Ambulatório da MEAC é referência no atendimento a mulheres com disfunção sexual
- Quinta, 24 Fevereiro 2022 16:21
O Ambulatório de Sexualidade da Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (MEAC), do Complexo Hospitalar da UFC/EBSERH, é um espaço de referência no Ceará na oferta de serviços voltados para a saúde sexual feminina. No local, mulheres com algum tipo de disfunção recebem atendimento multidisciplinar e apoio para conquistar ou reconquistar satisfação na vivência de sua sexualidade. A equipe de profissionais do Ambulatório inclui ginecologistas, psiquiatras, geriatras, fisioterapeutas, psicólogos e enfermeiros.
As pacientes chegam até lá encaminhadas pelos postos de saúde da Capital e do Interior. Toda semana são admitidas sete novas mulheres para acompanhamento. As principais queixas apresentadas por elas são dor nas relações sexuais pela tensão da musculatura vaginal (vaginismo), dor pélvica crônica provocada pela endometriose, diminuição de desejo sexual e dificuldades para alcançar o orgasmo.
Ao dar entrada no Ambulatório, que funciona desde 2016, a paciente é acolhida, ouvida, recebe orientação e esclarecimento de dúvidas relacionadas ao comportamento sexual e, uma vez feito o diagnóstico de disfunção, é direcionada ao tratamento. A médica sexóloga da MEAC, Débora Britto, explica que o serviço trabalha com uma abordagem positiva da sexualidade humana de forma integrada. "O ambulatório é importante porque ele consegue oferecer um cuidado que visibiliza várias dimensões da saúde da mulher, nos campos psíquico, emocional, físico, social, além do sexual", afirma.
Segundo a sexóloga, a psicoterapia e a terapia sexual são recursos usados no tratamento, principalmente quando as dificuldades estão relacionadas a questões emocionais, resultado, muitas vezes, de crenças distorcidas sobre o sexo ou até mesmo de insatisfações com o corpo e dificuldades no relacionamento conjugal.
Há casos em que é necessário o atendimento de fisioterapia pélvica. A fisioterapeuta Isabella Parente esclarece que a grande chave é proporcionar uma maior consciência corporal: "Trabalhamos muito a questão da percepção do corpo para que a paciente entenda quem ela é como mulher. Através de massagens, exercícios, eletroestimulação, por exemplo, conseguimos melhorar a vida dessas mulheres", diz.
Além do atendimento individualizado, o Ambulatório também oferta o serviço de psicoeducação sexual onde grupos de mulheres podem partilhar suas realidades, dúvidas e experiências. A preservação da intimidade é garantida nessas reuniões em que, segundo a sexóloga Débora Brito, o principal interesse é estimular a "autoestima e autoconfiança para um exercício saudável da sexualidade", afirma.
VIDA MELHOR – Entre as mulheres atendidas no ambulatório, Brena Costa, 30 anos, concordou em relatar como foi beneficiada. Ela conta que começou a ter problemas com a sexualidade aos 25 anos, em sua primeira gestação. Após o parto, passou a sentir dores em toda relação sexual a ponto de perceber que não era uma situação normal. Ao ser diagnosticada com vaginismo, Bruna iniciou o tratamento com fisioterapia pélvica e teve acompanhamento médico entre 2019 e 2021. Ela diz que, após esse período de exercícios e orientações, melhorou a relação com o próprio corpo: "Hoje, aos 30 anos e após o tratamento, me sinto bem melhor. Sou uma pessoa mais feliz porque esse problema me constrangia e afetava a minha qualidade de vida", relata.
Brena também fez parte dos encontros do grupo do serviço de psicoeducação sexual. "Conhecer a história de outras mulheres que passavam por problemas me fez perceber que é muito comum. Hoje eu acredito que todas já amamos mais o próprio corpo e conseguimos sentir o prazer que merecemos", declara.
Fonte: Unidade de Comunicação Social do Complexo Hospitalar da UFC/EBSERH – fones: (85) 3366 8577 e 3366 8183