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Políticas afirmativas na pós-graduação são discutidas em seminário do Centro de Humanidades 

O Auditório José Albano abrigou na quinta-feira (9) o segundo e último dia de debates do I Seminário Ações Afirmativas na Pós-Graduação do Centro de Humanidades da Universidade Federal do Ceará. O evento, que iniciou na última quarta-feira (8), teve como objetivo abordar desafios e possibilidades de implementação das cotas étnico-raciais nos cursos do Centro de Humanidades, considerando as experiências de implementação nos cursos de Antropologia, Ciências Sociais e História.

Imagem: mesa de debates com participantes falando

Compuseram a mesa da tarde, que abordou o tema “Ações afirmativas em perspectiva”, o servidor técnico-administrativo Carlos Augusto da Silva Júnior, da Pró-Reitoria de Desenvolvimento de Pessoas da Universidade Federal da Bahia (UFBA); o Prof. Luiz Mello, da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Federal de Goiás (UFG); e a Profª Vera Rodrigues, da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) e membra da Associação Brasileira de Pesquisadores(as) Negros(as) (ABPN), que realizou a mediação.  

Iniciando as apresentações, Carlos Augusto Silva abordou a experiência da UFBA na realização de ações afirmativas e procedimento de heteroidentificação, destacando que todos os processos seletivos dessa universidade que têm cotas possuem bancas para o processo. Segundo o técnico, atualmente existe um déficit na entrada de professores negros nas universidades, sendo, portanto, a adoção de cotas nas pós-graduações uma demanda premente.

“Se a gente quer ter docentes negros na Universidade, um caminho é ter cotas na pós. As cotas são constitucionais e a implantação delas é uma decisão política”, destacou. Carlos Silva trouxe ainda o dado de que apenas 4,9% das vagas de pós-graduação no Ceará são reservadas para as cotas, percentual que avaliou como “muito baixo”. 

Em seguida falou o Prof. Luis Mello, que comentou a implantação de políticas afirmativas na Federal de Goiás. Nessa universidade, em 2015, foi aprovada pelo Conselho Universitário uma resolução que definiu a reserva de vagas em todos os programas de pós-graduação.  De acordo com o docente, esse seria um processo estratégico em políticas afirmativas uma vez que possibilitaria que os estudantes ampliassem a sua escolha por programas. “É fundamental que esses estudantes estejam aqui e depois se vejam como professores, técnicos ou em qualquer lugar da sociedade em que eles queiram estar”, afirmou.  

Foram discutidos ainda no Seminário relatos de experiências dos programas de pós-graduação em Sociologia (UFC), História (UFC) e Antropologia (UFC/UNILAB), bem como apresentados o conceito e o histórico das ações afirmativas no Brasil, além dos dados de implementação no País.

A iniciativa contou com apoio da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da UFC (PRPPG), tendo o pró-reitor Rodrigo Porto integrado os debates. Segundo o gestor, no último levantamento feito pela PRPPG, 14 cursos de pós-graduação utilizaram-se de ações afirmativas em seus editais de seleção. Avaliou Rodrigo Porto que o tema das ações afirmativas "é próprio do nosso tempo e deve continuar sendo debatido pela comunidade universitária".

Fonte: Centro de Humanidades da UFC – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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