Com participação da UFC, Ceará inicia treinamento para testagem rápida de hanseníase
- Quinta, 12 Mai 2022 10:41
A Universidade Federal do Ceará participa de projeto-piloto para treinamento de profissionais de saúde a fim de que sejam capacitados a realizarem testagem rápida de hanseníase. O trabalho começa nesta quinta-feira (12) no município de Maracanaú e depois será realizado em Caucaia.
De acordo com a Profª Jaqueline Caracas, do Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública (PPGSP/UFC), “a coleta para o teste rápido é feita em uma pequena amostra de sangue”, de forma semelhante a outras testagens rápidas já ofertadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O resultado do exame sai em 10 minutos.
Ela informa que, segundo o Ministério da Saúde, o Brasil é o primeiro país a oferecer esses testes gratuitamente, e o cronograma prevê que os testes rápidos comecem a ser oferecidos nas unidades de saúde de atenção básica em todo o País no segundo semestre do ano.
A mestranda do PPGSP e coordenadora do Programa PEP++ (Profilaxia Aprimorada Pós-Exposição ao Mycobacterium leprae), da NHR Brasil, Aymée Rocha, explica que, para essa primeira etapa, foram escolhidas “áreas que tiveram baixa de detecção de casos novos de hanseníase”. Além do treinamento de profissionais, será testado um número limitado de pacientes. A NHR é uma organização social que luta por um mundo livre da hanseníase.
No Ceará, tem ocorrido uma queda nos números da doença. Em 2019 foram registrados 17,2 casos/100 mil habitantes em comparação com os 20,7/100 mil habitantes computados em 2015. “Vale ressaltar que a queda do coeficiente de detecção não significa redução dos casos de hanseníase, mas uma endemia oculta, casos que não estão sendo diagnosticados de forma precoce”, alerta Aymée Rocha.
IMPORTÂNCIA – Apesar de o teste rápido para hanseníase ser complementar à análise clínica do paciente, ele servirá no esclarecimento de casos duvidosos. “A detecção precoce auxilia na redução da transmissão da doença, bem como na prevenção ao desenvolvimento de incapacidades”, explica Jaqueline Caracas.
Ela lembra que o tratamento da hanseníase é fornecido gratuitamente pelo Ministério da Saúde e, logo que iniciado, a transmissão da doença é interrompida. Ele pode durar 6 ou 12 meses, dependendo do nível de infecção no organismo.
Na avaliação de Jaqueline Caracas, o estigma em relação à enfermidade “deve ser combatido por meio da formação dos profissionais de saúde, da orientação, por parte das equipes da atenção primária à saúde, aos usuários recém-diagnosticados com a doença e seus familiares, bem como das atividades de conscientização comunitária”.
A ação está sendo desenvolvida mediante parceria entre o projeto Fortalecimento da Temática Hanseníase na Universidade e Ampliar e Fortalecer o Diagnóstico e Tratamento da Hanseníase no Estado do Ceará, sob coordenação do Prof. Alberto Novaes, do Departamento de Saúde Comunitária da Faculdade de Medicina (FAMED/UFC), o Ministério da Saúde e a Secretaria da Saúde do Ceará (SESA).
Fonte: Profª Jaqueline Caracas Barbosa, do Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública (PPGSP/UFC) – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.