Agência UFC: Moléculas criadas na UFC bloqueiam entrada do coronavírus nas células e reduzem infecção
- Terça, 17 Mai 2022 07:53
O início da pandemia de SARS-CoV-2 há pouco mais de dois anos desencadeou uma corrida da ciência em busca não só de vacinas eficazes contra o coronavírus, mas também de moléculas que pudessem neutralizá-lo e frear sua infecção, visando à produção de medicamentos. Na Universidade Federal do Ceará, essa busca chegou a moléculas sintéticas, criadas em laboratório, com alto potencial farmacológico.
Com um primeiro estudo publicado em julho de 2020, considerado pioneiro, uma equipe de pesquisadores do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular e do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos da UFC atestou a eficiência in silico (por simulação) de moléculas, do tipo peptídeos, para bloquear a ação do vírus da covid-19, impedindo sua ligação com o organismo e evitando a infecção.
Agora, em novas publicações, o grupo validou in vitro (pondo as moléculas em contato com o vírus in natura) a função desses peptídeos como agentes capazes de impedir que o coronavírus use a proteína spike, sua principal chave de entrada, para se conectar à proteína ACE2, localizada na superfície da membrana das nossas células.
Interagindo com o vírus, os peptídeos alteram a proteína spike, retirando dela essa possibilidade de conexão. A ideia é que, uma vez modificada a spike e neutralizada essa chave de entrada do vírus, a infecção ou a replicação dele não ocorra, ou aconteça em nível reduzido, aliviando ou extinguindo os sintomas da covid-19.
Os detalhes sobre o estudo estão disponíveis na matéria completa publicada no site da Agência UFC, canal de divulgação científica da Universidade.
Fonte: Pedro Filho Noronha de Souza, pesquisador do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular e do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos da UFC – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.