Centro de Ciências Agrárias completa 105 anos com 10 mil graduados e 4 mil mestres e doutores
- Quinta, 30 Março 2023 17:56
O Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Federal do Ceará completa 105 anos de história e de conquistas nesta quinta-feira (30). Fundada a 30 de março de 1918, a então Escola de Agronomia do Ceará contribuiu significativamente para o ensino superior no Estado como um dos principais alicerces para edificar a UFC, a primeira universidade cearense, em 1954. Até março deste ano, a centenária escola contabiliza 10.112 graduados, 3.410 mestres e 589 doutores formados pela unidade acadêmica.
A Escola de Agronomia foi reconhecida através do Decreto nº 8.206, de 11 de novembro de 1941, e federalizada por meio da Lei Federal nº 1.055, de 16 de janeiro de 1950, que autorizou incorporar ao patrimônio da União escolas de Agronomia e Medicina Veterinária no País. A atual nomenclatura da unidade acadêmica, CCA, foi adotada no ano de 1973, no contexto da Reforma Universitária.
Ao longo do tempo, as atividades do Centro sempre primaram pela formação de profissionais qualificados, pela preservação do bioma caatinga e por elevar a qualidade de vida da população do campo. Uma curiosidade é que antes de integrada à UFC e ao Ministério da Educação, a Escola de Agronomia pertencia à Superintendência de Ensino Agrícola e Veterinário, do Ministério da Agricultura.
Nesta sexta-feira (31), a partir das 14h, o Conselho do Centro de Ciências Agrárias abrirá sua reunião ordinária com a pauta comemorativa dos 105 anos do CCA. O encontro ocorrerá na Sala do Conselho, na Diretoria do CCA, localizada no bloco 847 do Campus do Pici Prof. Prisco Bezerra, em Fortaleza.
DADOS – Hoje em dia, o CCA possui seis cursos de graduação e 10 programas de pós-graduação, e, como cursos mais antigos, figuram o de Agronomia (1918) e o Mestrado em Economia Rural (1972). O Centro tem 2.207 estudantes com matrículas ativas, sendo 1.857 deles de graduação e 350 de pós-graduação. O quadro funcional é composto 135 professores e 138 servidores técnico-administrativos.
Destaque na pesquisa científica, o CCA é fonte de 16 das 38 patentes de inovação depositadas pela UFC nos últimos anos, com foco em máquinas agrícolas e frutos tropicais. Os estudos desenvolvidos têm impacto profundo nos setores do agronegócio, da agricultura familiar, da indústria, da academia e do terceiro setor.
Para o vice-diretor do CCA, Prof. Alexandre Holanda Sampaio, as celebrações do aniversário denotam o engajamento e a dedicação de toda a comunidade para obter os bons resultados entregues pelo Centro. “Nos seus 105 anos de existência, o CCA se destaca cada vez mais dentro da UFC, no que tange às atividades de ensino, pesquisa, extensão e inovação. Seus membros, docentes, discentes e servidores técnico-administrativos, estão focados em envidar esforços na busca pelo pioneirismo, contribuindo para o desenvolvimento do nosso Estado, do Nordeste e do Brasil”, declarou o vice-diretor.
DESDOBRAMENTOS – A partir da ação de docentes e pesquisadores do CCA, diversas outras unidades acadêmicas da Universidade e instituições de relevo surgiram no interior da antiga Escola de Agronomia. O Prof. Prisco Bezerra, ex-diretor do CCA, foi o primeiro dirigente da Escola de Engenharia do Ceará, embrião do Centro de Tecnologia. A Estação de Biologia Marinha foi semente para o Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR), enquanto a Estação Meteorológica possibilitou ser criada a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME). Docentes do CCA participaram da criação dos Institutos de Química, Física e Biologia, que levaram ao surgimento do Centro de Ciências (CC). Prisco criou o herbário, atualmente vinculado ao Departamento de Biologia, e o agrônomo Renato Braga, que foi diretor da Escola e vice-reitor da UFC, fundou o Horto Municipal de Fortaleza, referência na arborização urbana da capital cearense.
O antigo Curso de Estilismo e Moda, atual Design-Moda, do Instituto de Cultura e Arte (ICA), foi criado a partir de pesquisas do Centro de Ciências Agrárias envolvendo cotonicultura e fibras têxteis. Em outubro do ano passado, a Unidade Universitária Federal de Educação Infantil Núcleo de Desenvolvimento da Criança (UUNDC), vinculada ao CCA, foi reconhecida como colégio de aplicação.
INTERNACIONALIZAÇÃO – A primeira iniciativa de internacionalização acadêmica no Estado se deu em 1963, durante a gestão do reitor Antônio Martins Filho, com o Programa de Educação Agrícola, convênio assinado com a Universidade do Arizona (EUA). Nesse programa, foram formados 160 pesquisadores nos Estados Unidos em cursos de mestrado e doutorado. No retorno deles ao Brasil, na década de 1970, foram criados programas de pós-graduação no âmbito das Ciências Agrárias na UFC, a exemplo de Economia Rural, Fitotecnia e Ciência do Solo.
Outra frente de intercâmbios de mobilidade acadêmica no exterior é o Programa CAPES/BRAFAGRI, do Ministério da Educação (MEC), com acordos firmados com universidades e institutos de pesquisa da França nas áreas de Agronomia, Zootecnia e de Engenharia de Alimentos. Há dois anos, foi retomado convênio com a Universidade do Arizona e estabeleceu-se o Doutorado em Engenharia Agrícola em regime de cotutela com a Universidade Técnica de Berlim (Alemanha).
MEIO AMBIENTE – Em meados do século XX, o espaço que hoje conhecemos como Campus do Pici era sinônimo da Escola de Agronomia, cujas práticas agrícolas ocorriam no sítio Santo Anastácio, em terrenos doados pelo governo estadual. O maior campus da UFC, com 212 hectares de área, nos primeiros anos de funcionamento da Universidade, seguiu o conceito de cidade universitária, a partir do modelo norte-americano de land-grant colleges, com ênfase em ciências agrárias.
O CCA administra quatro fazendas experimentais da UFC voltadas para atividades de ensino e pesquisa agrícolas: a Fazenda Vale do Curu, em Pentecoste, a Fazenda Lavoura Seca, em Quixadá, o Sítio São José e a Fazenda Raposa, ambos em Maracanaú. A Fazenda Raposa foi declarada como área de relevante interesse ecológico (ARIE), por conter o maior acervo mundial de palmeiras do gênero Copernicia, da família da carnaúba, árvore-símbolo do Ceará.
De acordo com a diretora do CCA, Profª Sônia Maria Pinheiro de Oliveira, o Centro “se impõe pela capacidade inesgotável de contribuir com a sociedade na sua função de formar profissionais voltados às soluções dos problemas e à tomada de decisões inerentes à área de Ciências Agrárias”. Em mais de um século, o CCA entregou para a sociedade cearense um importante contingente de engenheiros agrônomos, economistas domésticos, engenheiros de pesca, engenheiros de alimentos, zootecnistas, e, mais recentemente, bacharéis em gestão de políticas públicas e em economia ecológica.
“Espera-se que o CCA, pautado em tradição e inovação, permaneça atuando com excelência no ensino, na pesquisa e na extensão, acompanhando a evolução científica e tecnológica, e contribuindo para a produção de alimentos, tendo em vista a sustentabilidade ambiental e o desenvolvimento social”, conclui a diretora.
Fonte: Diretoria do Centro de Ciências Agrárias da UFC – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.