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Projeto da UFC é selecionado em edital de inovação em hidrogênio verde, parceria entre Brasil e Alemanha

Um projeto que está sendo desenvolvido no Laboratório de Hidrogênio e Máquinas Térmicas, vinculado ao Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Ceará, foi selecionado em um edital nacional que irá financiar iniciativas inovadoras envolvendo hidrogênio verde. Apenas três projetos foram contemplados em todo o Brasil nesta chamada.

A seleção faz parte do Programa iH2 Brasil, lançado pelo governo alemão por meio da empresa de utilidade pública GIZ, que atua na área de cooperação internacional para o desenvolvimento sustentável. O objetivo é fortalecer o ecossistema brasileiro de hidrogênio verde.

Imagem: Ilustração representando energias limpas (solar, e eólica), hidrogênio e vegetação (Imagem: Pixabay)

O título do projeto da UFC selecionado é “Sistema híbrido de produção de hidrogênio verde utilizando células de eletrólise microbiana acopladas à reforma a vapor do glicerol com força solar”.

Em linhas gerais, o sistema é composto por dois métodos distintos que utilizam resíduos oriundos de efluentes e do composto orgânico chamado glicerol para produzir hidrogênio verde. Associados, esses métodos originaram um “sistema híbrido que será capaz de produzir hidrogênio com calor solar e sem nenhuma necessidade de eletricidade ou água limpa”, conforme explica a Profª Carla Andrade, integrante do Laboratório de Hidrogênio e Máquinas Térmicas.

As pesquisas que deram origem ao projeto foram desenvolvidas pela Profª Fernanda Lobo (UFC) ‒ em parceria com a Profª Xi Chen (da Princeton University, dos Estados Unidos) ‒ e pelo Prof. André Bueno (UFC). Além deles e da Profª Carla, também integram o laboratório os professores Paulo Alexandre (UFC) e Mona Lisa Oliveira (Universidade Estadual do Ceará ‒ UECE).

Fernanda Lobo diz que seu maior orgulho com relação ao projeto é o fato de ele ter soluções para a produção de hidrogênio verde utilizando resíduos, em vez de usar água limpa ou de abastecimento.

TECNOLOGIA INOVADORA ‒ “Ao darmos valor ao resíduo, avançamos no tratamento de efluentes, com a tecnologia inovadora de células de eletrólise microbiana, melhorando a qualidade de vida da população, além de termos um produto de grande importância na descarbonização e na transição energética. Isso traz impactos ambientais e sociais, além de impactos na produção e no uso da energia”, pontua a pesquisadora.

Lobo acrescenta que o êxito do projeto na seleção foi de grande importância, colocando ainda mais a UFC e o laboratório em evidência internacional na temática do hidrogênio verde.

“O grupo ficou muito feliz, pois a aprovação ocorreu em meio aos esforços para que venhamos a estabelecer um polo de tecnologias de hidrogênio e máquinas térmicas na UFC, a fim de contribuir não só com o Estado do Ceará, mas com todo o Brasil. Trata-se de uma aprovação cujo efeito de visibilidade é inestimável para o nosso grupo, visto que concorremos em um edital aberto para todas as instituições desta área no País”, complementa a Profª Carla Andrade.

A seleção dos projetos levou em conta critérios como aderência da solução proposta ao desafio apresentado, inovação da solução, igualdade de gênero da equipe de pesquisadores, viabilidade de execução, impacto socioambiental e potencial de resultados do projeto. O edital prevê o valor de até 150 mil euros para cada projeto, destinados à realização de pesquisas e desenvolvimento e ao apoio técnico necessário.

SAIBA MAIS ‒ Apesar de ser um elemento abundante na natureza, o hidrogênio não está disponível em estado puro. Ele é obtido através de um processo químico chamado eletrólise, com uso de fontes renováveis de energia, como a eólica e a solar. Quando ocorre a obtenção do hidrogênio por meio dessas energias limpas, sem emissão de carbono, ele ganha a denominação de "hidrogênio verde".

Fontes: Profª Fernanda Lobo, do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental e integrante do projeto ‒ e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.; Profª Carla Andrade, do Departamento de Engenharia Mecânica e integrante do projeto ‒ e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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