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Sexta, 12 Novembro 2021 08:10

Respondendo por cerca de 45% dos partos de alto risco da cidade de Fortaleza e por um a cada quatro transplantes realizados no Ceará, além de ser o único a tratar de doenças raras de adultos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado, o Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará vem ampliando sua importância no atendimento médico da população cearense. Entretanto, para continuar mantendo e incrementando os serviços prestados à comunidade, precisa renovar a contratualização com a Prefeitura de Fortaleza, o que permite o recebimento dos recursos do SUS. Os contratos vigentes expiram em 6 de dezembro.

O Complexo Hospitalar da UFC é composto pelo Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) e pela Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (MEAC). Cada um deles possui um contrato específico com a Prefeitura para o recebimento dos recursos do SUS e ambos os acordos foram firmados há cinco anos. A renovação da contratualização implica a atualização dos valores, considerando a inflação no período, para que os serviços possam continuar sendo ofertados com a mesma qualidade e volume. Os valores atuais se referem ao ano de 2016, e o montante a ser definido nos novos contratos será aplicado, a priori, até o ano de 2026.

Atualmente, a UFC, a EBSERH (empresa pública responsável pela administração dos hospitais universitários) e a Prefeitura de Fortaleza estão em fase de negociação desses valores. "O processo está em andamento. A nossa intenção é manter todos os serviços que hoje são oferecidos, e nós só queremos crescer e ofertar cada vez mais à população. Mas, necessariamente, também temos que ter o aporte financeiro necessário para que isso aconteça", aponta o superintendente do Complexo Hospitalar UFC/EBSERH, Carlos Augusto Alencar Júnior.

Assista à reportagem da UFCTV sobre o assunto:

Segundo o superintendente, não é possível manter nesta nova vigência contratual os mesmos serviços hoje prestados com os recursos financeiros estabelecidos há cinco anos. "Estamos buscando junto à Prefeitura tudo o que for possível de incremento financeiro, para que não tenhamos nenhum prejuízo para a população cearense, ofertando e crescendo em relação aos serviços que hoje nós temos", observa.

O reitor Cândido Albuquerque reforça que a parceria entre a Universidade Federal do Ceará e a Prefeitura Municipal de Fortaleza para a manutenção dos atendimentos do Complexo Hospitalar através do SUS sempre foi cordial e eficaz. "Essa parceria é fundamental. O diálogo com os gestores municipais sempre foi muito bom, e não tem sido diferente agora com o atual prefeito. Eu tenho certeza que nós chegaremos a bom termo, a um denominador que assegure a manutenção do serviço", avalia.

IMPORTÂNCIA DO COMPLEXO PARA A SAÚDE DO ESTADO – O Complexo Hospitalar da UFC exerce um papel fundamental na saúde da população cearense, especialmente no que se refere à assistência terciária, ou seja, aquela de maior complexidade. O Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) é o único hospital terciário que atende pelo SUS contratualizado pela Prefeitura de Fortaleza, atuando em 33 especialidades. "Nós temos em Fortaleza o IJF [Instituto Dr. José Frota], também contratualizado pela Prefeitura, mas a característica dele de hospital terciário é diversa, pois ele atende especialmente ao trauma", considera o superintendente do Complexo Hospitalar UFC/EBSERH, Carlos Augusto Alencar Júnior.

Por dia, o HUWC realiza cerca de mil consultas, atendendo principalmente a população mais carente da Capital e também do Interior. A unidade é a única do Ceará a tratar doenças raras em adultos através do SUS. Além de responder por 25% dos transplantes realizados no Estado, o HUWC é também responsável por 95% de todos os transplantes de medula óssea do Ceará. "Também nos destacamos por procedimentos inovadores, como o implante coclear, que fazemos mais de 70% daquilo que é executado na capital cearense", complementa Carlos Augusto.

Já a Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (MEAC) é a única do Estado a fazer cirurgia fetal, ou seja, quando o feto é operado ainda no útero da mãe. Até hoje, já foram 18 procedimentos do tipo. A unidade conta com mais de 50 leitos de UTI e cuidados intermediários neonatais, que costumam estar lotados. "Isso demonstra claramente a importância que nós temos no cuidado dos bebês que nascem no nosso Estado, na nossa cidade, e que são prematuros", salienta o superintendente.

O diretor da Faculdade de Medicina (FAMED), Prof. João Macedo Coelho Filho, destaca a importância do Complexo Hospitalar da UFC como centro de formação de recursos humanos para a saúde pública em Fortaleza, observando que parte considerável dos profissionais de saúde que atuam no sistema municipal são formados nesses hospitais.

"Existem vários programas de pós-graduação em andamento para diversas áreas da saúde, não somente na medicina, e todo o processo de ensino que transcorre no Complexo Hospitalar depende de um volume de pacientes atendidos, volume esse que é decorrente desse contato com a Secretaria Municipal de Saúde, não somente em termos quantitativos, mas também em termos qualitativos. Ou seja, um fluxo maior de pacientes assegura uma diversidade de condições com as quais o profissional que está em treinamento, ou graduando, precisa se defrontar", avalia o professor.

Além da formação de profissionais, o professor reforça o papel do Complexo na produção de conhecimento por meio de pesquisas que são empreendidas nos hospitais. "Muitos conhecimentos que são produzidos no âmbito da pesquisa no Complexo Hospitalar voltam para serem aplicados no Sistema Municipal de Saúde, portanto, melhorando a qualidade do serviço e a qualidade da assistência", acrescenta.

Fonte: Gabinete do Reitor – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. / Unidade de Comunicação Social do CH-UFC/EBSERH – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.