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Curso de Música do Campus de Sobral adquire equipamento de ponta para pesquisa envolvendo arte e neurociência

Como funciona o cérebro de um regente e dos músicos de uma orquestra dando atenção a tantos estímulos? Questão como essa faz parte do projeto de pesquisa intitulado O Impacto da Carga Cognitiva de Trabalho na Performance Orquestral: o Papel do Cérebro, coordenado pela Profª Adeline Stervinou, do Curso de Licenciatura em Música do Campus da Universidade Federal do Ceará em Sobral. Para auxiliar na pesquisa, foi adquirido, pela primeira vez na UFC, o equipamento fNIRS Pioneer (sigla em inglês para espectroscopia funcional de infravermelho próximo).

"O fNIRS é um sensor que avalia a reflexão de luz infravermelha no córtex cerebral como forma de observar a saturação de oxigênio no suprimento sanguíneo de determinada área do cérebro. Essa tecnologia possibilita constatar quais áreas cerebrais são mais requisitadas durante a realização de uma tarefa", como explica a professora.

Imagem: Professores, alunos e músicos estão envolvidos na pesquisa. Na imagem, da esquerda para a direta, estão: Prof. Alex Grangeiro, Rafael Mendes, Lucas Chaves, Ana Cecília Carvalho, Profª Adeline Stervinou, Rebeca Paiva, Carolina Rossi, Profª Eva Cristino, e Henrique Pinheiro, com a tuba, testando o aparelho (Foto: Divulgação)

Esse estudo representa a segunda fase do projeto integrado intitulado: Música e Cérebro: Estratégias Comunicativas na Performance Orquestral, iniciado em 2017 e idealizado e conduzido por ela. A primeira fase, já concluída, consistiu em uma pesquisa bibliográfica sobre temas relacionados às áreas abordadas e a terceira fase vai permitir refletir com mais detalhes sobre o papel da comunicação na performance orquestral.

As duas últimas fases receberam financiamento do Programa de Bolsa de Produtividade em Pesquisa, Estímulo à Interiorização e Inovação Tecnológica (BPI) da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP), através do Edital nº 02/2020.

NEUROCIÊNCIA – Embora focado em músicos de orquestra, o estudo pode trazer benefícios para o conhecimento do desenvolvimento cognitivo do ser humano em geral. "Esse estudo e muitos outros relacionados com educação musical, cognição e neurociências permitem explicar como nosso cérebro recebe, trata, analisa, formula as informações que ele recebe", diz a Profª Adeline.

Ela acrescenta que, "a partir das pesquisas realizadas sobre cérebro e regência orquestral, percebemos que tanto o regente como o músico precisam tratar muitas informações ao mesmo tempo quando estão regendo ou tocando um instrumento musical. O estudo em particular aponta que a carga cognitiva de trabalho pode se manifestar a partir de uma quantidade elevada de elementos recebidos, podendo sobrecarregar o fluxo de informações que chegam até o cérebro. Com o auxílio do aparelho fNIRS Pioneer explicaremos o impacto e as consequências da carga cognitiva de trabalho na atuação do regente e dos músicos durante a performance".

Imagem: O equipamento fNIRS Pioneer da empresa PluX foi adquirido para a UFC pela primeira vez (Imagem: Divulgação)

Ela adianta que o equipamento já foi testado e a equipe está se familiarizando com a sua utilização. "Para que o experimento em si aconteça, várias etapas ainda precisam ser realizadas. Atualmente estou trabalhando na Universidade de Montreal, no Canadá, como pesquisadora visitante no Laboratório Internacional sobre Ciências do Cérebro, Música e Sons (BRAMS) e os resultados das investigações realizadas aqui [no Canadá] serão comparados com as pesquisas realizadas em Sobral, permitindo, assim, a aquisição de mais conhecimentos sobre os equipamentos a serem utilizados", informa.

Adeline justifica sua motivação para pesquisar o assunto citando a pesquisadora e especialista em neurociência cognitiva e música do Canadá, Profª Isabelle Peretz, que afirma: "Os conhecimentos adquiridos em vinte anos de pesquisa em neurocognição da música são ainda pouco aplicados na educação."

O projeto integrado, sob coordenação da Profª Adeline, é realizado no Laboratório em Cognição e Música (LABCOGMUS) da UFC e conta com a participação de cinco bolsistas de Iniciação Científica e Tecnológica da FUNCAP, oriundos de quatro cursos (Medicina, Psicologia, Música e Engenharia da Computação), além de professores do Curso de Medicina da UFC em Sobral – Eva Cristino e Alex Grangeiro –, da Universidade de Campinas (SP), da Université de Toulouse (França) e da Universidade de Montreal (Canadá).

Fonte: Profª Adeline Stervinou, do Curso de Licenciatura em Música do Campus da UFC em Sobral – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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