de março de 1821, por Dom João VI, em razão das convulsões políticas ocorridas em 24 de agosto de 1820 em repulsa da dominação inglesa desde 1808 (o Ceará foi representado por José Martiniano de Alencar, pai do escritor José de Alencar); na Confederação do Equador; e na vitória da Batalha de Jenipapo, no vizinho Estado do Piauí.

As primeiras publicações para a retomada da Coleção Alagadiço Novo serão as seguintes:

A participação do Ceará nas lutas pela Independência do Brasil ‒ monografia a ser selecionada em concurso público, aberto à participação de especialistas, individualmente ou em grupos multidisciplinares. O regulamento será lançado no próximo dia 30 de setembro, quando se iniciam as inscrições, que terão prazo até novembro de 2021.

A UFC e os estudos sobre os movimentos e lutas pela independência do Brasil no Ceará. Será fruto de pesquisa no acervo de dissertações e teses de mestrado e doutorado, da autoria de docentes ou alunos pós-graduados da UFC e de outras universidades cearenses.

Reedição do texto da peça Dona Bárbara. Com cinco atos, em versos, o trabalho é de autoria de José Carvalho, bisneto de Bárbara de Alencar, aclamada como heroína da Revolução Pernambucana e da Confederação do Equador. A primeira e única edição foi publicada em 1916, na cidade de Belém (PA). Texto revisto, precedido de introdução e anotações do historiador Geová Sobreira.

Edição de um livro – Os "confederados" e as lutas pela independência no Ceará – contendo reconstituição histórica e análise das manifestações a favor da independência e dos movimentos separatistas ocorridos em Pernambuco, Paraíba e Ceará, e sinopse biográfica dos "confederados" fuzilados, no dia 25 de maio de 1825, em Fortaleza, no Campo da Pólvora, hoje Passeio Público. As pesquisas e elaboração do texto ficarão a cargo da UFC, com a participação de docentes e alunos.

Coletânea de estudos e pesquisas (ensaios, monografias ou artigos) publicados na Revista do Instituto do Ceará sobre o Ceará e a independência do Brasil. A obra enfocará as lutas pela independência travadas no Ceará e, de modo especial, as celebrações comemorativas do Centenário da Confederação do Equador. O Conselho definiu que caberá ao Instituto do Ceará, com a colaboração de seus sócios e pesquisadores, a seleção do material, revisão e registro sobre os autores e os textos escolhidos.

NOVA FASE ‒ Nessa nova fase, a Coleção Alagadiço Novo  Intérpretes do Ceará deverá privilegiar, segundo o projeto do Conselho Editorial, "a unidade temática de questões relacionadas com o Ceará e os cearenses, no campo da história, das ciências sociais, da crítica literária sobre obras de autores cearenses e da reconhecida contribuição da pesquisa científica desenvolvida pela UFC e outras instituições cearenses".

Além das cinco obras em alusão às lutas pela independência, está previsto, também para 2022, o lançamento de outras cinco. E vêm muito mais. "A rubrica Intérpretes do Ceará deverá abranger, em quatro anos, 20 títulos, entre reedições e ensaios e biografias sobre o tema genérico de Intérpretes do Ceará. Os títulos serão aprovados pelo Conselho Editorial a partir de parecer de especialistas consultados", informa o Prof. Paulo Elpídio.

Nesse retorno, a coleção se abre a parcerias com o Instituto do Ceará, Academia Cearense de Letras e universidades. A escolha dos responsáveis pela organização dos originais para publicação e das notas críticas e fortuna crítica do autor serão de atribuição do Conselho Editorial.

Quanto ao projeto gráfico das publicações e à tiragem de cada edição, ficam a cargo do Conselho Editorial e da Imprensa Universitária. A distribuição vai atender a uma lista cativa para envio por correio, da qual constarão instituições acadêmicas brasileiras, especialistas, mídia especializada e bibliotecas. Como já ocorria, parte da edição será destinada para distribuição comercial às livrarias, feiras e bienais de livros.

RENOVAÇÃO ‒ A Coleção Alagadiço Novo, criada pelo ex-reitor e fundador da UFC, Prof. Antônio Martins Filho, nasceu vinculada ao Programa Editorial Casa de José de Alencar. A primeira obra publicada, em 1983, foi uma reedição de Iracema, clássico de José de Alencar. Até 2002, ano da morte do ex-reitor, foram publicados 308 títulos, sendo o último intitulado O povoamento da solidão, de José Costa Matos, como informa o diretor da Imprensa, Joaquim Melo de Albuquerque.

Todas as publicações foram produzidas na Imprensa Universitária da UFC, unidade que o Prof. Martins Filho considerava "a segunda casa dele", relembra Melo. Para o diretor, é de muita importância a retomada da coleção e o fato de a execução do projeto continuar a cargo da Imprensa. "Depois de pronta, a coleção vai traduzir a política editorial da UFC, com uma linha voltada para cultura, história e aspectos sociais regionais", diz. Ressalta que a Coleção repaginada, com um novo projeto gráfico, uma nova mentalidade, "vai contribuir muito para o fortalecimento da Imprensa Universitária em seus processos editoriais", avalia.

Fontes: Prof. Paulo Elpídio de Menezes, presidente do Conselho Editorial da UFC – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.; Joaquim Melo de Albuquerque, diretor da Imprensa Universitária – fones: (85) 3366 7485 e 3366 7486 – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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