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Estudantes de ensino médio concluem módulos do projeto PROGRAME_CE desenvolvido pelo CENPE

O Centro de Excelência em Políticas Educacionais (CENPE) da Universidade Federal do Ceará realizou, na manhã da última quinta-feira (15), evento on-line de conclusão da formação em pensamento computacional de cerca de 1.500 alunos escolas públicas do Estado do Ceará por meio do PROGRAME_CE.

Imagem: Captura de tela com fotos dos participantes do evento online

Esse projeto tem por objetivo promover o ensino do pensamento computacional nas escolas de ensino médio em tempo integral do Estado do Ceará (EEMTIs). Em paralelo à formação de alunos, ocorre uma especialização de professores dessas escolas, os quais serão responsáveis por estruturar itinerários formativos em Pensamento Computacional, articulados aos vários domínios de conhecimento, das Artes à Matemática.

O PROGRAME_CE é um projeto da Secretaria da Educação do Estado do Ceará (SEDUC), em parceria com a UFC/CENPE e o Programa Cientista-Chefe em Educação Básica, financiado pela Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP), sob a liderança e com contribuições fundamentais em seu desenho dadas pelo Prof. Tarcísio Pequeno, presidente da FUNCAP e professor emérito da UFC. Em suas várias frentes de formação e produção de materiais, foi idealizado e coordenado pelos professores Jorge Herbert Soares de Lira (Matemática e CENPE), Joaquim Bento Cavalcante Neto (Computação e CENPE), José Maria da Silva Monteiro Filho (Computação e CENPE) e Ana Gardennya Linard (SEDUC). Em sua arquitetura, o PROGRAME_CE atendeu a todas a escolas em Fortaleza e em todas as 20 regionais da SEDUC: para isso, contou com uma rede de professores e tutores afiliados aos campi da UFC no Interior e a instituições parceiras, como o IFCE.

De acordo com os coordenadores, como forma de motivar e colocar os estudantes em contato com a realidade atual de hackathons e startups, foi proposta uma competição entre as escolas participantes como uma atividade culminância para o desenvolvimento dos seus projetos. Uma equipe de cada escola foi escolhida para fazer uma pequena apresentação (pitch) de cinco minutos sobre as soluções desenvolvidas na forma de aplicativos para celular, com apoio dos professores da Universidade e dos tutores com quem os alunos interagem diretamente. Os alunos mostraram aplicativos para apoio psicológico a estudantes e às famílias; para suporte à economia doméstica, com comparação de preços em mercadinhos; ferramentas de planejamento pedagógico e de suporte à aprendizagem de Matemática; além de outros apps voltados para turismo, preservação ambiental e desenvolvimento de soft skills e habilidades socioemocionais. Joaquim Bento Cavalcante Neto destacou as ideias criativas dos aplicativos e a desenvoltura dos estudantes ao exporem suas soluções com bastante segurança e profissionalismo precoce: “Todos já ganharam e são campeões”.

José Maria da Silva Monteiro frisou os desafios do processo e o objetivo de despertar o interesse dos estudantes com a ciência: “Espero que vocês não tenham só aprendido o conteúdo, mas aprendido que são capazes de construir o aplicativo, o software que vocês quiserem. Que, quando aquela ideia bater, vocês tenham a capacidade de construir”, afirmou. Ressaltou ainda a forte presença feminina no projeto: “As mulheres já foram maioria na computação e a gente precisa resgatar [a presença das] mulheres, são fundamentais na computação”.

A Profª Iara Valente do Nascimento Nogueira, diretora da escola participante do município de Cascavel falou sobre a participação no programa: “O PROGRAME_CE na nossa escola nos trouxe um grande desenvolvimento. No início foi desafiador e depois a gente viu o quanto esse projeto dinamizou a escola e contribuiu para o avanço dos alunos”. A estudante Ytauana Pereira de Sousa comentou sobre sua experiência: “Esse projeto me fez ir atrás de querer saber sobre a matemática. Foi uma experiência incrível, porque foram muitas batalhas que a gente passou, a gente não sabia mexer no computador. Foi um desafio enorme e que, graças a Deus, a gente venceu!”.

Após o anúncio dos vencedores (1° lugar EEMTI Alda Ferrer; 2° lugar EEMTI Jenny Gomes; 3º lugar EEMTI Antônio Bezerra), o Prof. Jorge Lira falou sobre a presença da Universidade dentro da escola e o êxito do projeto: “É um sucesso compartilhado com todos que acreditaram na proposta. É uma grande vitória da sociedade cearense e a gente faz questão de disseminar aos quatro ventos”, comemorou.

PROGRAME_CEAs trilhas formativas do PROGRAME_CE, tanto para alunos quanto para professores, iniciam pelo resgate de conhecimentos e habilidades lógico-matemáticas básicas, avançam para o conceito de algoritmo e resolução de problemas, passando por módulos de programação visual e, finalmente, culminam no desenvolvimento de projetos computacionais que possam ter impacto na escola, em seu entorno e na sociedade como um todo.

Essa formação foi pensada com base nos princípios do protagonismo dos estudantes para abrir múltiplas possibilidades de projetos de vida acadêmicos e profissionais para eles. Para isso, foram cuidadosamente elaborados três módulos de formação para as 25 escolas participantes em todo o estado do Ceará com as temáticas “Introdução a lógica e programação visual”, “Fundamentos de programação” e, finalizando, “Projeto e desenvolvimento em dispositivos móveis”. Os materiais e todo o acervo de aulas e tutoriais serão migrados para mídias digitais, permitindo a escalabilidade e ampliação do projeto além de maior interatividade com o aluno.

De acordo com o coordenador do Programa Cientista-Chefe edo CENPE, Prof. Jorge Lira, a UFC teve uma participação intensa na elaboração dos materiais e na formação dos professores, através da abertura de um curso de pós-graduação lato sensu (especialização) direcionado a professores das escolas de tempo integral, habilitados em pensamento computacional. “Para que os professores possam propagar essa formação nas escolas, criando currículos, materiais, disciplinas eletivas, atividades, clubes, sempre usando pensamento computacional nas mais diferentes áreas, não apenas em exatas ou em tecnologia. Além disso, os alunos devem seguir um aprofundamento, na forma de iniciação científica ou tecnológica juniores, acompanhados, como tem sido desde o início, por tutores nossos, em sua maioria alunos da UFC, muitos dos quais egressos das escolas públicas, praticamente colegas na idade e nos sonhos dos alunos que orientavam”, explicou.

Fonte: Prof. Jorge Lira, diretor do Centro de Excelência em Políticas Educacionais (CENPE) da UFC – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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