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Agência UFC: Cientistas traçam a relação entre clima e a bactéria "Shigella", uma das principais causas das doenças diarreicas no mundo

Um consórcio internacional de pesquisadores, com a participação da Universidade Federal do Ceará, identificou que a Shigella, bactéria que atinge 267 milhões de pessoas por ano, é mais suscetível aos fatores climáticos do que se sabia. A bactéria se propaga por água contaminada ou pelo contato com fezes de pessoas infectadas.

Os acometidos, na sua maioria, são crianças de áreas rurais ou periféricas de países pobres ou em desenvolvimento. Muitos sentirão dores abdominais terríveis, fraqueza e disenteria (fezes com sangue). Cerca de 212 mil morrerão de diarreia.

Imagem: Ilustração médica da bactéria Shigella, publicada no livro Antibiotic Resistance Threats in the United States (Stephanie Rossow/CDC)

Em um trabalho inédito, grupos de pesquisas de 28 países montaram um enorme banco de dados com casos de pessoas infectadas com a bactéria (assintomáticos, com sintomas leves e graves) da África, da Ásia e das américas do Sul e Central.

Depois, com a geolocalização de cada uma delas, cruzaram as informações com dados climatológicos da NASA, a agência espacial norte-americana. A pesquisa permitiu mensurar, por exemplo, o impacto de fatores como temperatura, velocidade do ar, umidade do ar e do solo afetam diretamente a presença da bactéria e trouxe informações que surpreenderam até pesquisadores experientes. 

Da UFC, participou o grupo liderado pelo Prof. Aldo Ângelo Lima, coordenador do Núcleo de Biomedicina (NUBIMED) e que já pesquisa doenças diarreicas no semiarido nordestino há quase duas décadas. Em trabalhos anteriores, o pesquisador já havia identificado que a Shigella está associada ao déficit de desenvolvimento infantil após os dois anos.

Com todas as informações em mãos, os pesquisadores esperam poder ajudar na estruturação dos testes da fase 3 de uma vacina para combater a bactéria. Essa fase, a última antes de uma vacina ser homologada, ocorre quando o imunizante é testado em um grupo grande de humanos. Para isso, é importante definir os melhores locais e períodos para sua aplicação. Os dados da pesquisa também ajudarão a definir políticas públicas mais eficientes no uso da vacina.

A pesquisa é o tema da reportagem desta semana da Agência UFC, a plataforma de divulgação científica da Universidade Federal do Ceará. 

Fonte: Prof. Aldo Ângelo Lima, coordenador do NUBIMED – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. 

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